tag:blogger.com,1999:blog-43441997114817996672024-03-12T18:09:51.916-07:00LapolityFernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.comBlogger146125tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-1657479998383938832017-06-05T15:51:00.001-07:002017-06-06T09:49:27.273-07:00Colocamos Arouca no Mapa!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Image result for globo terrestre" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRh59cYGjxdsy-irobkDNYfgBAKSCCMx04suaCwfC4mwgUqfMgM0g" />Alguns políticos da minha Terra afirmam que colocaram Arouca no mapa.<br />
Esta firmação para além de ser de uma arrogância sem limites, demonstra uma total ausência de bom senso intelectual e político.<br />
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Que significa colocar no Mapa?<br />
Desde quando é que Arouca não vem no Mapa? Estamos a falar de que tipo de Mapa? Mapa Mundo? Mapa Ibérico? Mapa Nacional? Mapa Regional? Mapa Local?<br />
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Estas afirmações redundantes e providenciais nunca foram boa companhia para quema as profere. Quando não temos nada para apresentar, para anunciar nem para afirmar de consistente, estas afirmações "providenciais" aparecem como forma de ocupar o vazio, a mediocridade dos programas e a ausência de ideias mobilizadoras.<br />
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Margarida Belém, candidata à Câmara Municipal de Arouca é a responsável por esta providencial afirmação: "Colocamos Arouca no Mapa"!<br />
<br />
Minha cara Margarida, penso que se estava a referir ao sucesso dos passadiços do Paiva? Tenho de reconhecer que para quem quer governar Arouca demonstra muito pouca aspiração e ambição política.<br />
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Arouca é muito mais do que o "sucesso dos passadiços de Paiva".<br />
<br />
Os passadiços vão passar de moda e Arouca continua a ser Arouca.<br />
Uma Terra de gente culta, trabalhadora, criativa e irreverente. Arouca foi sempre uma Terra que marcou a sua diferença no contexto das Terras de Santa Maria.<br />
<br />
Sempre fomos Arouca. Arouca é dos que vivem em Arouca e dos que partiram de Arouca. Arouca é todo um mundo que congrega os daí e os daqui, os de dentro e os de fora.<br />
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Arouca tem um ponto no Mapa mas habita em todo o Mundo. Partimos daí para todo o Mundo. Mas nunca perdemos esse sentido de origem que é a nossa Terra - Arouca. O mundo em Arouca é de partida mas também é de chegada, é de celebração mas também de consagração.<br />
<br />
Como é que a Margarida acredita que colocou Arouca no Mapa.<br />
Os arouquenses já estão em TODO O MAPA.<br />
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O Mapa de Arouca é todo o Mundo e mais algum lá dentro.<br />
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Arouca não se reduz a uns metros de pontes turisticas sobre o Paiva. Nem a meia duzia de noticias encomendadas e pagas pelo erário público para fazer a promoção de politicos e de parques temáticos turistificados.<br />
<br />
Arouca ESTÁ no Mapa. <br />
Arouca vem no Mapa!... minha cara Margarida Belém... se olhar com um pouco de sensibilidade e amor para o mapa vai ver que a nossa Terra já faz parte do Mapa!<br />
<br />
A nossa terra é do tamanho DE TODO O MUNDO...e dá pelo nome de AROUCA!<br />
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Não se confunde com o mapa redondo e estreito de um partido, nem com a ambição pessoal de um qualquer candidato!...Ou candidatos!...</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-55561124350977163742017-06-03T17:52:00.001-07:002017-06-04T06:37:11.269-07:00Arouca Que Futuro!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Foto de Edie Jolley." height="150" src="https://scontent.fopo1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/12189982_10153225672133683_2457286631336530252_n.jpg?oh=e331130390835f7099fd1815cfb16c25&oe=59A0D536" width="200" />O título do meu texto pode parecer um pouco pretencioso, mas penso que não; poderá ser um pouco ambicioso no sentido de encontrar algumas explicações para o estado critico em que se encontra o concelho de Arouca, tendo como referencia os dados comparativos dos dois últimos censos (2001-2011).<br />
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Sempre mantive um olhar denso sobre a realidade da minha terra, no sentido de acompanhar as suas transformações e os seus desafios. Houve momentos em que também fui actor e agente interveniente dessas transformações: como estudante, como professor na ESA, como membro associativo empenhado nas coisas do ambiente, do património e do desenvolvimento ou ainda na militância política. Tive também o privilégio de durante quatro anos representar o povo de Arouca na sua Assembleia Municipal, onde participei activamente na política local.<br />
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Nestes últimos anos tenho estado mais afastado da minha terra, mas não menos atento ao que lá se passa em termos de realidade populacional, ambiental, económica e cultural.<br />
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Esta distância sobre a vida local em Arouca, permitiu-me uma maior objectividade e isenção sobre os problemas que afectam o desenvolviemnto integrado e sustentável da vida em Arouca.<br />
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A partir de uma leitura critica e objectiva dos Censos de 2001 em comparação com os dados de 2011,não posso deixar de esconder uma grande tristeza e preocupação pelo futuro de Arouca. Estamos perante uma realidade com grandes e profundos problemas de natureza estrutural, que nos indicam uma tragédia num futuro muito próximo.<br />
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O concelho de Arouca integra-se na Área Metropolitana do Porto.Tem características dos concelhos da Nut III do chamado Entre Douro e Vouga, territórios de matriz rural, de transição entre as vilas de montanha e as vilas dos vales fundos. Uma espécie de terras cinzentas que vivendo encostados à montanha, não se ligam facilmente com o litoral urbano e denso, o que lhes coloca problemas no acesso a grandes infra-estruturas, como por exemplo: Porto de Leixões, Aeroporto Sá Carneiro, etc.<br />
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Arouca é um concelho em perda de população desde os anos de 2001, porque durante as décadas anteriores Arouca conseguiu conservar a sua população e até a aumentou. Estamos longe dos valores de 1960, em que a população do concelho de Arouca veio de 16.700 hab. em 1900 para os 26.378 em 1960. Desde este pico que a população em Arouca foi de grande variabilidade e apresentou sempre sinais de queda demográfica.<br />
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O problema central em Arouca não é só a queda demográfica, mas essencialmente, o envelhecimento da população, associado também a uma queda da renovação de efectivos. Contudo não podemos ignorar que a taxa de perda de população em Arouca ronda os 7% ao ano. Também não é um dado simpático, muito pelo contrário, quando associado às taxas de envelhecimento e de dependência a situação é então trágica. Porque estamos perante uma piramide etária invertida, o que nos remete para problemas na sustentabilidade demográfica e territorial.<br />
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Aliás, todas as freguesias apresentam perdas substantivas de população, com a excepção da freguesia de Arouca, que apresenta um crescimento de 2,81%. Este aumento da população na Vila de Arouca está relacionado com a centralidade dos serviços publicos e colectivos nesta freguesia de Arouca. O que vem ao encontro da tese que a população se está a deslocar das freguesias periféricas para o centro da vila de Arouca. A novidade está por exemplo, nos dados referentes às restantes freguesias do vale do Arda. Essas freguesias apresentam dados negativos que se fixam entre os seguintes valores: -3,40 % a -3,68) o exemplo das freguesias de (Várzea, Burgo e Santa Eulália). Já estamos a entrar num ciclo negativo nas freguesias do vale à imagem das freguesias da montanha. As freguesias de Urrô apresentam dados negativos que nos remetem para uma situação entrópica, com valores elevados que rondam -14,68. Neste contexto negativo a freguesia de Tropeço apresenta um valor negativo de -11,35. Urrô e Tropeço como freguesias que fazem a transição entre a zona baixa da montanha e o vale, não são imunes aos problemas de despovoamento tipico das freguesias de montanha.<br />
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O envelhecimento no concelho de Arouca é muito preocupante, pois estamos a falar de valores que andam entre os 120% e 456%. Estes dados devem-nos colocar em sinal vermelho, isto é, mobilizar todas as forças e energias para implementar uma politica de renovação da população. Caso contrário vamos assistir ao desmoronamento da estrutura social, económica, ambiental e cultural de Arouca.<br />
<br />
Esta realidade de caos e de tragédia ambiental, social e económica já é visivel nas freguesias que se localizam na coroa da montanha (Albergaria, Cabreiros, Covelo de Paivó, Janarde, Moldes, S. Miguel do Mato), com perdas de população que variam entre os 277% e 456 %. A Câmara nestes últimos anos aindam tentou lançar alguns programas de repovoamento, mas que se traduziram em nada de efectivamente sustentável e mobilizador. Depois, veio a tentativa do Turismo de Montanha, mas com uma mancha de eucaliptal tão densa e criminosa, os activos turisticos ficaram àquem do necessário. Assim, a última medida paliativa foi a construção dos passadiços do Paiva. Que deu uma visibilidade grande a Arouca, mas em nada contribuiu para o repovoamento e para a sustentabilidade das aldeias.<br />
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O problema persiste!<br />
Cada dia que passa a situação é cada vez mais grave e sem retorno.<br />
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Por exemplo, Covelo de Paivó perdeu 40% da sua população, tem neste momento menos de 100 habitantes a viver permanentemente no seu território. A velhice, a doença e a solidão atiram estas pessoas para uma situação de abandono forçado das suas casas, dos seus lugares, dos seus cantos de vida. No fim da vida, perdem o direito à sua casa, ao seu lugar e aos seus mundos de afectos. É todo um mundo de tragédia que se abate sobre estes resistentes que perante a longa idade são derrotados pela velhice. Esta situação leva à institucionalização de familias de idosos, com a perda dos seus vínculos afectivos às suas coisas, às suas memórias, às suas vidas.<br />
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Estamos a negar o direito a viver e a morrer na sua casa, na sua aldeia, na sua comunidade a estes homens e mulheres que trabalharam uma vida inteira nas suas hortas, nos seus bosques, que limpavam as matas onde levavam o seu gado a pastar. Que canalizavam as águas para regar os seus campos, bem como para os seus moinhos de onde faziam a farinha para o seu pão. Todo um ecossitema que entra em entropia. Quando se fala tanto em defesa de património, e nada se faz pela promoção da vida digna.<br />
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O indeci de dependência de idosos é assustador. Por exemplo, para as freguesias de montanha ele varia entre 48,8 % a 77,1 %; para as freguesias do vale temos uma taxa que varia entre 27,7% e 48%; e depois temos três freguesias que apresentam dados mais positivos, em relação aos dados trágicos que acabamos de enunciar. Assim, as freguesias de Canelas, Várzea e Santa Eulália apresentam uma taxa de 20,9 a 23,1 %.<br />
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Outro dado preocupante porque nos remete para programas de planeamento de baixa densidade, com o patrocinio de decisões políticas erradas e irresponsaveis. Quando se aprovou os instrumentos de planeamento da vila e concelho de Arouca. Estamos a falar do Plano Director Municipal (PDM:1995;1998;2009), o Plano de Urbanização da Vila de Arouca, (PU:2005), que definiram como modelo de ordenamento do território a baixa densidade.<br />
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A decisão politica de promover um território em baixa densidade, não está indeferente à necessidade de promover a especulação dos solos, com a passagem de forma indescriminada de solo da Reserva Agricola Nacional (RAN) para a situação de zona urbana e de construção. Esta decisão política "criminosa" colocou em causa a sustentabilidade do território em termos ambientais, sociais e económicos.<br />
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Com estes PDM`s de baixa densidade promovemos frentes de construção sem nenhum contexto de vida social, económica e cultural. Obrigou o municipio à construção de redes de infra-estrutura de baixa densidade, onde não é possível encontrar o minimo de sustentabilidade económica e social, para além dos graves atentados ao ambiente com a destruição de solo agricola e com a dependência do transporte privado.<br />
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A densidade populacional no concelho de Arouca varia entre os seguintes valores: os 7 hab./km2 e os 295 hab./km2 na freguesia de Arouca. Outro dado relevante é o da densidade de alojamentos / km2, que também ilustra de forma cruel como fomos desenhando um modelo de ordenamento do território absolutamente trágico, irresponsável e dependentes dos negócios do sector imobiliário. Por exemplo, no que se refere à densidade de alojamentos por Km2 este varia entre 136 alojamentos para arouca e os 40.2 em média para as restantes freguesias. O que é sem duvida um resultado que aponta para um território com grande dispersão de meios, de infra-estruturas, isolamento populacional, rede de água e luz, saneamento e mobilidade deficiente e muito cara ou a rondar a insustentabilidade num futuro muito próximo.<br />
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Associado a todos estes problemas estruturais que o envelhecimento da população coloca, ainda temos que adicionar a degradação ambiental, a perda de qualidade da água no concelho, a destruição da biodiversidade, o abandono da agricultura, a destruição do solo agrícola. Como podemos constatar a realidade da qualidade de vida em Arouca é um caso muito sério.<br />
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Esta situação de tragédia anunciada tem retorno? Penso que sim, nada é impossível. Mas, não acredito que seja possível resolver e atenuar estas realidades nos próximos anos. Possivelmente, ainda vamos continuar a agravar mais a situação. Os políticos, os partidos locais e a cidadania não estão mobilizados para mudar de rumo, de protagonistas, de politicas correntes e festivas.<br />
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Claro que podemos fazer, como temos feito, enterrar a sardinha na terra e esperar que ela se multiplique!?<br />
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Se assim for, não me parece que Arouca vá ter um futuro muito feliz!<br />
Gostava muito que os meus amigos, os meus colegas se unissem na mobilização de uma alternativa séria, objectiva e de rigor em prol da construção de uma Arouca Futura?<br />
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Imagem:<br />
Pintura a óleo e acrilico<br />
by Edie Jolley<br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-24329651068875141112017-05-25T07:22:00.001-07:002017-05-25T07:27:31.635-07:00AROUCA 24 ANOS DE GESTÃO SOCIALISTA: Um Padrinho e dois Delfins!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img src="http://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2015/08/109005431.jpg" height="127" width="200" /><br />
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<img src="http://b.vimeocdn.com/ts/124/307/124307961_640.jpg" height="113" width="200" /><br />
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></span>
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></span>
<img src="http://www.privetur.pt/images/medias_1346958679.jpg" height="160" width="200" /><br />
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></span>
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></span>
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;"><br /></span>
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;">Um ensaio que faz o balanço da gestão socialista na vila e concelho de Arouca.</span><br />
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;">A partir de dados quantitativos e qualitativos oficiais pretendemos uma análise objectiva e distanciada da gestão socialista que tem o seu inicio com o mandato Zola que passa depois para o Artur Neves e agora tem como herdeira legitima a Margarida Belém. Com se explica esta eternidade política e como as forças da oposição foram excluidas deste governo local. Uma análise centrada nas politicas territoriais, ambientais e sociais da gestão socialista.</span><br />
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;">Em paralelo fazemos uma espécie de relação entre o eterno socialismo em arouca e a pobreza das alternativas dos partidos da oposição.</span><br />
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;">Que concelho é este governado pelo PS. Que problemas estruturalmente graves continuam por resolver e se agravaram com a gestão do Zola, Neves e Margarida Belém.</span><br />
<span style="background-color: #333333; color: #cccccc; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 13.2px;">Muito brevemente, neste blog!</span></div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-56395691896313059112017-05-21T05:17:00.002-07:002017-05-25T07:17:13.212-07:00Arouca e Baião: a pensar a política! <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/_3fyp2K1OXg4/Sx6kEAVUyWI/AAAAAAAAAFY/cRb6VXNjEsE/s1600/Pedreiras+de+Canelas.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://1.bp.blogspot.com/_3fyp2K1OXg4/Sx6kEAVUyWI/AAAAAAAAAFY/cRb6VXNjEsE/s400/Pedreiras+de+Canelas.jpg" /></a>É dentro do ritual político que nos vamos reencontrando com a vida, com o futuro mas acima de tudo com o passado. Pois, é do passado que falamos , e é a partir dele que avaliamos os políticos nas suas decisões e omissões.<br />
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O que se prometeu fazer? O que se fez? O que se não fez? E acima de tudo o que se fez de mal, que possa colocar em causa esse futuro.<br />
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Sobre os dois casos Arouca e Baião, mais do que pretender saber o que se fez e como se fez, importa acima de tudo falar e pensar sobre aquilo que não se fez. Que continua adiado ao longo de mais de uma década.<br />
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Em Arouca e Baião o que mais me preocupa são as taxas de envelhecimento progressivas e brutais, associadas a uma deslocação dos mais jovens para fora destas vilas e concelhos, por aí não encontrarem resposta para uma vida digna e um trabalho socialmente justo e humano.<br />
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Se olharmos de forma objectiva e com honestidade para estes valores tão dramáticos do envelhecimento populacional e regressão demográfica, ficamos com uma imagem trágica de abandono e despovoamento futuro (estamos a falar de um cenário para daqui a 10 a 20 anos) destas duas magnificas terras.<br />
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Com consequências terríveis na economia, no ambiente, na qualidade de vida, na própria sustentabilidade territorial e autonomia politica dos dois concelhos.<br />
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Esta realidade de esvaziamento e despovoamento já é visível nos pequenos lugares e no centro das freguesias mais periféricas, com taxas de mais de 290% de envelhecimento e de quase despovoamento.<br />
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Esta entropia territorial e demográfica já é visível desde os anos 90 do século XX. Com a queda das aldeias de montanha e o deslocar das pessoas mais idosas para os lares do centro da vila de Arouca. Poucas são as aldeias que possuem casais jovens com crianças em idade escolar. Aliás, o encerramento e o reagrupamento dos equipamentos escolares do primeiro ciclo já foram consequência dessa trágica demografia que vai estrangular o futuro destas povoações.<br />
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Alguns lugares já se encontram mortos de vida, sem pessoas, sem vida social, sem vida ambiental, é o retorno do caos e da natureza na sua máxima biologia e zoologia. Já estamos no reino da entropia fisica e ambiental. Esta situação coloca em causa a conservação dos recursos naturais e a protecção da integridade da Natureza. Sem pessoas os recursos naturais degradam-se.<br />
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Os cenários futuros são demasiados sérios e graves, para serem ignorados pelo momento eleitoral.<br />
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Estamos num momento de assumir um compromisso político para Arouca e Baião que envolva um contrato inter-geracional, de forma a pensar o desenvolvimento local integrado num reformismo ecológico e social.Envolvendo os mais preparados técnica e cientificamente na procura de soluções amigas da economia, do ambiente e da demografia.<br />
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Torna-se urgente reformar as políticas de acção local que durante as últimas décadas estiveram mais comprometidas em fazer uma politica espectáculo, sedutora, populista em função de um eleitorado mais resignado e passivo.<br />
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A preocupação esteve mais centrada na simpatia e no desleixo político, em vez de apostar em programas integrados de valorização endógena que fossem capazes de criar redes e sinergias nas área da economia e do ambiente local. O que ficou foi a festa, a festança, a romaria aos lugares mais sagrados da ecologia local sem a protecção e a valorização necessárias que se impunham.<br />
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As governanças locais / municipais investiram o seu tempo e os recursos públicos em tapeçaria de damasco, em obras de estadão, descurando os verdadeiros interesses das populações locais: a saúde, a qualidade de vida, o trabalho, a justiça e a coesão territorial.<br />
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Que se fez de interesse municipal na saúde? na qualidade de vida? na criação de trabalho? na justiça e coesão territorial? Que fizeram os nossos políticos nestas áreas? As populações em Arouca e Baião foram beneficiadas nestas áreas nos últimos anos?<br />
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E não me venham com a resposta típica. Fizemos muito. Desenvolvemos muito o concelho e a terra? Como é possível afirmar uma coisa dessas quando a sociedade definha! A economia e o trabalho são cada vez mais um bem raro e escasso! ...<br />
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Em Arouca o problema mais grave centra-se na perda da biodiversidade ambiental, na destruição da água com a contaminação de agentes muito poderosos, tais como a exploração das lousas em Canelas; o problema das minas com a contaminação das águas subterrâneas nas bacias do Paiva; o problema da radioactividade com o urânio à superfície do solo; os incêndios florestais e a monocultura do eucalipto que veio empobrecer os solos, destruir as águas, matar a biocenose; a construção especulativa nos solos agrícolas de classe A ao longo do vale do Arda promovidos com a aprovação de um PDM de baixa densidade; as lixeiras municipais com dezenas de toneladas de lixo sem estar tratado e protegido que contamina as águas das ribeiras que vão desaguar ao Arda.<br />
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Em Baião os problemas ambientais não têm esta gravidade. Em Baião um dos problemas que veio a agravar a coesão territorial foi a fragmentação e a dispersão da centralidade da Vila em Campelo pelas pequenas e artificiais vilas de Santa Marinha e de Ancede. Em nada contribuiu para a coesão territorial, mas acentuou a perda de centralidade municipal num concelho com desequilíbrios territoriais próprios da sua própria natureza geográfica e identidade politica.<br />
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São mais contidos e localizados. A monocultura do eucalipto é muito menor e localizada. Ainda podemos ver de forma muito generalizada a flora e a fauna local na sua melhor qualidade. Contudo o que se passa na Serra da Aboboreira com a abertura de estradões de forma irracional, deve preocupar os poderes políticos e os agentes locais. A água em Baião é de elevada qualidade. Em Arouca já não podemos dizer o mesmo. A qualidade de água em Arouca como por exemplo, nas zonas de Janarde, Meitriz, Regoufe, Alvarenga e Canelas é muito preocupante.<br />
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Era importante proceder a uma monitorização às escorias das louseiras de Canelas para compreender a gravidade da situação. Em Arouca os cancros e as leucemias são uma realidade muito preocupante.<br />
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Enfim, faço votos que neste período eleitoral as pessoas possam discutir de forma aberta, plural e com sentido de responsabilidade estes assuntos.<br />
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Pois, o futuro de Arouca está em risco. E cada um de nós não pode continuar a meter a cabeça na areia como se nada de muito grave não estivesse para acontecer.<br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-4395223864981936312017-05-12T17:07:00.002-07:002017-05-13T09:58:41.898-07:00Fazer das Tripas Coração<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Um Porto cidade. Um Porto de marca!<br />
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Uma cidade tabulheiro de xadrez... peças de porcelana dançam de quadrado em quadrado, de lugar em lugar, de sala e salão à procura de um rei de papelão.<br />
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Eleições à porta cheque mate à rainha. Atrás bem a má sorte!...<br />
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Ver passar as damas de mão em mão, trocando de pares de acordo com o ritual da ocasião. Entre momentos de pausa e de frenezim, os jogos de paciência são cartas tiradas de cima de mão.<br />
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Entrevistas ao senhor deputado, ao alcaide e ao escrivão...<br />
Tratam temas tão banais que se julgam uns sábios de ocasião....<br />
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Em dias santos e feriados lá andam de cana na mão...<br />
pescam tainhas para vender nas bancas de S. João.<br />
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Ao lado dos chefes por entre sorrizos e piscar de olhos lá encontram o rapé do sacristão...<br />
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E o coitado do zé povinho tira a caca do nariz e "bota" lá para o doutor juíz.<br />
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Cada um cata o que pode em dia de festa ou de comemoração. Lá vão todos empalhados de cravo ao peito, solenes e pretenciosos, levam na mão toda a vontade de um dia serem um lampião.<br />
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Ouvem-se as vozes. O bater das botas. Os gritinhos da manifestação! Há festa de São João!<br />
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Um mar de gente perdida entre as ruas da baixa, desce pelo padrão! São tantos os cantos que cada um se sente um rei na forma como mija pró chão!<br />
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Fazem-se à rua, ao bairro, à ilha com ganas de gente que trás na boca a vida inteira... Numa cidade que gasta nas tripas a moeda que trás na algibeira.<br />
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São vozes, são queixumes, são relampagos que estoiram na Sé, na Lapa e deixam um lastro de luz que lembra um coração de liberdade. Que se encontra prisioneiro desta cidade.<br />
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Fazem das tripas coração.<br />
Prometem o que o diabo não dá nem tira. Falam do presente celebrando o ritual de S. João.</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-38478693600933548312017-04-11T09:18:00.004-07:002017-04-11T09:18:35.731-07:00SALADA DE FRUTAS Á MODA DO PORTO<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Nestas próximas eleições para a Câmara Municipal do Porto vamos voltar à luta clássica entre partidos. Confirma-se que os Movimentos de Independentes não conseguem resistir ao cerco das máquinas partidárias.<br />
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Rui Moreira que aparece como independente em 2013 é agora o cabeça da candidatura do PS com o apoio temido do CDS da Foz.<br />
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O PS cercou e engoliu o independente Rui More<span class="text_exposed_show">ira na acção e na programação política. A morte permatura de Paulo Cunha E Silva atirou Rui Moreira para os braços de Manuel Pizarro. Os independentes perderam o ideólogo e programador Cunha E Silva e deixaram um Rui Moreira sem possibilidade de garantir a sua agenda política para a cidade. </span><br />
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<span class="text_exposed_show">Num exercicio de equilibrios contraditórios Rui Moreira lá vai gerindo a sua vereação cada vez mais ao gosto do aparelho do PS local e distrital e cada vez menos Independente e Alternativo. Essa realidade é bem notória na gestão da DomusSocial por Manuel Pizarro e pelos gestores executivos da Empresa Municipal de Habitação Manuel Carvalho Alvares e Barbosa Pinto. Um dos exemplos mais problemáticos é a relação com a SRU em confronto com os instrumentos de planeamento de de gestão urbanística.</span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span><span class="text_exposed_show">Nestes últimos tempos temos tido mais PS e menos Rui Moreira. O seu programa para a Habitação e Inclusão Social foi colocado à margem pelo Vereador do Pelouro da Habitação.</span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span><span class="text_exposed_show">Rui Rio aparece pela primeira vez no apoio directo contra Rui Moreira, e divide a sua base de apoio. O núcleo duro de Rui Rio que acompanhava Rui Moreira como se vai posicionar? Qual o papel de Rui Nunes nesta nova candidatura do PSD? </span><br />
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<span class="text_exposed_show">Os poucos vereadores da ala social democrata como Guilhermina Rego ficam suspensos ou será que abandonam Rui Moreira neste novo mandato. A Vice-Presidente da Câmara do Porto vai apoiar quem? Vai nas listas de quem? do PSD? do PS com Rui Moreira?...</span><br />
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<span class="text_exposed_show">Pizarro lá vai gerindo a situação com António Costa no horizonte. Fala-se de compromissos entre Moreira, Costa e Pizarro. Na política tudo é possível. Os interesses pessoais e familiares podem interferir na luta politica e consequentemente mudar os cenários lógicamente previstos. </span><br />
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<span class="text_exposed_show">Rui Moreira e o PS de Manuel Pizarro correm riscos muito grandes neste próximo acto eleitoral. Sem ninguém contar: as eleições estão em aberto. Aquilo que seria um cenário lógico e normal de uma vitória de Rui Moreira, transformou-se num cenário de duvida e de imprevisibilidade. A partir daqui, está lançada a duvida e aberta a corrida eleitoral. </span><br />
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<span class="text_exposed_show">Rui Moreira sem a sua base de apoio independente, sem os seus directos apoiantes, sem a sua máquina vai concorrer pelo PS. Vai ser uma luta dificil e complexa.</span><br />
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<span class="text_exposed_show">Será que o PS do Porto vai ter folgo para esta luta? com uma esquerda arrumada, bem apoiada, com candidatos muito fortes e com uma qualidade civica e política inquestionável.</span><br />
<span class="text_exposed_show">Vamos ter eleições e está aberta a alternativa!</span><br />
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<span class="text_exposed_show">Mas, ainda pode caír o Carmo e a Trindade...Um Rui Moreira sem o apoio de uma parte dos independentes e do PSD; um PS que não quer Rui Moreira. Associando às trapalhadas do PS distrital com os cenários de balcanização em Matosinhos, como se comportará os socialistas do Porto!</span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span><span class="text_exposed_show">Mas acima de tudo a ausência de Luís Filipe Menezes que uma parte da cidade não queria a governar a cidade do Porto. Rui Moreira explorou muito este facto de ser uma candidatura contra os aparelhos, contra os clientelismos partidários, contra os "boys" dos partidos. Como é que vai justificar esta dependência ao aparelho do PS distrital?... </span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span><span class="text_exposed_show">Uma coisa é o apoio de um partido pequeno e insignificante na cidade como o CDS. Outra, é o apoio de um partido com a dimensão do PS. Mas, acima de tudo um PS com fortes clientelas e interesses na cidade. Um PS manietado por um conjunto de familias e de amigos que vão desde os Lage, os Gaspares, os Sampaios, e tantos outros que na escuridão dos directórios manipulam e deturpam a vida democrática dentro do PS Porto. </span><br />
<span class="text_exposed_show"><br /></span><span class="text_exposed_show">Como vai interagir Rui Moreira com esta máquina de politicos que se enternizaram no aparelho socialista!</span><br />
<span class="text_exposed_show"><br />Bloco de Esquerda e o PCP com muito espaço eleitoral....isto promete! Espera-se uma Esquerda Renovada e com apoio social de base. Se assim for, temos alternativa!</span></div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-63321521031247332682017-01-31T07:02:00.001-08:002017-01-31T07:13:47.746-08:00Pensar Arouca. Continuidades e Descontinuidades!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img alt="Image result for arouca" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQqu3SyqzPXm_dEeeMRneugEqMbqU-Nh7Tzu8lxhkSCXWlXxwE8gg" />Perante o fim de mais um mandato dos governos locais, começam a surgir os primeiros sinais de novas candidaturas. daqui a uns meses vamos novamente eleger os nossos representantes dos governos locais (Vereação de Câmara e Assembleia Municipal) e Juntas de Freguesia para mais um mandato de quatro anos.<br />
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Pode parecer estranho mas não deixa de ser legitimo que um filho natural de Arouca venha aqui e agora falar dos candidatos à governação da sua terra de origem - Arouca.<br />
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Tenho acompanhado a vida política arouquense de uma forma tranquila e despreocupada no que se refere aos partidos locais, aos movimentos cívicos que por lá aparecem e vão dando prova de vida, bem como a dinâmica cultural e cientifica que se vai desenvolvendo.<br />
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Esta semana ficamos a saber que o PSD local apresentou o Sr Fernando Mendes, empresário de Arouca, actual presidente da União de Juntas de Arouca e Burgo a candidato a Presidente para a Câmara Municipal de Arouca. Esta apresentação contou com o apoio presencial do Presidente Nacional do PSD Dr Pedro Passos Coelho.<br />
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Numa Vila e Concelho que foram e ainda são dominados por uma maioria absoluta do PS na Câmara Municipal (Vereação), com a saída do actual Presidente Engº Artur Neves, que espaço terá o PSD para se afirmar numa candidatura que é o prolongamento do aparelho e dos mesmos homens que controlam o PSD durante as duas últimas décadas. Porque esta Candidatura não trás nada de novo a não ser a energia, a capacidade de trabalho e a dedicação do meu amigo Fernando Mendes.<br />
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Com esta lógica política o PSD não faz rupturas, não cria novas sinergias, não implementou mudanças de liderança capazes de levantar uma candidatura para uma vitória nestas próximas eleições. Neste cenário político o PS do Eng.º Artur Neves e António Tavares podem estar mais tranquilos porque não parece que esteja construída uma alternativa capaz de retirar o PS da liderança local.<br />
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Infelizmente, o PSD continua com os mesmos protagonistas e não se acredita que possam surgir mudanças substantivas capazes de elevar o PSD para um resultado digno.<br />
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Contudo ainda falta muito tempo! O PS ainda não apresentou o seu candidato. Fala-se em Margarida Belém, a actual vice do Eng. Artur Neves. Uma escolha natural mas com algumas fragilidades. Não se conhece à Margarida Belém uma história de combate político e de liderança. Uma coisa é o trabalho como vereadora e vice na sombra do actual Presidente Artur Neves.Mas outra, é a liderança e a capacidade combativa que se lhe não reconhece. Contudo a Margarida Belém pelo que tem feito merece esse voto de confiança.<br />
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O CDS.PP também ainda não apresentou a sua candidatura. Nos últimos anos tem sido um partido com uma presença forte no governo local, particularmente na Assembleia Municipal.<br />
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O PCP também será mais activo e tem feito algum trabalho de organização e de sensibilização na defesa do ambiente, do património, da economia e do trabalho.<br />
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E por último, qual o papel dos independentes nestas eleições! Será que vão novamente reaparecer! Se assim acontecer, espera-se que o façam com mais força social, com mais participação, com mais cidadania activa, com mais renovação, com mais programas e com mais Arouca!<br />
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Avizinha-se uns meses de grande dinâmica na organização das listas, dos programas e das estratégias. Arouca merece um bom debate político capaz de olhar de frente para os seus problemas, discutindo, problematizando de forma a consolidar programas alternativos que possam desbloquear os seus atrasos e que possa acima de tudo sonhar com novos tempos.<br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-15152947637905718552016-11-15T04:06:00.002-08:002016-11-15T04:10:07.236-08:00PLATAFORMA DE CIDADÃOS BONFIM 21 <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<img alt="Image result for bonfim porto" src="data:image/jpeg;base64,/9j/4AAQSkZJRgABAQAAAQABAAD/2wCEAAkGBxITEhUTEhIWFhUXGBUXFhgWFhYXFxUYFRUWFhUYGBcYHSggGBolHRYVIjEhJSkrLi4uFx8zODMtNygtLisBCgoKDg0OGhAQGzAfHyUtLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLS0tLf/AABEIAMEBBQMBIgACEQEDEQH/xAAcAAABBQEBAQAAAAAAAAAAAAACAAEDBAUGBwj/xABIEAABAwIEAgYGCAMFBgcAAAABAAIRAyEEEjFBUWEFEyJxgZEGMqGxwdEUQlJicpLh8AeCshUjM9LiNEOiwsPxFiRTc5Oz0//EABkBAAMBAQEAAAAAAAAAAAAAAAABAgMFBP/EACoRAAICAAUCBQQDAAAAAAAAAAABAhEDEiExQRNRBCIyUmEUQnGRoeHx/9oADAMBAAIRAxEAPwC8AjATgIgF3TjiDUQaiARgIGCGogEQCIBAhgEYanARhqLAENRhqINRhqQAhqIBEAjDUgBDUQajDUQakAIaiDUQCINSAENRhqINRtalYAhqMNRBqkDUmxgtajDU4ajDVDY6GaFIGpw1GAobKGARAIg1GGqGykgQ1SBqcBGAobLSGaEYCcBG0KGyhNapmNQtCkCzbLigsqZJJSa6HlAajATgIwF2zmAgIw1EAiAQMYNRhqcBEAkIYNRgJw1GGpAMAiDUQak6o0EAuAJmASATEAwN9R5hJsKHDUYaiDUQaiwGARBqIBGGqbAENRBqMNRhqVjAa1SBqJrUQapbHQIajDUQajDVDY0gQ1GGpw1GGqWyhg1G0Jw1GAobGkMAjAThqMNUNlpDNCMBOGow1Q2UMAiATgIoUNlJCARgJgEQUs1iggEkklJqeWhqMBOGowF3LOQCAjARAIw1KwBARhqJrUYalYAhqMNRBqMBKwBDVWx9BrjSDhpUBFyDIY92ovsLbq8GqHFC9P8AH/06iib0KjuTBqMNRBqNrU7ECGqQNTgIw1S2OgQ1EGowEQClsdDBqINRAIgFLY6GASe8NuSBJAvxcQ1o8SQPFBjMUykw1Kjg1giXHQSYC849Iv4iU6jaYoU3dmsx7usDIe2k/M0C5IJLWmYER3rKU0jWGG5Hp4ajAWL6O+lGGxmbqnEOZlzNeA09qIi5Bvax17wTvAJZrFla3GARNaia1GApbGkMGogE4CIBQ2UMAjCQCeFNlJCThKEUJFpCTpAIoUmqQkk6SRVHmoCIBEGow1dqzkAhqMBEGow1KwBARhqINRBqVgMAqfTHSdPDUjUqdzWjV7jo0fPYAlWMfjKdGm6rUMMaL8TsABuSbALyL0g6YfiqpeRsWsZMhjTqO8wC525AGjRHnxsbIqW5vg4Lm/g2KfphjJJ61lyTl6thAk6DeO9WWelmKJBd1TsuZw7DhcU3gTDtLlcpSwUgTvEaaXBns8VPSwJbOl2vGg3Y7kue8Wfc6KwY70dcz07xA1o0T3F495KmPp/UA/2Zk/8Aun3ZfiuFGGPH3j3FEcLU2J83f5k+vPuL6eHY6zE+n2Ljs06Tf5XO97/gqbPTjpEEnNTIOxpCB3ZYPtXOVaVQDU+Z+SdrKvP2f5VPVl3LWFBfadbR/iLjB61Kg7+Wq3/mhWW/xNrD1sJTPdVLfe0riQKm/wAP0TdY/wDY/wBSfVn3F0Ye09BofxSb9fCEH7tZrvewKh6R+n4xFMU6PXYcn6zXMBc4FpDSQZDC3rCYvIZtmXGPe7h7D+qgpskyBPgbfu6OrLlk9GC2Rrf2hWIOapnsf8VlOqb69qo1x9qyAYsbHnvJ2UrQeHmD8k7SN26d/wAksxeWjW6F6TdSLHMa0Fmcsd2mvBflDnSCAbNAhwI1tcr0T0H9J8TWLvpD6bmhzGQAG1B1hLWO7MAtzZWm31pm1/KRX5n836pOfmB9kkOjXYlNSaIlBM+kcS/IxzjbK1x8gTuoehKzn4ek9xlzmMLja5yiTYAC86L58w2MqsZkpVqrBEZQ9zacbgtbAI5LawfpjjKIDWYpwAAAa5rH2/nBKtzMujwe8AJwvGqP8S8aNX0D+Kn/AJXhWT/FHGCOxhjfXLU//RTnQuiz14JwF5TS/irX+thqTu572+8FXKH8Vj9bCflrfNiWdFrDaPS04C4LAfxNp1HtZ9FqAvc1rYewiXENEzEXK78J2UoiATpJJFCSSSQB56AjDUQaja1dizkAhqka1OAjAUthQwamrVWsaXvcGtaC5zjYNAuSSmqV2NnM4CIJk7GYMcLHyPArzP049KPpDupomaIOot1rm3DvwA6fm+yssTFUEa4WE5uil6V+kL8XVhsik0nq2m20F7h9o37hYXzE08Lh4FvWmCfgFBgaeU/eOvhqAtOkIc3mQfMlc/WTtnUUVGNIqYY+r4K1idB3/Aqnhdu9W8RoO/4FZVqax9DIHus6HU7OgT1lv8TW33R5O5K4wRPeVQqUakVOw/1rdgmRFe4tfVvmOKvMOveVU1oRhbkFT1vFPkM2BvmvnAiM1oN9h58kNQ9rxHwQVP8AEZpfOPMO+aUFbHNtLTuWaIO8jkTO8apVwYtPgASdbQqvRzxkB2vpPEce9WC6Rp+yCk1qXF+SyJpcC0w/j2qYEZS7U7ep/wAQ4qGmIc6ODT/UhpG1O+ofvzqH4hSn1j3D9+1VJUZRk2tS6aY4DyUDmjkNTvsCT7ArKq1apDgA4ies0dF+rcRbvhKCtmmK6QdGm0jSx7901ek0bao8O+RcyeMzuRr4JYj5pPRgtYWUn4KRlYCHaNgiZlTU8K1wm4gnfg4o5MiL+tsD9U7xzG6bAOs6ws8iNIsD8U2tCI6zoB+FEx27d5+Kgq4USNdbyIKvn1rhpuBcutmtt3KvnOUQAL7E8XcUVpYN+ZoY4K0zbuHyQDDz9b3fAK5TJybaHf8ARV+t7QHa9eq29SR2WtiRF9bDbmklY5UqJ8BgyKtOamUdYztA3YMwlwJsCNZ5L33ovGYdtNrG4ptXL9d1Zj3u5uIPyXgmJJDZkeX6qAYepwHkEKVBKGuh9G4jH02Mc8uBDQScsuMDg1slx5AI8JiM7Q7K5s7PGV3lsvmx9Fwg5dPuhd76Keln0h+HwNb+5oMYKUseQa9RjQxjXOEZGGD2QbugSQSDadmbVHpVfp/CMcWOxFIOGrc7ZbyIm3ikrWFwlOm0MpsaxosGtAaAOQCdMRyIopxTUzRzUwpCCZJi8DUxwHFdFzo5ihZSrVGsa57zla0FzidAGiST3ALhenP4kUmnJhW53drtvBa21hl3JJ3MCy47+I/Tj69eA+o1rSW9U4iKbmEgnsgAme8jc6RytJ7gLBpkHW57QIm9ovN94K808dt0j14fhlVyOy9KPTepiaTaORoP+8dlEkyJY2ScrZAJjWBsL8izGOBka/BV8TRcxxB2MEyDJIG411UK88pOTtnqjGMVodFgelHOddoOt55zda9XEWEGCAL876ea5PBNJcAJBveTsNbcyP1Wk3FPI7dnD2/JCKo08JU9Xw96v1Dp3/ArHwQPYP714LRxDzaNZ+BUPcqPpLApt4IxZUQ+pxH5f9SsUHki5E8hHxKmjSMot6A1PW8W+8KyOTnDuJCpVHdrxb7wrArN+0PNAlTuyR/EknvMoKd978v1TdaOKag6Le8oK0JHst5xZtp1i1lVy9r+X3R81Zc7mqv1m/hP/KnuZySWxPUxDwYFORxzAexQ1cQ4GTTAsTLshhxEZRItMK4wwB3BUcbSe90AmI0EEW3gtN/kkipbag08W+JFExFspYBGoja8lSiqXC7C2D9YgzrpCbBMc0kOJNhAMW1FoAU9fRDFplCaN4B753AB0Kr0mAGoIsHAwJ3Y3jzCsUjYdwVYj+8qD7tI/wD2D4It1QZUtUWWtuDGhBFyLgmPDkoq1KGxw0kzz4BS0tAhxPqlF8A4Lcko+r5qP6ONYMzm9YRJF9tOSWFdb98EvpQ4H2fNC0CotKyWuOypgAcp5A6Tayr1XdknlunpNDqbRtA0toREW5BIb5oKuS2m46kCdAJO1geKrU8IAy0z2QBAykZe0ZnWY23KlxrAKZAECW7zq8T71RxuKLTEmCCI8SPktIGWJdI1sPia0CcRV/8AlcPjwgeCS58BziRBdGlphOtNDI+iG4dnByyfSrH0sPQJNZ1Jzg7I4U3VMsCXOhtmwLy4gd+iu4fphjiW7idY2XNfxP6Mp4rCHt5KrMuSXRmzPaC0tkZidhxjkrlKVGEVGzwzpbpM13ufVe6o7NOY2zTdwjbtEnu2FgspzvDutrxQ1ZBi/iII8FGSsD1pEwfx105xEb8kz3xwUI5InOEpjLuDxeUzAO0SeSt2Ogjbe8cZ3VTDluYaWiees6q2/WyaQNmtgG2pmfDxWhWN2/iHxWdgB2Gabe9Xa7wC0TvPlqfap+4a9LLuEpMzHMZHIixh3D92QFgDnRojwmLY18lwHlwd+qrnEtLjB1NuaJEYb1BqetpaR72oKgOdkBsFxzS5gMZmCwJk2J05JVqgnXce8I6eHbUDak+rJbp9ppB82oRUhuj8xBzhszAylptl+6TvKtimJHMiVE2iGguADQSCRoBFrJ/pDeyZ4Ee9J6scX5WUqJqlrS5rJLgDDm6ZaZOjuJf5BTOs8RwI9v6LOoMHV6jsuBjs37NNu3n/AClX3Pl7WgiSeI4GPgqkZovtPZHgqmJrPa9uWIJ7UkAxLZiSNi5TPaWiC06ibExB5aLNx9btNcCCJg6aHJP9JUx3NJvykuGrvNWHxOXYg6HiCean6SxGSmXRNxaeJjVZuEytql2YWzNj+Z0G3d7VJ0viWmmWzclseDxwQ15hxrKQHpCqRmFFoFtXk2A4CEfQ2MdUquzQOz9WY7Lrak/aKVBgLQDplGsxNjFv3qqPQtQNrOmwy++CjdMMri02dDi2kNOUFzhoJImXCdORPkhg9qQQ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/>A Plataforma de Cidadãos Bonfim 21, pretende ser um espaço de cidadania aberta e plural que possibilite a todos sem excepção o direito a pensar e a agir em beneficio da qualidade de vida na freguesia do Bonfim, cidade e concelho do Porto.<br />
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Qualquer cidadão pode participar, propor e desenvolver nesta plataforma as actividades e as acções que achar fundamentais para a promoção do Direito à Cidade.<br />
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Tem como objectivo principal a elaboração de uma Carta de princípios para a dignificação da vida na freguesia do Bonfim. Centrada nos direitos à habitação, na educação, à cultura e ao trabalho.<br />
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Promovendo encontros, debates, visitas aos bairros da freguesia de forma a dar a palavra a todos sem excepção. E deste modo elaborar uma Carta que será discutida e aprovada pelos membros desta Plataforma e que será divulgada em plataforma digital. <br />
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Brevemente daremos a conhecer a Comissão desta plataforma. E um mapa de iniciativas.</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-45827478572605732702016-10-20T03:59:00.005-07:002016-10-20T10:23:14.813-07:00Baião em banho maria!...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;"><br /></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;">Ao falarmos sobre o actual estado da politica no concelho de Baião, torna-se imperativo fazer algumas considerações sobre a realidade demográfica e populacional, sobre a sua estrutura económica e empresarial, sobre a dinâmica social e do trabalho.</span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;"><br /></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">O concelho de Baião integra-se na Nut III, mais propriamente no Baixo Tâmega. Um região com características muito especificas e complexas no que se refere ao subdesenvolvimento do interior rural. Ao analisarmos os dados estatísticos referentes aos anos que vão de 2001 a 2015 verificamos que estamos perante um concelho em absoluta perda de população e num acelerado envelhecimento.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Assim se em 2001 o concelho de Baião tinha uma população de 22.275 habitantes, nos dados para 2015 verifica-se uma quebra de quase três mil pessoas, isto é, uma população de 19.585 habitantes. O índice de dependência de idosos em 2001 era de 26,2 em 2015 sobre para quase 30 %. Mas mais preocupante diz respeito ao índice de envelhecimento do concelho de Baião que em 2001 era preocupante com os seus 88,1 % mas que sobe de forma assustadora para os 104,6 por cento em 2015. Outro dado preocupante diz respeito à Diferença entre Salário mínimo nacional e base média mensal em Euros que corresponde a (- 23%) para 1985 e de (-131%) para 2013. Agravando-se consideravelmente para os anos seguintes até 2015.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">No que diz respeito à estrutura educativa o cenário também não é nada encorajador, pelo contrário verifica-se uma realidade muito negativa e preocupante em termos de futuro da Escola Pública em Baião. </span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Em 2001 alunos matriculados nos ensinos pré-escolar, básico e secundário rondavam quase os quatro mil, isto é, 3.619 alunos; em 2014 assiste-se a uma quebra brutal de alunos que passa para 2.813. Alunos matriculados no Ensino Básico (- a frequentar até ao 9.º Ano de Escolaridade) em 2001 eram de 3.023 e desce significativamente para 1.963 em 2014. Estes dados são muito preocupantes tendo em conta o cenário de crise e de ausência de investimento na economia local e na destruição de emprego nos municípios da Nut III, Tâmega. A partir destes dados podemos projectar um cenário para 2015/2017 de quase catástrofe para o Ensino no Concelho de Baião. </span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;"><br /></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;"> Perante estes dados tão negativos. Perante estes dados as projecções para os anos de 2016/2017 não podem ser de grande esperança e de sustentabilidade social, económica e ambiental do concelho de Baião. </span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;"><br /></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Esta realidade de perda demográfica, de envelhecimento muito grave, de crescimento de dependência, de insustentabilidade educativa deve levar todas as forças vivas de Baião a reflectir sobre que medidas a tomar de forma a corrigir esta situação de fim de linha.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Aqui entram os Partidos Políticos e todos aqueles que desempenharam funções de liderança local. Como é possível que os partidos com representação nos órgãos autárquicos possam ter passado ao lado desta realidade tão preocupante. Como é possível que os partidos na oposição, refiro-me ao único partido com acento na vereação e na assembleia municipal, o caso do Partido Social Democrata de Baião (PSD) tenha sido conivente e cúmplice nesta tragédia concelhia. </span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Só a irresponsabilidade politica desses lideres locais pode justificar um vazio de ideias, de propostas e de discussão sobre a realidade actual do concelho de Baião. Ao longo destes anos, foram sempre os mesmos que se sentaram nas cadeiras do poder municipal. Nada fizeram em prol da construção de uma Esperança para Baião e para os Baionenses. Limitaram-se a ocupar as cadeiras na Assembleia Municipal e na Vereação de forma irresponsável. Mais, a sua postura em nada dignificou a sua eleição e o voto daqueles que neles acreditaram serem os mais capazes para desempenhar tão nobre cargo - servir Baião e o seu Povo.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Onde reside a fonte de tanta incompetência e imoralidade política? Que pretendem estes políticos quando decidem ocupar os partidos como se fossem uma espécie de coutadas pessoais? Que clientelas estão por detrás destas maquinas de conservação de poderes? Como pode ser possível que ao fim de tantos anos de liderança incompetente continuarem à frente dos destinos de partidos como o PSD? Os seus militantes que têm feito para alterar esta triste e doentia situação?</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Concelhos como o de Baião não podem ser liderados por gente sem visão de futuro. Baião não pode ser entregue a gente que não tem a autonomia e liberdade para afirmarem alternativas politicas sólidas e consequentes a partir de programas abertos e discutidos com a comunidade.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9;"><span style="font-size: 12px;">Mas, é a partir de um olhar mais clinico que vamos encontrar algumas destas tristes e medíocres situações.</span></span></span><br />
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f9; font-size: 12px;"><br /></span></span></div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;"></span><br />
<div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;"><span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span></span></div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;">
A partir de um olhar mais meticuloso sobre o interior dos partidos que sustentam a nossa democracia, e ficamos com uma sensação de que nesses directórios reina o vazio, a ausência de programas e de ideias, a banalidade e a esperteza clientelar. Acreditem que o cenário é assustador....</span><br />
<div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span>
<div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;">Um mundo de gente muito pequena, muito insignificante e banal que se coloca à frente dos partidos não para servir a democracia e os povos mas para se promoverem nas terrinhas, nas vilas e nas cidades. Vou tentar fazer neste pequeno paper uma reflexão dura e crua sobre estes furões que comandam as direcções dos partidos do arco do poder!...Estamos perante o desaparecimento das elites locais e regionais em beneficio de uma gente miúda sem identidade ideológica e cultural. </span></div>
<div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span></div>
<div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 12px;">Esta gente miúda procura nos directórios políticos uma linha verde que os coloque em posição privilegiada no acesso a determinados lugares de nomeação política bem remunerados. Uma das características deste peixe miúdo é o seu silêncio e a sua descrição na vida pública, não emitem opinião nem contraditório, não apresentam programa político alternativo, nem fazem do espaço público um lugar de confrontação política com os seus adversários. Não escrevem nem pensam sobre a politica e o futuro das suas terras e dos seus povos. Vivem resignados a um silêncio disciplinado numa espera que a alternativa lhes caia na mão.</span></div>
</div>
</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-22818864204224017292016-10-20T03:59:00.004-07:002016-10-20T05:53:27.746-07:00Baião - O PSD em banho maria!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;">Resumo do paper:</span></div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;"><div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span></div>
A partir de um olhar mais meticuloso sobre o interior dos partidos que sustentam a nossa democracia, e ficamos com uma sensação de que nesses directórios reina o vazio, a ausência de programas e de ideias, a banalidade e a esperteza clientelar. Acreditem que o cenário é assustador....</span><div>
<span style="color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px;"><br /></span></span><div>
<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;">Um mundo de gente muito pequena, muito insignificante e banal que se coloca à frente dos partidos não para servir a democracia e os povos mas para se promoverem nas terrinhas, nas vilas e nas cidades. Vou tentar fazer neste pequeno paper uma reflexão dura e crua sobre estes furões que comandam as direcções dos partidos do arco do poder!...Estamos perante o desaparecimento das elites locais e regionais em beneficio de uma gente miúda sem identidade ideológica e cultural. </span></div>
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<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;"><br /></span></div>
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<span style="background-color: #f6f7f9; color: #1d2129; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;">Esta gente miúda procura nos directórios políticos uma linha verde que os coloque em posição privilegiada no acesso a determinados lugares de nomeação política bem remunerados. Uma das características deste peixe miúdo é o seu silêncio e a sua descrição na vida pública, não emitem opinião nem contraditório, não apresentam programa político alternativo, nem fazem do espaço público um lugar de confrontação política com os seus adversários. Não escrevem nem pensam sobre a politica e o futuro das suas terras e dos seus povos. Vivem resignados a um silêncio disciplinado numa espera que a alternativa lhes caia na mão.</span></div>
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-65880824344467863862016-10-19T18:51:00.001-07:002016-10-19T19:03:24.487-07:00A minha cidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O Porto é a minha cidade. Desde que vim para a Escola Secundária Rodrigues de Freitas que a cidade do Porto é a minha cidade.<br />
<br />
Desde esse tempo que o meu corpo, a minha vida se misturam com esta cidade com rio e mar. O respirar, o sentir, o pensar foram-no e ainda o são em função desta malha apertada de ruelas e becos que vão da Sé até à Foz, dos seus cafés boémios e cheios de estudantes, de burgueses e putas, de homens de negócios e advogados, funcionários do estado com fatos escuros e óculos quadrados.<br />
<br />
Foi nesta mistura possível de gentes e credos tão diversificados que aprendi a conhecer a cidade na sua clandestinidade nocturna, feita de silêncios e transgressões.<br />
<br />
Ao longo deste tempo de cumplicidades e de vida, lá fui registando a minha existência nas mesas dos cafés, nos recantos dos jardins, nas praias do Homem do Leme ou da Luz, nas Arcadas de Miragaia, nos Museus da cidade. Horas de estudo infinito na velha Biblioteca Municipal do Porto, junto ao jardim de S. Lázaro. Foram longos dias de procura, de deriva na cidade onde o tempo não tinha fim e o dia era já longo como a noite.<br />
<br />
O café Piolho era o centro da movida estudantil, mas o Ceuta e o D. Manuel também rivalizavam com o capitólio dos estudantes. Era no Piolho que se organizavam as conspirações, as estratégias para a afirmação da luta estudantil na cidade. O Majestic no seu antigo estilo decadente e desarrumado, lá funcionava como concha de alguma da vida intelectual da cidade. Mas nada de relevante! Sempre cheio como um ovo, por lá circulavam as vozes e as almas mais irrequietas da vida artística da cidade.<br />
<br />
Entre copos e cafés, entre dois dedos de conversa e conspirações, lá fazíamos a via-sacra da noite portuense que podia ir desde o Pipa Velha ao Moinho de Vento, do Cubo ao Anikibobó. Mais tarde aparecem o Labirinto, o Lá-LáLá e a Swing. Espaços bem diferenciados para gostos e companhias também muito diferenciados.<br />
<br />
O Porto também era o porto das tascas, das tabernas e adegas. A Adega dos Irmãos Linos, e a Adega do Olho É Aqui, também lá contribuíam para a integração dos estudantes num outro porto, mais popular, mais tripeiro e familiar. Sem esquecer o Rei dos Galos de Amarante, com o seu cosido tradicional a lembrar as mãos sábias das cozinheiras antigas. Onde parava o Mestre Escultor José Rodrigues, o Frei Geraldo Coelho Dias entre outros artistas e pensadores da cidade.<br />
<br />
O Porto à noite era frio e húmido, sombrio e sonolento, mas cheio de encanto e sedução. Já naquele tempo o Porto era mistério e interdito, revelação e consagração.<br />
<br />
O Porto era fechado e cosmopolita, socialista e republicano, burguês e proletário na sua cultura popular e urbana. As suas associações eram bairristas e progressistas, capazes de fazer a união entre as elites e as camadas populares que viviam nas suas ilhas e bairros históricos.<br />
<br />
Após o 25 de Abril o Porto rompeu com os silêncios, com os medos, veio para a rua, para a praça, para a avenida e gritou pela liberdade, afirmou-se nas lutas urbanas com mulheres que fizeram dos estendais as suas bandeiras, as suas lutas pelo direito à habitação, à saúde e à educação.<br />
<br />
Momentos de afirmação dos movimentos estudantis na defesa dos seus direitos. Era a afirmação de uma escola pública de qualidade para todos sem excepção. Tardes longas de manifestações nos Aliados, nas Praças da Cidade. A rua era a nossa cidade.<br />
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-59281729417036723852016-10-07T03:01:00.001-07:002016-10-07T03:01:10.590-07:00Politica à moda do Porto...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A politica na cidade do Porto encontra-se em estado vegetativo. Porquê? Porque na realidade os partidos políticos que têm responsabilidades na organização de estratégias políticas alternativas para a cidade abdicaram de o fazer, em beneficio de interesses eleitoralistas imediatos.<br />
<br />
O calculismo eleitoral, a falta de uma afirmação programática sustentável e diferente, o vazio de lideranças no interior dos partidos (PS, PSD, CDS e Bloco) colocaram estes partidos numa espécie de reféns do poder actual que governa a Câmara do Porto.<br />
<br />
As Comissões Políticas Concelhias e Distritais destes partidos resignam-se e submetem-se a um poder, a uma liderança que em nada se compagina com a identidade e a força democrática de um partido político. O Porto encontra-se desta forma numa situação de grande fragilidade democrática e de erosão de participação política. Desde as Assembleias de Junta de Freguesia até às reuniões da Vereação e respectiva Assembleia Municipal domina um total cinismo político de conveniência, de interesses que contamina a vida politica na cidade.<br />
<br />
Pela primeira vez, a Cidade vive numa espécie de suspensão política, materializada numa ausência de contraditório, de alternativa, de critica política em beneficio de uma gestão política de emanação personalista.<br />
<br />
Este cenário de erosão politica acontece porque os partidos políticos se colaram à personalidade carismática e forte de Rui Moreira como forma de esconder e sublimar a mediocridade das lideranças locais.<br />
<br />
O Porto vive um momento muito complexo de vazio político, resignado na festaleira cidade que teima em se afirmar como uma top model. </div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-86839695320419963282016-02-12T15:53:00.003-08:002016-02-12T16:09:08.238-08:00Carta a Bruxelas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Meus caros amigos de Bruxelas,<br />
<br />
Portugal é um país com uma longa história, situado numa Península que dá pelo nome de Ibérica. Aderiu à União Europeia na década de oitenta do século XX. Vive em democracia após a queda da ditadura do Estado Novo, com a Revolução de 25 de Abril de 1974.<br />
<br />
A partir daí o povo português de forma determinada envolveu-se na transformação do nosso país, participando na politica, na cultura, na economia. A sociedade portuguesa viveu a Revolução na rua, no campo, na fábrica, na escola, na família com um entusiasmo e um envolvimento nunca visto. Foi um romper de silêncios, de medos, de recalcamentos estruturantes.<br />
<br />
Um Povo e uma Nação libertaram-se do medo!<br />
<br />
A liberdade, a igualdade e a fraternidade começaram a fazer parte do imaginário quotidiano dos portugueses. Mulheres, crianças e velhos vieram à rua cantar a "Grândola Vila Morena" do Zeca.Foram dias, foram meses de celebração colectiva. O Povo português acreditava que era possível. E ainda acredita que é possível! Portugal era um rio de Esperança!<br />
<br />
Contudo, a burocracia, a corrupção, o clientelismo, o dinheiro fácil, os empréstimos fraudulentos, os gestores mafiosos, os partidos e suas clientelas secaram este rio de fraternidade, de igualdade e de felicidade.<br />
<br />
O Povo triste e espoliado dos seus direitos, dos seus bens, das suas casas, das suas famílias, deixasse cair numa espécie de passividade colectiva. Desencanto, dizem uns, resignação dizem outros.<br />
<br />
O nosso povo não sabe onde fica Bruxelas. Pouco ou nada sabe da sua cultura e das suas gentes, dos seus cantões, da sua monarquia, dos seus desgovernos.<br />
<br />
Bruxelas corre o risco de ser a nossa babilónia.Porque nos castiga com normas, com taxas, com regras que nos retiram a possibilidade de sermos uma Nação digna.<br />
<br />
A nossa Jerusalém já não mora para os lados de Bruxelas. Aliás, penso que hoje, ninguém nos saberá indicar o caminho para a Jerusalém Europeia. Nesta incógnita sistémica a desconfiança e os medos não são os melhores conselheiros num mundo em mudanças tão rápidas e assustadoras.<br />
<br />
Ninguém sabe quem governa a Europa, ninguém sabe quem decide pela Europa.<br />
<br />
Os governos deixaram de governar as suas Nações e os seus Povos. A economia já não é a alavanca do progresso, mas a causa da nossa queda como civilização.<br />
<br />
É nesta contextualidade, que escrevo esta Carta a Bruxelas. Bem sei que não me conheces, que eu não sei quem tu és, Bruxelas.<br />
<br />
Mas mesmo assim, não queria deixar de ter escrever esta Carta, porque penso que não és tu a culpada da nossa desgraça. Contudo, és tu que albergas dentro das tuas torres estes burocratas que desgovernam o mundo, que espalham o terror e o medo nas ruas de babilónia.</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-69182290694168495992016-02-11T06:27:00.001-08:002016-02-11T06:27:33.633-08:00Mau, Maria!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Hoje, o ministro da Educação anunciava que estava a ser equacionada a possibilidade de os alunos ficarem a tempo inteiro na Escola.<br />
<br />
Numa tentativa de agradar a todos aqueles que consideram a Escola uma espécie de "prisão", ou de espaço de retaguarda educativa das famílias. Assim, a Escola tomará conta dos nossos filhos durante a formação e durante a educação e os tempos livres.<br />
<br />
Em certa medida, até se podia considerar uma boa medida, uma excelente reforma, uma política em prol da inclusão e da coesão social.<br />
<br />
Mas, há sempre um mas nestas coisas da educação!<br />
<br />
Será que este Estado "falido", excessivamente burocratizado e centralizado terá as condições materiais e humanas para lançar tal medida com suporte de qualidade e de segurança. Penso que não!<br />
<br />
O Estado não garante o aquecimento dos nossos alunos e professores.<br />
O Estado não garante a segurança dos nossos alunos, professores e auxiliares da educação.<br />
O Estado não garante uma refeição digna aos nossos alunos.<br />
O Estado não garante um bom ambiente nas Escolas.<br />
O Estado não garante um espaço feliz na Sala de Aula.<br />
O Estado não garante ensino e formação de qualidade.<br />
Então! Encerremos a Escola Pública? Claro que não!<br />
<br />
Mas como se pode dar um passo de gigante, quando nestes últimos anos a Escola Pública foi desvalorizada com a redução de investimento público na formação, na segurança, na educação e no apoio social.<br />
<br />
Assistimos, ao aumento de turmas, causa de violência e de perda de qualidade de ensino. Ao aumento da carga horária dos seus docentes, que se encontram esgotados e desmotivados.<br />
<br />
O apoio social e psicológico foi desvalorizado com a redução e extinção de contratos de técnicos das áreas da psicologia, da sociologia e antropologia da educação. Os animadores culturais nunca chegaram a fazer parte desta escola inclusiva e interactiva. Os equipamentos da Parque Escolar nunca foram valorizados e dinamizados de forma a alavancar novas sinergias. A relação com a comunidade é um eufemismo!<br />
<br />
Um Primeiro Ministro não pode deixar um Ministro da Educação a gerir a educação como se se tratasse de uma mercearia entre o deve e o haver. Um Ministro da Educação que não conhece os meios, nem os problemas da educação nacional.<br />
<br />
A primeira medida a tomar é criar os Encontro Nacionais para a Educação e a partir daí identificar problemas e necessidades. Possibilitar a construção de um Livro Branco para a Educação XXI. Chamar os parceiros á discussão e à problematização. É tempo de abandonar as catedrais do ministério da educação que de forma redutora e excessivamente burocrata desgovernam a Nossa Educação e o Nosso Futuro!<br />
<br /></div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-7938877652942630202016-01-31T10:18:00.001-08:002016-01-31T10:18:15.406-08:00Variações menores de um partido à beira do Abismo!...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Numa análise rápida à vida partidária nacional e regional constatamos que alguns dos partidos do chamado arco da governação se encontram em absoluta desagregação ideológica e programática. Um PSD que abandonou a matriz social democrata europeia de Francisco Sá Carneiro. Um Partido Socialista em angustia pelo desaparecimento tutelar do soarismo. Uma esquerda nova que aponta novos rumos e novos caminhos perante a incerteza e a duvida dos partidos clássicos nacionais.<br />
<br />
Mas, gostaria de me centrar aqui na perda de centralidade política e ideológica do Partido Socialista. O PS abandonou desde a liderança de Mário Soares a social democracia e a esquerda renovada e democrática. Transformou-se num partido prático e utilitário, com uma burocracia e uma clientela que lhe dava a razão de ser e de viver. Um partido que viveu encostado ao Estado, centrado na figura de Mário Soares, útil ao capitalismo liberal e financeiro.Mário Soares que desempenhou o papel do monarca republicano num pós 25 de Abril. Uma figura controversa e complexa, que moldou o partido à sua imagem e dos seus legitimos sucessores António Guterres e José Socrates.<br />
<br />
Hoje, é um partido fragmentado sem lideranças carismáticas. Acantonado na sua mais redutora capacidade de acção política. Incapaz de afirmar valores e programas. Vive numa espécie de limbo instrumental, distribuindo lugares por uma clientela menor, localista e provinciana. A sua coligação à esquerda é a prova dessa menoridade ideológica e política. Aliás, sem o programa e a juventude política do Bloco de Esquerda como seria este PS que governa. Certamente, seria mais vazio de programa e de ideias. A Esquerda do Bloco trouxe a este Governo e a este PS novas causas, novas ideias, novos combates.<br />
<br />
Ainda, ontem (Sábado, 30 de Janeiro 2016) o Jornal Público noticiava a candidatura do Vereador do PS na Câmara do Porto, à Distrital do Porto, e dava quase como certo que o PS do Porto, não apresentaria uma candidatura alternativa ao candidato independente da direita Dr Rui Moreira. O que demonstra como este PS se transformou numa estrutura política sem relevância. Ao ponto de ser absorvido por uma candidatura independente forjada pela direita do CDS/PP e do PSD da Foz.<br />
<br />
Aguarda-se que a esquerda renovada do Bloco de Esquerda saiba ocupar o seu espaço e permita a construção de uma alternativa sólida e consequente para o governo da segunda maior cidade do país.<br />
<br />
O Partido Socialista abdicou de ter candidato às Presidenciais e ganhou um candidato da direita; abdica agora de apresentar candidato à segunda maior Câmara do País (O Porto) em beneficio da direita que se instalou na vereação da câmara do Porto e nas suas empresas municipais. Amanhã abdicará de ser candidato à governação do país. quem sabe!<br />
<br />
Fazemos votos que o Bloco de Esquerda se afirme como uma alternativa democrática ao absentismo politico do PS!</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-27381315681518385162016-01-28T10:30:00.001-08:002016-01-29T02:47:50.569-08:00O Pêndulo de Marcelo!...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="Image result for pendulo" height="96" src="https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRzjN-jdIufvC-Mlltg0hKu6LZzxZuYHp08se-eaGJaPz49JbHW" width="200" />As eleições para as presidenciais marcam uma nova fase na luta política portuguesa. A eleição de Marcelo Rebelo de Sousa por uma maioria expressiva de 52%, veio retirar ao actual primeiro ministro a paz política que ele necessitava para poder implementar o seu programa e aprovar a sua proposta de orçamento de Estado para o novo ciclo político.<br />
<br />
Do ponto de vista da análise política temos neste momento duas maiorias. Uma maioria com legitimidade parlamentar, que suporta o actual governo, de matriz socialista e de esquerda. E outra maioria, personificada no recém eleito Presidente da República, mais à direita e popular. A dúvida, não reside na possibilidade de ambas coabitaram de forma mais ou menos tranquila na política nacional. A duvida, reside na vontade de uma direita nacional e europeia não aceitar este governo de maioria parlamentar e legitimo.<br />
<br />
A partir daqui, os cenários complicam-se para o actual ministro. E complicam-se, porque, a situação é cada vez mais insustentável para um PS que não aceita esta coabitação com a esquerda que sempre combateu. Este PS pode ser personificado na patética candidatura de Maria de Belém, e na forma ingénua e quase ridícula como se distribuíram os ministros a apoiar esta figura simpática, mas politicamente artificial.<br />
<br />
Sampaio da Nóvoa foi uma espécie de dulcineia sem D. Quixote. Não se podia pedir mais ao professor que de forma simpática mas nada combativa se apresentou com toda a sua bondade e saber. Mas, como já se esperava, faltou política. Faltaram políticos nestas eleições presidenciais.<br />
<br />
O candidato da direita também não veio da política. Mas do mundo da televisão. Foi eleito um comentador de uma televisão. Parabéns a toda a máquina dessa cadeia televisiva que docemente foram preparando a candidatura e o candidato. Marcelo Rebelo de Sousa, foi eleito não como político, mas como figura pública da televisão. Um presidente que é o produto de uma televisão. Tal como Tino de Rans foi promovido pela televisão mais populista e demagógica. Dois produtos televisivos. Com qualidades e trajectos bem diferenciadas.<br />
<br />
Os únicos partidos que assumiram candidaturas com uma genealogia partidária e programática específica foram a CDU e o Bloco de Esquerda.<br />
<br />
A CDU não teve o resultado que esperava. Ficou mais uma vez provada a nossa natureza anti-clerical. Um ex-padre não adivinhava grande resultado. O país ainda não esqueceu os "padres amaros" da nossa república. O Bloco de Esquerda apostou no mesmo figurino, na mesma lógica, na mesma pedagogia política de combate político mostrando as diferenças entre o seu candidato e os demais. Marisa Matias veio da política e fez política. E o resultado está aí.<br />
<br />
O grande problema está no partido socialista e por arrasto no actual governo. Como é que um líder político se pode deixar cair no erro de que era mais fácil ter umas primárias nos dois candidatos presidenciais (Maria de Belém e Sampaio da Nóva). Um erro primário para quem anda na política à tantos anos e já ocupou cargos de grande complexidade política.<br />
<br />
A partir daqui, o PS e o actual governo vão ser vitimas da sua incoerência política, do seu medo político. António Costa deixou-se apanhar por uma rede de problemas que já não têm solução. Um PS sem autoridade. Um PS sem liderança. Um PS submisso aos lugares que pode vir a distribuir. Mas lugares esses num governo que se encontra a prazo. Uma CDU que necessita de se afirmar no espaço político. Um Bloco que goza de um entusiasmo que o pode levar a uma queda vertiginosa.<br />
<br />
Uma Europa onde quem decide são burocratas e tecnocratas liberais e de direita. Que não gostam desta esquerda, nem deste governo. Que esperavam por este erro grosseiro de António Costa e de toda a esquerda. Uma esquerda que não se uniu, que não se concentrou num único candidato à Presidência da República.<br />
<br />
A política é assim, um mundo efémero marcado pela velocidade dos acontecimentos. Estamos novamente perante o Reino da Política!...António Costa tem sobre si, e sobre o seu governo um presente de grande intensidade e de grande porosidade política e social.<br />
<br /></div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-91538226764135745442016-01-20T14:42:00.002-08:002016-01-20T14:42:14.296-08:00O Retorno do Espaço Público: mimetismo e simulação!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /><div class="MsoNormal">
<o:p><img alt="Image result for espaço publico-porto" height="133" src="https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS88PeXTbZSk06ImT4ZGbY1Iod4yhrz4tBYPElYlMBD12KQjEQi" width="200" /> </o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nos últimos anos a cidade do Porto passou por um processo de
deslocação da sua vida social, económica e cultural do centro da cidade para as
periferias da sua área metropolitana, uma espécie de metropolitização do Porto.
Este fenómeno deu origem ao aparecimento de uma cidade vazia, feita de ruínas
acompanhada por uma rápida e sinistra erosão do espaço económico, residencial e
público. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje, em dia, a cidade recupera dessa sinistra realidade.
Parece que o retorno à cidade é para valer. Contudo, a tematização do espaço
público, a sua especulação por metro quadrado, a procura da cidade para
negócios especulativos e imobiliários introduzem uma selectividade de contornos
assustadores. Julgamos, contudo, estarmos na presença não de uma regeneração da
cidade em prol da valorização da sua complexidade, mas perante um fenómeno de
reabilitação mimética do seu casario e de uma simulação de retorno ao espaço
público no centro da cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Uma espécie de cidade da representação ao serviço de uma
economia global que maximiza os recursos arquitectónicos, a sua memória
patrimonial, a sua imagem de elevada singularidade, tudo isto bem acondicionado
numa marca turística que pretende vender um produto nas redes globais das
cidades turísticas. Mas, que não passa disso mesmo, um produto turístico que em
nada tem de significativo na valorização dos usos quotidianos das pessoas que
vivem e fazem a cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As governanças locais investem milhões de euros na
reabilitação não em função da valorização económica da vida daqueles que vivem
e trabalham na cidade, mas preparando esse casco para a sua integração numa
rede especulativa de interesses financeiros que vivem das mais-valias
turísticas e imobiliárias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Assiste-se, à implementação de um urbanismo ligth, uniforme
e sem poética de gosto globalizado, tipificado nos modelos das cidades
turísticas e globalizadas. De forma a servir de estrutura a um homem-massa,
deslocado e em transito permanente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A cidade do Porto vai assim, criar uma nova exterioridade
urbana, ao serviço de um Homem-Massa (<i>idola
fori</i>), em detrimento do homem publico. O habitante das nossas ruas é assim,
um ser sem interioridade, vazio, simples, uma espécie de homem invisível que
consome o espaço público mas não o usa, não interage com ele porque ausente na
sua relação com a sua identidade. Por outro lado, o Homem das Ruas parece
conformar-se com o seu papel de actor passivo, medíocre e indiferente à vida na
cidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O espaço público é assim, uma espécie de multidão de
“loucos” que circula pelo espaço público, que o usa, que o consume, mas que se
recusa interagir com a sua memória, com a sua história e com a sua identidade.
Uma imensa humanidade intranquila, sem assento, sem território, que se encontra
de passagem para algum sítio, que verdadeiramente desconhece mas que já está determinado
pelo pacote turístico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este homem invisível
ocupa as ruas da nossa cidade, pisa as nossas praças, habita os nossos bares,
num ambiente de festa de loucos, um carnaval diário que faz da simulação e do
mimetismo um habitar transitório, próprio de um nomadismo sem gosto e sem fim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
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<br />
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<br /></div>
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<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-35646093698602577102015-12-31T12:36:00.001-08:002016-01-28T13:53:11.506-08:00A felicidade, o amor e a simplicidade das coisas belas...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O Atlântico rugia forte e tempestuoso. As barracas voavam por entre as dunas anónimas da praia. Por entre as rochas um murmúrio dos tempos que demoram a passar, mas que passam sempre por nós, tão rápidos como as nuvens sobre a platina do mar.Do alto dos céus, um raio luminoso e flamejante, cruzava as novas memórias e levantava as velas das naus que encostadas aos muros da cerca já não navegavam por entre esses mares longínquos.<br />
<div>
<br />
<div>
Marinheiros, pescadores, mulheres de pés descalços, moços e moças de cara azul, erguiam-se perante este raio que explodia sobre a praia e o oceano. Tudo era mágico e maravilhoso. As crianças saíram de suas barracas, brincavam com os feixes de luz que, caíam na areia e faziam círculos mágicos de cores e de movimentos luminosos. Tudo era uma sinfonia aos sentidos e ao olhar. A felicidade irradiava destes homens e mulheres, as crianças abraçavam esta luz de vida, corriam dentro dos seus canais luminosos para um tempo infinito. Infinito e cheio de graça. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
A musica do amor rebentava nesses instantes de loucura e de imprudência humana. A lua cheia apareceu também radiosa de graça. Deu as boas vindas a todos os homens de azul e de outras cores. Os sexos misturaram-se por entre as rochas, e deixavam-se embalar pela noite de luz e de cor, desaguando as suas águas nesse imenso oceano de ondas metamórficas. </div>
<div>
<br /></div>
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A felicidade acontecia neste pequeno espaço de areia de ondas, de água salgada...Um fazer de conta onde a vida é ser e viver ... Uma espécie de néctar divino. A felicidade é um rebentar de onda na praia contra corpos e desejos. Uma dança de gaivotas que riscam o céu com geometrias abstractas e harmoniosas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O amor é absoluto na sua potência relativa, quando nos damos perante o outro de quem nada sabemos de essencial, mas que nos confunde com a sua relatividade da pele, do género ou do credo. No Amor a pele, a argamassa, a estrutura de nada nos serve, mas que em tudo nos desvia do essencial do amor que é o amar sem limites e sem fronteiras. Uma espécie de cais de fronteira, que se move sem cessar, juntando as pontas da linha, as margens dos rios, as águas desavindas. O amor é esse fio que nos liga a uma vida, a uma história e a uma essência.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
O mundo sofre de ausência de Amor, porque afastou as linhas, destruiu as passagens, abandonou a fronteira entre os povos e as culturas, desfez a beleza das pontes que nos ligava por entre os oceanos da diferença. A luz da beleza primitiva caminha solitária por entre as ruas, as vielas, as praças e os bairros. Despida de andores e de barcolas iluminadas.<br />
<br />
Do outro lado da vida... Um cortejo silencioso invade as nossas praças e atira o fogo sobre os céus fazendo estalar foguetes... Por entre uma multidão ruidosa e embriagada só a luz em arco-íris solitário nos prende a esse fio ontológico. Que é a vida de um ser...<br />
<br /></div>
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<br /></div>
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-13537823033724070142015-12-17T05:26:00.002-08:002015-12-17T05:26:40.954-08:00Marcelo Rebelo de Sousa - Alter Ego da Direita!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
muito brevemente por aqui, neste bolg!</div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-32390727301267757102015-12-15T10:44:00.004-08:002015-12-15T10:44:58.525-08:00A Matança de Paris...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A violência que nos entrava pelos olhos nesse dia de Inferno, não era ficção nem uma cena de um qualquer filme de terror. Era sim, a morte em directo numa das mais emblemáticas cidades modernas do Ocidente -, Paris. A cidade das luzes fica banhada de sangue nas suas ruas, nos seus cafés, nos seus restaurantes, nas suas esplanadas e salas de espectáculo.<br />
<br />
Em plena cidade da luz, da arte, do amor e da felicidade, a violência mostra mais uma vez a sua marca de terror, de destruição, de ataque aos valores do humanismo e da liberdade. A França que foi pioneira nos valores do humanismo ocidental, plasmados numa racionalidade que não deixará de espantar pela sua lucidez, pela sua liberdade, pela sua tolerância.<br />
<br />
Uma França que foi modelo do pensar, do escrever, do desenhar, do pintar, do fazer arquitectura em prol dos homens e dos valores sociais. Onde Le Corbusier apresentava a sua casa como uma espécie de máquina de habitar, integrada no seu mais puro racionalismo e funcionalismo ao serviço do Movimento Moderno em Arquitectura. Uma arquitectura à medida do Homem, sem exclusões e sem distinções de classe ou de género.<br />
<br />
Uma França multicultural na sua afirmação social, política e cultural, e na forma como conjugava o verbo receber com integrar.Mas, tudo isto parece ambíguo e contraditório. Um punhado de jovens franceses, filhos das primeiras gerações de emigrantes, sem estudos, sem trabalho, sem direito a um lugar digno na sociedade embarcam numa espécie de cruzada do mal, contra tudo e contra todos.<br />
<br />
Intoxicados por uma ideologia que os oprime e esmaga, tirando partido da sua ignorância e ingenuidade, do seu vazio espiritual e intelectual, grupos extremistas e radicais reconhecem aqui um espaço social propicio ao recrutamento de jovens para implementar um ataque ao Ocidente a partir de dentro desse mesmo Ocidente.<br />
<br />
Paralelamente, grupos da direita radical e violenta, começam a organizar o seu espaço, recrutando nesses mesmos não-lugares, as tropas que um dia os conduziram ao poder. Dois movimentos que nunca aceitaram a democracia ocidental nem as liberdades humanistas e socialistas.<br />
<br />
A Europa, encontra-se aninhada perante a besta que criou a partir de políticas redutoras e neo-liberais, que patrocinaram o facilitismo, o consumismo e a mediocridade social. Uma sociedade do espectáculo e do banal, em detrimento de uma sociedade de mérito, onde a inteligência e a beleza deviam ser os eixos deste Ocidente Moderno e Democrático.<br />
<br />
Patrocinamos a violência fora de portas. Invadimos Estados Soberanos à revelia das Organizações Internacionais. Alimentamos toda uma máquina de guerra em prol de uma economia globalizada e desregulada. Destruímos Estados e Nações. Espalhamos o ódio e a vingança. Construímos barreiras cá dentro e lá fora. Levantamos paredes e deslocamos nações sem terra, sem água e sem pão. Difundimos a crueldade em directo, fomentando a divisão entre bons e maus; pretos e brancos; muçulmanos e ocidentais.E por fim, lançamos o pânico social: muçulmano igual a terrorista.<br />
<br />
Urgente encontrar de novo essa Felicidade cosmopolita e universal.<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-73730409881313014942015-12-12T08:21:00.001-08:002015-12-12T08:21:09.391-08:00O Purgatório da Direita Portuguesa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Depois de tanta escrita, de tanto comentário, de tanta suspeita e ameaça o governo da república é nomeado pela voz do Presidente da República, - Aníbal Cavaco Silva. Com esta aprovação institucional o líder do PS António Costa dá origem a um novo mandato político que se quer de convergência, de compromisso, de contrato com a sociedade portuguesa. Restabelecendo a paz social, a harmonia entre as classes e as instituições, entre as gerações e as corporações.<br />
<br />
Será sem duvida alguma, um mandato de grande complexidade política, de grande exigência ética e moral, de grande sentido de Estado Social. De outra forma, seria o justificar de quatro anos de liberalismo imoral, sem limite e sem sentido social. O anterior governo foi uma espécie de caixa de ressonância dos interesses especulativos ao serviço de um capitalismo global sem alma e sem ética. Tudo que fosse social, educativo, ambiental e civilizado era uma espécie de obstáculo ao globalismo emergente de capitais sem rosto e sem humanidade personificados num punhado de jovens ministros bem formados/formatados nos palácios do capitalismo emergente.<br />
<br />
Um governo que deve governar à esquerda, não pode ser um governo com medo, com duvida, com receio de decidir em prol da reconstrução, porque se trata de reconstruir a democracia e a vida democrática. Restabelecendo os Direitos e os Deveres consagrados na Constituição da República Portuguesa. Introduzindo medidas que renovem a participação cívica, a igualdade de oportunidades: tais como o direito ao trabalho, à educação, à habitação e à saúde para todos sem descriminações injustificáveis.<br />
<br />
Reconstruir a estrutura macro económica do país de forma a garantir equidade entres todas as classes e profissões, devolvendo a independência económica a Portugal e aos portugueses. Resgatar dos capitais mafiosos o Estado e as suas funções vitais: distribuição da água, electricidade, transportes públicos, etc.<br />
<br />
O actual primeiro ministro tem uma grande responsabilidade na gestão desta agenda de restauração nacional. Toda a Esquerda sentiu esse chamamento e respondeu com sentido de responsabilidade a esse desígnio nacional. Pelo menos, é nesse sentido que os portugueses acreditam que se estrutura a maioria que garante a estabilidade governativa do actual governo.<br />
<br />
Mas, não confundir estabilidade governativa com unanimidades acríticas e submissas. Pelo contrário, a estabilidade governativa deve ser construída tendo como base um ponto de convergências inteligentes e diferenciáveis .<br />
<br />
Resultando deste processo o retorno da discussão política à Assembleia da República.<br />
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<br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-78609922943516889792015-10-05T09:55:00.002-07:002015-10-05T09:57:37.436-07:00POLITICA SOBRE UMA ESQUERDA RENASCIDA...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<br />
<img alt="Image result for catarina martins" src="https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTf44REB7ROAraV7Gos_OCBt5IC1qFyyEMvhFPlgu6i3AetYJpQ" />As Eleições de 4 de Outubro de 2015 marcam uma nova fase da vida politica nacional e parlamentar. O Povo Português assim o desejou e assim aconteceu. PSD perde a sua maioria coisa nada difícil tendo em conta as circunstâncias socioeconómicas e políticas nacionais e internacionais.<br />
<br />
O PS como seria de esperar foi castigado pelo seu passado e pelo seu presente. Foi sempre um partido tímido, recuado, entre as tábuas, sem capacidade de luta, de galvanizar os portugueses. O PS esteve sempre à defesa, porque não apresentou um programa fraturante e simbólico, que desse a entender ao eleitorado uma viragem para políticas mais sociais, mais socialistas e sociais democratas.<br />
<br />
Pelo contrário, resguardou-se à espera que a crise, o desemprego, a miséria social e o descontentamento dos lesados do BES, e de tantas outra corporações fossem fazendo o trabalho de critica e de oposição ao actual governo PSD/CDS. Esta postura de remar a favor da conjuntura deu espaço ao PSD/CDS para lançar uma campanha mais agressiva que conduziu a este resultado.<br />
Coisa que seria de todo improvável!<br />
<br />
O Bloco e o PCP fizeram o seu trabalho e apresentaram as suas propostas. De forma simples, directa no contacto com as pessoas nas ruas, nas praças e através dos debates realizados.<br />
<br />
Devemos referenciar a postura e o resultado excelente do Bloco de Esquerda. Um resultado que lhe dá uma grande vitória e consequentemente uma grande responsabilidade.<br />
<br />
O Bloco de Esquerda tem que continuar o seu caminho de consolidação de alternativa ao PS e ao PSD, como partido de governo. Um governo à esquerda e de esquerda. Sem radicalismos, sem frentismos, sem ideologismos anacrónicos.<br />
<br />
Com isto não queremos dizer que o Bloco deva abandonar a sua identidade, a sua matriz politica e ideológica. Pelo contrário deve afirmar-se pelas suas politicas e pelos seus programas sem temer os fantasmas da governabilidade. Parece que quando os Partidos chegam ao Poder e ao Governo ficam sob o efeito de uma certa frustração psicanalítica que os impede de afirmar as suas identidades e genealogias politicas.<br />
<br />
O Bloco tem que assumir o seu papel de partido de poder de forma a condicionar a agenda politica na Assembleia da República Portuguesa e na Europa.Se rodeios, sem zigue-zagues, sem complexos....O Bloco de Esquerda esta mandatado pelo povo português para transformar e implementar uma nova forma de fazer politica.<br />
<br />
O Bloco de Esquerda tem que se abrir à sociedade, possibilitando a participação dos cidadãos na vida politica nacional e a partir daí organizar uma alternativa consequente para as próximas Eleições Autárquicas. Sem esquecer as próximas Eleições Presidenciais.<br />
<br />
O Bloco de Esquerda tem que se reforçar e valorizar o seu eleitorado urbano. Com novas estratégias e novas personalidades que garantam o aprofundamento dos ideais da esquerda democrática.<br />
<br />
É urgente resgatar a sociedade, a economia e a vida publica dos constrangimentos deste capitalismo neo-liberal que assaltou os Estados e os colocou numa situação de reféns dos capitalismos globalizados sem alma e sem respeito pelos valores humanos.<br />
<br />
É urgente acabar com os velhos vicios dos partidos do chamado arco da governação. Que construiram clientelas mafiosas ao serviço de interesses que não os da república e do Bem Comum.<br />
<br />
É urgente transformar esta vitória eleitoral num instrumento inteligente de partilha de poderes e de responsabilidades, sem alienar as vontades e as diferenças, mas levar até àqueles que estavam excluidos da participação política uma lufada de esperança e de oportunidades.<br />
<br />
É urgente que esta esquerda renovada não se contente com o protestar e dê continuidade ao programa que Catarina Martins apresentou e discutiu durante a campanha de forma a devolver a Felicidade aos Portugueses. <br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-55002806603986469012015-08-28T06:34:00.001-07:002015-08-28T16:11:20.658-07:00A Dança das cadeiras em Baião<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<img alt="... de baião josé luís carneiro e paulo pereira procederam no dia" height="240" src="http://tse4.mm.bing.net/th?id=OIP.M1354573af4a19516db698154dd71ad6bo0&pid=15.1&H=120&W=160" width="320" /><br />
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Estamos na presença do fim de um ciclo, ou melhor na mudança de cadeiras na continuidade do mesmo ciclo. Na realidade a saída do Dr José Luís Carneiro da Presidência da Câmara Municipal de Baião não coincide com a mudança de ciclo, nem com a viragem de políticas e de actores. Simplesmente, um dos actores, aliás o actor principal sai mas todos os outros actores continuam na estrutura camarária e política local. O que é normal e por isso nada de mal, nem nada a apontar de negativo.<br />
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O que é preocupante é a ausência de vida política neste concelho e vila por parte das outras forças políticas. Claro que me refiro ao PSD e ao CDS. O PCP é sem duvida o único partido que não tendo representação nos órgãos municipais (Assembleia e Vereação) tem tido uma postura de oposição construtiva e continua na defesa dos interesses do povo e da terra de Baião.<br />
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As outras forças políticas tendo representação nos órgãos locais não têm tido uma intervenção digna desse nome. Não se lhes reconhece um programa alternativo, uma ideia de mudança, uma postura de intervenção civica em prol de Baião e dos baionenses.<br />
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O PSD desde a Dr Emília Silva que abdicou de ser alternativa, de ser uma forma de mudança e de renovação política. Hoje, é um partido sem chama, sem liderança, sem ideias, sem militância que possa implementar uma alternativa sólida à actual governança local. O PSD perdeu a sua rede local, não tem influência na terra e nas instituições mais dinâmicas do concelho (educação, segurança social, trabalho, prevenção, cultura, etc.).<br />
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A liderança do Dr Sá Costa conduziu o PSD de Baião para uma situação de vazio político, de erosão de votos e de mandatos. Perdeu tudo que tinha a perder: vereadores, presidentes de junta, influência nas instituições sociais, culturais e educativas. Para não falar da destruição do PSD de Baião: sem militantes, sem militância, sem liderança, sem norte e sem consistência política e social. A liderança do PSD em vez de unir dividiu; em vez de adicionar subtraiu; em vez de se abrir à sociedade fechou-se no ciclo dos interesses e dos lobbies.<br />
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O PS consegue assim uma mudança de actores políticos sem trauma, sem conflitos, sem pânico nas suas estruturas. O Dr José Luís Carneiro tem esse mérito de ter governando o Concelho durante 10 anos, de forma absoluta, sem oposição, sem ter que dividir o seu poder com outras forças. Nesse contexto soube de forma inteligente passar o testemunho do poder. E dessa forma evitar o trauma da saída que conduz sempre a uma espécie de orfandade política nas lideranças.<br />
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Goste-se mais ou menos do Dr Paulo Pereira, na verdade ele trás essa tranquilidade de continuidade de mandato e de segurança na liderança futura. O PS não cai no vazio. Não permite lutas internas pela disputa de lugares. O PS já resolveu o seu problema.<br />
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Se o PSD actual estava à espera da saída do Dr José Luís Carneiro e com isso abrir um vazio de luta de lideranças no seio do PS de Baião enganou-se redondamente. O PSD é vitima de si próprio. Sem património de oposição, porque na realidade a Dr Fátima Azevedo nunca o foi e nunca o será. E o Dr Sá Costa e seus companheiros são um exemplo de vaidade e de vazio político que espreitava uma oportunidade de fim de ciclo para se impor de forma quase natural à saída do Dr José Luís Carneiro.<br />
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Mais, uma vez o PSD perde uma oportunidade porque se posicionou de forma passiva, medíocre à espera que o fruto caia de maduro sem ter o trabalho de trepar a árvore.<br />
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O PS de Baião mostrou grande inteligência e saber pela forma como soube aproveitar a situação das eleições para a Assembleia da República de 2015; e desta forma resolve tranquilamente a passagem de testemunho.<br />
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O Dr Paulo Pereira tem assim dois anos pare se impor e para consolidar a sua liderança. O PSD se já estava moribundo com a derrota das últimas eleições fica agora sem possibilidade de continuar ligado à máquina / ventilador. O PSD é um partido desligado da realidade. Sem base social de apoio. Sem rede política nas juntas de freguesia. Sem personalidades relevantes na vida local, regional e nacional. Fica reduzido à sua própria insignificância, de um punhado de jovens sem norte e sem leme.Nem nas listas a deputados pelo PSD do Distrito do Porto consegue um lugar de prestigio.<br />
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Podemos concluir que o PSD continua com uma estratégia de aluno preguiçoso, malandrote, oportunista que espera que o adversário cai-a para ocupar a cadeira do poder. O PS não só não caiu como fortaleceu a sua posição e demonstrou sentido de responsabilidade em dizer aos baionenses que sabe programar e pensar o futuro.<br />
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Sem duvida alguma que se podem fazer muitas criticas a este mandato. Mas uma verdade evidente é que o PS de Baião soube reorganizar-se, renovar-se, consolidar-se e é sem duvida alguma a única força política com capacidade até ao momento para liderar o concelho de Baião.<br />
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O PSD perante estas mudanças perde em toda a linha e vê adiada a sua possibilidade de alcançar o poder e a governação do Conselho de Baião.<br />
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Mas, uma terra e um concelho como Baião podem viver sem oposição? Será benéfico para o PS governar sem oposição? Claro que não.<br />
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É urgente que o PCP venha a ocupar alguns lugares na próxima Assembleia Municipal e que os novos partidos se organizem e apresentem uma alternativa a esta falta de oposição em Baião. O PSD não existe e não tem espaço para ser poder.Com apenas um vereador que não se afirmou nem se diferenciou.<br />
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O que fazer ao PSD? Refundar a sua liderança? Repescar os psd`s que abandonaram o partido com a saída da Dr Emilia Silva? Encontrar outras figuras capazes de dotar o PSD de competência, de conhecimento, de dedicação à terra e ao seu povo?<br />
Penso que será muito pouco provável. O PSD vai morrer assim. Melhor, vai continuar neste estado de coma profundo. Sem alma, sem vida, sem relevância...<br />
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Acreditemos na mobilização e na vitalidade da sociedade civil baionense. Na sua capacidade de renovar actores e ideias, na industria, na educação, na cultura, no trabalho, na protecção e segurança, na agricultura e ambiente.<br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-91426873789659428312015-08-24T06:08:00.002-07:002015-08-24T06:12:02.467-07:00Baião. Uma Terra, Um Santo, Uma Festa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A Vila de Baião em Festa. Festeja-se o padroeiro S. Bartolomeu.As ruas estão bonitas, preparadas a rigor como manda a tradição. A ornamentação recebe os forasteiros e os foliões a preceito. As tascas, os cafés, os restaurante apinham-se de homens, mulheres e crianças. O Café Guedes veste-se a rigor com o seu staff. Mulheres bonitas e modernas ocupam as mesas da esplanada, os doces apetitosos espreitam das vitrines. Gulosos esperam pelos pantagruélicos estômagos.As musicas das concertinas em bandos animam as ruas e as entradas dos cafés da Vila.<br />
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Bandos de foliões que sobem e descem a Vila numa romaria incessante. Por entre as ruas, as pessoas, falam, beijam-se, distribuem olhares e falares. São dali ou daqui. Unidos por um Santo, uma Terra e uma Festa.<br />
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As farturas também lá estão. O artesanato também. As bengalas de Gestaçô dão aquele ar queirosiano à festa. A modernidade aparece no interior de um cubo que dá pelo nome de Posto de Turismo com a arte moderna de dois artistas.<br />
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Estes dias são de abundância, de extravagância, de ruptura e de festança. Ninguém falta à festa do santo. Penso que o Santo não se importaria muito com isso. Mas as pessoas não lhe perdoavam essa ausência. <br />
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Os concertos para variados gostos. desde a musica mais pimba ao clássico. As tradicionais bandas do concelho. Que são antigas e nobres na arte de solfejar. A Banda de Ancede a rivalizar em despiques com as outras bandas da região.<br />
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Os homens bons com as suas ricas donas. Ocupam as cadeiras da frente. O Povo como manda a tradição faz o acompanhamento e o fecho da festa.<br />
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O Senhor Padre vestido a preceito também nunca falta. Do alto da sua toga ministra os santos oficios. Define a moral e a pastoral na terra. Do seu munus lá determina quem vai para os céus ou para os infernos.E lembra como S. Bartolomeu matou a besta com a sua espada.Esta luta eterna entre o bem e o mal.<br />
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Mas quando a festa se acaba. Os foliões regressam às suas casas, à sua vidinha e lá esperam pela próxima romaria. As ruas despedem-se. Ficam tristes e vazias. Os cafés lá voltam à sua monotonia. As luzes apagam-se e encerram-se os palcos.<br />
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Nem a politica parece animar a Terra. os actores são menores e irrelevantes. O Santo Bartolomeu é mais forte, milagreiro e em caso de desgraça o povo bem pode sempre contar com ele.Pagam a promessa e mandam os políticos à fava.<br />
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Fernando Matos Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/00931295940402566827noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4344199711481799667.post-71213039236086885812015-04-10T11:53:00.002-07:002015-04-10T11:53:17.434-07:00O Homem de Cetim 1947<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
Estava-mos no ano de 1947. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
Um homem vestido de cetim desfilava
na praça da sua terra. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
Um acontecimento... Pequeno
acontecimento este que dava um colorido diferente em dias de feira. A praça era
dominada por essa figura altiva que se passeava de cetim... Um pijama de cetim.
Comprado pelo ouro da época – o vulfrâmio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%;">
Era o tempo das notas gordas. Dos
sacos pesados de vulfrâmio. Das viagens de taxi para a cidade do Porto. Das
festas regadas a cântaro de vinho acompanhado com sopas e pão-de-ló. Das noites
jogadas a cartas viciadas e fraudulentas. Das estórias de encantar e de meter
medo. Era a época dos lobisomens, das bruxas que tomavam banho nos ribeiros e
roubavam a honra a homens honrados. Das hospedarias apinhadas de forasteiros.
De gentes muito ricas e muito pobres. De vendedores, de traficantes, de
mulheres e crianças que corriam para o apanha. Dias de troca, dias de glória,
dias de abundância, dias de desgraça e de miséria também. Como nos dizia o Zé
Maria de Covelo de Paivó eram tempos do diabo.<o:p></o:p></div>
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