sábado, 30 de junho de 2012

POLÍTICA COM NORTE...



A importância de uma estratégia política para a região Norte passa obrigatóriamente pela criação de plataformas emergentes, que sejam capazes de liderar mudanças criativas e sustentáveis quer no que se refere ao tecido social e cultural, quer também em relação aos modos e às estruturas de produção e transformação industrial.

A importância estratégica da Região Norte, centrada em três pólos essenciais: Porto, Braga-Guimarães e Viana de Castelo, configuram sem duvida alguma três plataformas de grande competitividade no contexto nacional e internacional. Este sistema triangular, fortemente territorializado nas suas bacias hidrográficas, configuram eixos/pólos que devem articular entre si, sociedade e económia, tecnologia e cultura cientifica, reforçando a sociedade local e as  instituições politicas. Traduzindo-se numa equação de maior eficácia e desenvolvimento regional. Refere Castells e Borja (1997:14 e ss.) que em relação às dinâmicas territoriais, não se deve desvalorizar a importância da estratégia do local como centro de gestão do global no novo ssitema tecno-económico.

A região Norte também é constituida por uma grande faixa interior, de montanha que vai do Douro até Trás-os-Montes, com perdas significativas de população activa e taxas elevadas de população envelhecida e dependente. Com um sector económico subsidiário e dependente do Estado, sem grande competitividade, e em estado de sonolência por ausência de criatividade e capacidade de risco. De salientar que a Nut Douro e Alto Trás-os-Montes perderam população por efeito cumulativo dos saldos natural e migratório. Assistiu-se ao êxodo populacional da população para os países da Europa e para as zonas urbanas do litoral, onde se situa a oferta de emprego e de qualidade de vida (Cfr.PDR - Região Norte, 2007).

Contudo a Região Norte é bastante assimétrica no que se refere ao desenvolvimento económico, com a emergência de pólos de desenvolvimento no litoral, nos sectores secundário e terciário e do outro lado, a fragilidade das bases económicas locais e regionais no interior da região. De ressaltar o fraco peso do sector primário no VAB Nacional.

O Porto e a sua cidade foram ao longo dos últimos séculos um espaço de dinâmicas e de sinergias, criando lideranças e elites políticas, culturais e industriais, que galbanizaram a região e o país para níveis de progresso e desenvolvimento que nos aproximavam de outras regiões e países ditos desenvolvidos e modernos. A sua universidade, a sua academia, a sua vida cultural e artística, produziram figuras maiores, capazes de liderar processos e de executar transformações estruturais e modernizantes.

A cidade com as suas elites, com as suas instituições, com as suas gentes, com os seus poetas e industriais, com sonho e poesia, com romantismo e realismo, com teimosia e sabedoria, com as suas periferias e arrabaldes, agora feitos cidades e pólos metropolitanos, deve encontar o seu espirito reformista e dar aquele salto mortal rumo ao desenvolvimento e ao progresso, devolvendo à Região e ao País, aquele sentido de rumo a uma sociedade de esperança e de felicidade.

Para isso, é urgente encontrar alternativas, figuras maiores, que com saber e independência, sintam na sua alma esse chamamento de amor à cidade, à região e à Pátria de Junqueiro. Pedro Homem de Melo, um dos Homens Ilustres do Porto e da sua Cidade, no poema Horizonte: «Este é o caminho que deve / Cobrir-se, apenas, de neve. / O caminho da carne silenciosa, / Onde o verme esquece a rosa./ O caminho da paz. / O Caminho do frio. / Este é o caminho intacto, / Mas vazio» (Expulsos do Governo da Cidade, 1961:23), permite-nos conhecer esta alma dilacerada da grande nação que é o Porto.

Hoje, o Porto e a sua região vivem em estado de apatia social e politica, sem lideranças, sem figuras de estado, sem vozes independentes e inteligentes, sem rumos alternativos, sem imaginação e capacidade de pensar diferente. Vive num estado de sonolência que não se compreende e nem se aceita. O Porto da diferença, da alternativa, da mudança, da utopia vive amordaçado entre o pão e o circo, que Lisboa altiva e poderosa nos concede como dádiva.

O Porto contém ainda essa força criativa na musica, na arquitectura, nas artes plásticas, na moda, na economia, mas a liderança política é ainda uma sombra menor do passado. Não existem figuras de pensamento político que transcendam a vidinha pequena dos partidos, dos interesses, dos vicios, das clientelas que vivem à sombra dos aparelhos partidários numa espécie de sombras vegetativas. 

Onde está o Porto de Antero, de Camilo, de Pascoaes e de Cortesão. O Porto dos Iluminados e Republicanos, burgueses e fidalgos, escritores e artistas. Onde está o Porto cosmopolita e social democrata de Sá Carneiro? Claro que também algumas vozes que se afirmam na defesa do Norte e da Cidade.

Como figura maior deste Porto insubmisso, inteligente e culto, moderno e progressista destacamos o Doutor Rui Moreira. Uma voz do norte, sempre pronta a dar o Norte à sua Região e à sua Cidade.




sábado, 16 de junho de 2012

A Política, hoje

Falar sobre a actividade política hoje, não é tarefa fácil e muito menos apaixonada. A vida pública tem sido conduzida por entre um cenário de sombras, de interesses, de estratégias que em nada dignificam a praxis politica e a vida pública ao serviço de uma causa colectiva.

Os discursos politicos até parecem ter esse imaginário de estar ao serviço de uma causa, de um designio, de uma acção, mas quando sujeitos a uma análise mais fina e cuidada, ficasse com a impressão que estamos num mundo de fazer de conta, de metáfora, de truque, de jogada que nada tem haver com os interesses das populações.

A pratica política sempre foi um rasgo de criação e de imaginação ao serviço de mundos novos, de sociedades alternativas, rompendo com os passadismos e com os conservadorismos toscos que em nada patrocinam a criação de qualidade de vida e um mundo mais progressista e moderno.

Eleitos e eleitores organizam-se de forma mecânica, segundo leis de interesses e de cumplicidades, que em nada dignificam a liberdade e a democraticidade da rez pública. Torna-se necessário reforçar os mecanismos da participação pública na vida política, de forma a transformar as sociedades em ágoras de pensamento critico ao serviço da comunidade e do mundo social.

Quando fazemos uma análise mais concreta deste fenómeno e focalizamos um caso concreto, as nossas duvidas se existiam de imediato se desfazem como fumo.

 Vejamos, por exemplo, o que se passa na vida politica de uma Câmara da Região do EDT (Entre Douro e Tâmega) como é o caso de Baião.

O Partido Socialista liderado por José Luís Carneiro ganha as eleições em 2005 e mantem-se no poder até 2013, isto é, dois mandatos consecutivos. O PSD perde a Câmara em 2005 e em 2009 sofre uma derrota clamorosa, na disputa contra o actual presidente de Câmara, tendo como candidato uma figura que cai em Baião, com o apoio da Distrital, como foi o caso do Senhor José Carlos Póvoas. A imposição ou não deste candidato a Baião transformou-se num epifenómeno da política regional.E consequentemente numa das maiores derrotas que o PSD local teve na sua história política.

Ainda hoje, está por esclarecer como é que este senhor cai como cabeça de lista do PSD em Baião. O Povo de Baião, ia aos comicios e deparava com uma figura cinzenta, pequena, sem oratória e sem conteudo, sem alma, sem energia que fazia uns discursos muito longos e aborrecidos perante uma plateia resignada e orfão de um líder que tinha perdido as eleições em 2005, depois de 12 anos de actividade política intensa e criativa em prol do desenvolvimento das gentes de Baião. Claro que estou a falar da Exma Doutora Emilia Silva, ex-presidente de Câmara de Baião.

O candidato a Presidente e actual vereador na Câmara Municipal de Baião nunca teve bem a consciência desta realidade política. Seguramente, José Carlos Póvoas não tinha e não tem o perfil político para substituir a Exma Doutora Emilia, uma presidente energética, inteligente, trabalhadora, dinâmica com um discurso político que toca nas pessoas e as mobiliza para a mudança necessária. José Carlos Povoas era exatamente o oposto, um simples técnico superior da ARS, que se deslocava à região para tratar dos assuntos da ARS, mas a quem o Povo de Baião não reconhece legitimidade nem autoridade para liderar os seus destinos e o futuro dos seus filhos.

Perante esta realidade política local o PS liderado pelo Presidente de Câmara, associando-se a alguns representantes de instituições locais organiza toda uma estratégia de assimilação de forma a condicionar a actividade da oposição na sua Vereação. Dando a ideia de que tudo estava a correr da melhor forma e que ele era tão bom presidente que nem a oposição o contestava. Nesta estratégia condicionou a imprensa local, as empresas locais, as instituições privadas sem interesses lucrativos, e a oposição local. Nada se passava de relevante da vida politica e na vida partidária. Estavamos perante uma espécie de paz social e política tipo Grande Únião Local.

Durante muito tempo, em Baião a oposição era um fazer de conta, uma fachada que servia outros fins e outros interesses, que não os da democracia e da participação politica aberta e livre das pessoas e instituições. Passava-se a imagem de uma bondade plena, tudo era oásis, paz, desinteresse, bem-publico. A imprensa com as entrevistas ao Senhor Presidente servia para alimentar este estado de coma induzido, esta sonolência politico-partidária, que alguns angustiadamente não aceitavam e não compreendiam. O Povo nos cafés, ao fim da missa, nas feiras e festas lá ia comentando o epifenómeno...

O Vereador do PSD José Carlos Povoas foi assim construindo uma pratica política de sonolência, aprovando quase sempre todas as propostas do PS, sem discussão relevante e sem oposição energética. Foi sempre uma figura irrelevante, sem dimensão pública, sem intervenção nos meios de comunicação. Enfim, uma figura em estado de coma político. Sempre muito bem comportado, dedicado e submisso ao Presidente José Luís Carneiro.

Com a nova Comissão Política do PSD de Baião, tendo como Presidente Luís Sousa e como Vices-Presidente Fernando Matos Rodrigues e Patricia Silva, as coisas mudam substancialmente de rumo. O PSD passa a ter uma agenta política, um caminho a precorrer, com um candidato para concorrer às próximas eleições (o actual Presidente da Comissão Politica - Drº Luís Sousa) e define uma estratégia de defesa e luta por Baião.

Esta nova realidade não encaixa no perfil do Vereador Póvoas que se mantém submisso e dependente da estratégia de assimilação do PS e do seu Presidente José Luís Carneiro. A partir daqui, uma série de acontecimentos muito graves ococrrem entre este Vereador e a actual direcção do PSD de Baião. O que leva à retirada de confiança política a este vereador em reunião da Comissão Política e com o apoio de toda a Mesa do Plenario na pessoa do seu Presidente e Vice-Presidente Drs Nuno Lobo / Carlos Pinheiro.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Encerramento de Serviços Públicos?

O atual governo em virtude de uma situação de grave crise económica e financeira é obrigado a implementar um conjunto de Reformas por todo o país. As comunidades locais, regionais e nacionais, em função do seu próprio mas nem sempre legitimo corporativismo reagem de forma a impedir que tais reformas se implementem por todo o país. As agendas dos interesses locais reagem contra um impeto reformista que se quer Nacional. 

 O governo liderado pelo Dr Passos Coelho tenta explicar aos portugueses a necessidade de implementar essas Reformas de maneira a cumprir com as metas e os acordos do memorando da Troika aquando do resgaste financeiro à Republica Portuguesa por parte da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional. O país por desleixo, mediocridade, arrogância e por clientelismo político foi governado por um governo socialista que conduziu a nossa Nação para o abismo social, económico e financeiro.

 A irresponsabilidade politica do Primeiro Ministro José Socrates e do Partido Socialista atingiu momentos de verdadeiro crime contra o Estado e a Pátria Portuguesa. A politica nacional durante este consulado socialista privilegiou o assistencialismo, os serviços sociais, as economias da dependência e  o artificialismo económico e empresarial.

O Partido Socialista desde a esfera nacional à esfera local viveu num mundo de verdadeira orgia política, de cumplicidades perigosas entre interesses que se não centravam na esfera do bem público, com obras sem interesse local e nacional, com investimentos que se traduziram em buracos financeiros que vão custar milhões e milhões de euros às próximas gerações. Não houve uma governança com sentido de escala e de eficiência entre custos e beneficios.

Perante esta realidade de absoluta ruina nacional o país teve que ser assistido internacionalmente. Evitando desta forma a ruína financeira da nossa República. Assumindo compromissos, metas. reformas, que tinham em vista evitar gastos, perda de eficiência, de eficácia e de sustentabilidade financeira.
Perante esta durissima realidade. O PSD com a liderança do Primeiro Ministro Passos Coelho tinha duas hipoteses ou cumpria com o Memorando da Troika, por muito duro que ele fosse. Ou não cumpria com o dito Memorando. Ou podia fazer à moda socialista, continuar na  mesma linha de (des) governo e afundava Portugal numa crise de miséria, de pobreza, de guerra civil, de convulsões sociais sem precedentes para muitas décadas!

O PSD e o seu governo optou por Portugal.
O PSD e o seu governo optou pela Independência da Republica Portuguesa.

Bem sei. Que não é um caminho fácil. Um trajeto suave.
Espera-nos um processo lento e dificil, penoso, às vezes será até cruel para muitos de nós. Especialmente aqueles que ficam sem emprego, sem esperança, revoltados, angustiados.
E devem ter direito a essa Revolta. A esse grito de insatisfação.
Mas, o nosso governo não pode abrandar o ritmo de trabalho, de luta, pois é aí que mora a nossa esperança, a nossa confiança. É preciso vencer o medo e a angústia e abraçar as mudanças sem medo e sem bloqueios emocionais e corporativistas.

O PSD tem de estar unido, forte e determinado nesta conjuntura política de elevada exigência. Não pode ceder ao corporativismo dos interesses locais e regionais. Não pode embarcar em teses de conspiração e de revolta enter o Partido que Governa e o partido que representa os eleitores na sua escala de proximidade.
O PSD deve implementar desde as Secções Locais às Direcções Distritais programas estartégicos de discussão, de programação e de acção política de forma a alavancar a sociedade portuguesa para as Reformas e para a transformação social, cultural e económica de que o país necessita.

Infelizmente o PSD não tem como parceiro uma oposição esclarecida e aberta. Pelo contrário os partidos da oposição preferem ceder ao oportunismo politico da demagogia fácil tirando proveito das situações de empobrecimento social e económico que eles próprios criaram.

O Partido Socialista ainda vive em estado psiquiatrico. E mais grave ainda em Estado de orfandade. Ainda não encontrou o seu rumo, o seu designio, o seu tempo de mudança. Esta preso aos fantasmas do passado, aos vicios do presente, e não reconhece a sua paternidade na crise em que meteu Portugal e os Portugueses!

O Partido Socialista vive numa espécie de encubadora de ideias demagógicas e populistas. O seu lider é contra a aplicação destas reformas violentas sem duvida, mas que foi ele e o seu partido que as criaram e as não resolveram. E agora oportunisticamente lideram movimentos contra as reformas da justiça, da administração local, das contas públicas. Enfim, são contra a austeridade e a violência das medidas. Mas não foram os socialistas  que assinaram este pacto e não foram os governos socialisats que de forma irresponsavel arruinaram o país e a vida dos portugueses.

Quem pode acreditar num Partido que transformou a vida dos portugueses num pesadelo sem memória?
Quem pode acreditar num Partido Socialista que ainda não tem consciência do mal que fez aos portugueses?

Quem pode dar um voto de confiança desde o Poder Local ao Poder Nacional a um Partido Socialista que ainda vive em estado de euforia e de insanidade intelectual e política?

Claro que ninguém é a favor de uma política que encerra serviços públicos no espaço local, mas tendo em conta a situação em que o Partido Socialista colocou o nosso país em estado de ruína, temos que fazer alguns cortes, alguns acertos, de forma a poupar e a evitar gastar. Aqui compete às nossas Câmaras Muncipais (governança local) assumir politicas pro-activas de forma a alavancar sinergias e vontades.

É urgente que o nosso poder local abandone as festas, as festanças, os folguedos das rotundas, dos passeios, dos gastos inuteis e começem a investir na economia local criando tecido produtivo  em parcerias criativas e inteligentes com as empresas inovadoras, com capacidade de risco em áreas de produto acrescentado abandonando de vez o investimento na construção e no imobiliário especulativo, direccionando os dinheiros públicos não para obras de fachada mas para as economias endógenas, com a criação de infra-estruturas e patrocinando investimento sustentável.