sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Segunda Nota. Proposta Programática de Políticas Municipais Habitação e Inclusão Social

 
 Estas propostas fazem parte da Proposta do Programa Eleitoral que elaborei a convite do Dr Rui Moreira para a Cidade do Porto. Para mim foi um estimulo o convite do amigo e candidato Rui Moreira com o qual tenho tido a oportunidade de colaborar com a publicação de vários destaques sobre as Ilhas da Cidade do Porto na Revista Tripeiro, onde é Director, bem como nas exposições e seminários realizados no Palácio da Bolsa.

Tendo em conta a nossa experiência de quase mais de duas décadas de estudo, de programação e de ensino sobre as Questões da Habitação decidimos aceitar o pedido e elaboramos um programa sério, realista e racional para a cidade. Este programa foi discutido entre ambos e aqui está.

Um conjunto de pontos que se articulam a partir do principio da participação, da inclusão e da cidadania. 


 Ponto Um - Promover a reabilitação dos bairros, ilhas, casas de auto-construção de forma a valorizar as comunidades de bairro e seus laços afectivos e familiares de vizinhança e família;

Ponto Dois – Recuperar os pátios interiores para a construção de equipamentos e zonas verdes para a cidade;

Ponto três – Políticas de renovação urbana que promovam a inclusão e a diversidade social;

Ponto Quatro – Valorização e promoção das Comunidades de vizinhança, alicerçadas nos valores da partilha, da família, da solidariedade e da identidade urbana;

Ponto Cinco – Implementação de Instrumentos que aprofundem a participação dos cidadãos nas questões relativas à habitação;

Ponto  Seis – Valorizar e aprofundar as propostas habitacionais e urbanas em função dos princípios da:

i)                 Centralidade,

ii)               Estrutura/morfologia/rede,

iii)              Estratégia,

iv)             Coerência,

v)               Escala,

vi)             Estrutura social e cultural

Ponto Sete – Promover um modelo de Cidade que identifique como eixos prioritários a:

i)                 Inclusão,

ii)               Cidade participada,

iii)              Urbanismo democrático e inclusivo

iv)             Requalificação dos bairros, ilhas, mercados, jardins e praças

v)               Incorporação de capital internacional na reabilitação do casco da cidade,

vi)             Refuncionalização da cidade vazia, promovendo programas de renovação nos cascos das antigas fábricas da cidade,

Ponto Oito – Monitorizando as Políticas Públicas da Habitação, na requalificação dos bairros e ilhas, ruas e quarteirões, de forma a:

i)                 Garantir que as populações “antigas” continuem a viver no bairro após a intervenção de requalificação,

ii)               Evitar a deslocalização e o desalojamento dos moradores dos bairros populares e ilhas da cidade,

iii)              Reabilitação permita a inclusão de novos grupos sociais, descendentes dos moradores e outros, de forma a renovar e a diversificar o tecido social;

iv)             Valorizar os micro-espaços de habitar e de viver, carregados de valores sentimentais e arquitectónicos;

v)               Requalificar as pequenas hortas e quintais, promovendo o auto-consumo e a economia social com a venda dos produtos de valor ecológico nos pequenos mercados da cidade;

vi)             Valorizar o retorno à Natureza centrada na refuncionalização dos bairros e ilhas em torno da casa e jardim; da Ilha e Horta.


Propostas e Instrumentos a Implementar de forma a ser possível a execução destas ideias programáticas:


- Conselho Municipal para a habitação e Inclusão Social

          Objectivos:

          I ) Assegurar a participação dos cidadãos e demais instituições públicas e privadas na elaboração, programação e acompanhamento das políticas municipais para a habitação e inclusão social,

          Ii ) Será um conselho consultivo direcionado para os problema da habitação, da pobreza e exclusão urbana,

          Iii ) Consituido por: Associações de Moradores, Organizações e Movimentos cívicos, igreja, IPSS`s, Misericórdia, Universidades e Institutos ligados à área da habitação e inclusão social, Associações Comerciais e Empresariais, Sindicatos Patronais da Industria e da Construção Civil, etc.

          iv ) Propiciar a participação da população moradora nos bairros e ilhas da cidade que lutam por uma casa digna,


- Fundo de Materiais para apoio à  Reabilitação Participada e Auto-Construção

- Promover os Inquéritos à Habitação na Cidade

-  Criação do Provedor da Cidade

- Orçamento Participativo

               orientado para 

          i )  a participação dos cidadãos na decisão publica sobre a melhor alocação das verbas do município para as áreas da habitação e inclusão social,

          ii ) colocando em debate público os programas de melhoria de bairros e das ilhas,

          iii ) a inclusão social e o combate à pobreza, os excluidos da habitação que vivem nas ruas da cidade,

          iv ) propiciar a participação da população moradora e dos movimentos que lutam pelo direito a uma habitação digna ( estado, laicos, igreja, universidades e entidades empresariais, IPSS`s, Misericórdia, entre outros)


- Promover os ENCONTROS METROPOLITANOS DE HABITÃO E INCLUSÃO SOCIAL,

- Promover as Conferencias Municipais de Habitação

- Criar o Laboratório para a Habitação e Inclusão Social




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Primeira Nota. Programa Politicas Habitacionais e da Inclusão Social



Este texto é uma síntese do Programa Políticas da Habitação e da Inclusão Social, apresentado ontem na sessão pública na Ilha da Bela Vista, pelo Candidato Independente Rui Moreira, o qual tive a oportunidade de elaborar e definir as linhas estruturantes do mesmo em parceria com o Candidato a Presidente de Câmara do Porto.

Este contém um conjunto de propostas e de estratégias para as áreas das Políticas Habitacionais e da Inclusão Social. Consideramos que não faz sentido nenhum separar a problemática da habitação das questões da coesão social.
Não vale a pena reabilitar um bairro na sua estrutura física e contexto espacial e ignorar os problemas sociais que estão associados à pobreza, à exclusão e miséria social. 

A reabilitação e a oferta digna de habitação são factores fundamentais para uma sociedade mais humana e qualificada, mas sem escamotear o apoio e o acompanhamento das populações aí residentes ou a instalar.

Toda a política habitacional de uma cidade se deve centrar também nos critérios da participação, da contratualização e da inclusão das classes mais desfavorecidas: idosos, crianças, mulheres, pobres e jovens,etc., de forma a possibilitar-lhes o direito à habitação e à cidade. 

Por outro lado, a questão habitacional, tendo em conta o contexto de emergência social em que vive o nosso país, deve ser assunto de primeira prioridade na agenda de políticas públicas e sociais da nossa cidade. 

De forma a erradicar e a resolver as situações da pobreza e da miséria social que fazem das nossas ruas a sua “casa” o seu único “refugio”. Bem como a necessidade de dar à população da cidade uma oferta digna de habitação evitando os esquemas da estigmatização e guetização habitacional dos blocos nas zonas periféricas da cidade e AMP. 

Para isso, vamos apostar na reabilitação dos bairros populares e das ilhas inseridas na malha densa e compacta da cidade, na valorização das comunidades de bairro e ilha, de forma a consolidar vivências e solidariedades, identidades e patrimónios vivos da cidade.

Para isso propomos um conjunto de políticas municipais assentes num diversificado e complexo conjunto de princípios e de objectivos que serão materializados num programa simples e inovador, inclusivo e participativo, sustentável e realizável para as pessoas que vivem ou querem vir a viver no centro da cidade.

Um conjunto de políticas de renovação urbana que promovam conjuntamente a inclusão e a diversidade social na cidade. 

Possibilitando a entrada de outras populações mais jovens , de casais à procura de casa no centro da cidade, de idosos que procuram na Comunidade de Bairro um instrumento para a integração social e o combate à solidão de uma vida condenada a um qualquer centro de idosos ou a uma vida solitária num apartamento de uma qualquer torre, seja ela de luxo ou bloco social.

 Um esforço politico em prol da melhoria das condições de vida das populações das zonas mais pobres da cidade e que vivem face a uma brutal e injustificada precariedade habitacional. 

Os governos locais em sintonia com os programas nacionais e europeus devem concentrar os seus esforços financeiros e técnicos de forma a possibilitar uma resposta a este grave problema mas dentro dos critérios da eficiência e eficácia governativa.

Quando se fala em dar resposta a esta urgente carência habitacional na cidade do Porto, não podemos ignorar a importância da requalificação e valorização dos espaços públicos, infra-estruturas e serviços que constituem com a habitação um assentamento necessário à qualidade de vida e um direito a uma moradia digna para todos.


Propomos uma política habitacional que evite os constrangimentos dos realojados, que evite a deslocalização das populações de forma a destruir comunidades inteiras que são dispersas pelos blocos periféricos. 

Evitar a construção de novos bairros com a renovação e reabilitação dos antigos bairros e ilhas da nossa cidade, e desta forma valorizar os mecanismos da inclusão social e habitacional. 

Promovendo a reconstrução das casas antigas e a manutenção das relações sociais de vizinhança. O melhoramento dos bairros e ilhas a partir de programas e projectos de desenvolvimento social, artístico e habitacional. Valorizando e apoiando os processos participativos dos projectos e programas, no que diz respeitos aos seus aspectos mais substantivos. 

Reconhecendo e apoiando o protagonismo das mulheres nos processos de construção e melhoramento das suas habitações. Incentivar a participação das comunidades de bairro ou ilha nos programas, desde as informações prévias até à consolidação da reabilitação dos assentamentos. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Testemunho Político



Durante seis anos acompanhei e colaborei com a Presidente de Câmara de Baião, Doutora Emília Silva. Fui seu colaborador na área do planeamento, arquitectura e desenvolvimento local. Foram anos de intenso trabalho e programação política. Foram muitas ideias, muitos projectos e muitas as obras que se realizaram nesta terra para a qualidade daqueles que viviam ou escolhiam Baião para sua segunda residência.

As reúniões que tivemos foram muitas horas a discutir ideias, programas e projectos para implementar nas suas vilas e restantes freguesias. Tivemos a oportunidade de realizar um protocolo entre o  Director do Curso de Arquitectura da ESAP, Prof./Arqto Nicolau Brandão e a  Câmara Municipal de Baião na pessoa da Exma Presidente Doutora Emília Silva que estabelecia uma parceria entre ambas as instituições nas áreas da arquitectura, do urbanismo e do ordenamento. Coube-me a mim a coordenação técnica e cientifica de todos os trabalhos. Por dois motivos: o primeiro porque era professor no Curso de Arquitectura; e a segunda porque residia desde 1999 na freguesia de Ovil com a minha familia. Aliás, alguns dos filhos foram registados como naturais de Baião.

A partir daí todos os anos uma equipa de 5 a 8 alunos finalistas de arquitectura vinham para o concelho de Baião. Ficavam hospedados na Pousada da Juventude na Casa de Chavães e procediam a realização de trabalhos de arquitectura, urbanismo e planeamento aplicados às necessidades e às realidades do concelho de Baião em absoluta sintonia com o Gabinete da Câmara de Baião.

Foram muitos os trabalhos realizados no âmbito deste protocolo.Destaco o projecto de Turismo de Montanha para as Aldeias de Currais e Almofrela, o projecto de Albergue para a Escola Primária em Mafomedes, o estudo e levantamento para a qualificação urbana da Vila de Campelo, o Plano de Pormenor para o Campo de Futebol de Prenhô, o desenho de toda a frente de água de Ribadouro, o desenho da nova Igreja Paroquial de Campelo, a nova centralidade Eiriz/Gove, os novos espaços verdes e industriais, bem como todo o projecto para a Vila de Campelo que pretendia projectar Baião para o ANO 2000.

Mais tarde com o apelo da Doutora Emília Silva fui o responsável pela sua candidatura, elaborando programas e dando esclarecimentos pelos vários cantos do concelho. Foram muitos debates, comícios, sessões de esclarecimento.

A Doutora Emília Silva foi para mim um exemplo de servir, de trabalho e dedicação a uma causa, a uma terra e a uma população. Fez imenso por Baião. Dedicou uma parte importante da sua vida a um projecto, mas acima de tudo a uma Terra que ama como poucos a amam, e a serviu como poucos a serviram.

Infelizmente!... Foram muitos aqueles que da Terra se serviram e servem, mas que nada lhe acrescentaram.

O seu mandato autárquico foi uma lição de dedicação a um Povo e a um Terra, - Baião. Foi com muita mágoa que vi e senti a derrota da Dr Emilia Silva.

Com todo aquele cenário populista e a rondar a ordinarice daqueles que tocaram bombos e dançaram noite dentro a queimar caixões e a soltar impropérios a uma Senhora que se dedicou de alma e coração a todos eles.

Foi sem duvida uma noite longa e muito triste e violenta.

Lembro a noite a seguir às eleições que ditaram a mudança de atores políticos em Baião. Estavamos em casa da Doutora Emilia. Era necessário organizar o PSD na oposição. O PSD ao fim de doze anos de mandato na Câmara não estava preparado para lutar na oposição.

Deste modo, a Doutora Emilia convida-me a mim  e a outros companheiros para nos filiar mos no PSD de Baião. Era urgente organizar o PSD local de forma a fazer uma oposição séria e implacável ao populismo e tachismo do PS vitorioso.

A minha resposta natural seria não.

Mas depois de ter estado ao lado desta grande senhora a trabalhar para e por Baião não podia ter outra resposta que não fosse assinar a proposta e filiar-me no PSD de Baião. Tinha clara consciência que não seria um período fácil nem uma luta limpa. Mas as obras e os projectos pendentes assim o exigiam.

Tinha-mos dois problemas.
O primeiro problema: a nova gestão do PS centrado no jovem político José Luís Carneiro. Que inicia uma forma de fazer política centrada no populismo, na intimidação e no clintelismo.

O segundo problema: do nosso lado um punhado de militantes liderados pelo jovem político Nuno Sá Costa, ex- juventude social democrata. Manteve sempre uma posição de ambiguidade face à liderança da Doutora Emilia Silva.

Um punhado de militantes que vinham da Jota e que espreitavam por uma oportunidade para assaltar o poder em Baião. Militantes que nunca ocuparam lugares de destaque no mandato da Dr Emília Silva.

A minha relação com este grupo sempre foi de grande tensão. Primeiro porque não tinha relação com eles, nem fora militante das jotas. Segundo, era um académico ao serviço da praxis política. E acima de tudo, não me reconhecia nesta gente pequena e interesseira, que jogava na intriga e no controle da Juventude Social Democrata uma forma de tomar conta do poder agora vago.

A antiga Presidente de Câmara não se revia também nesta gente, nem lhes dava cobertura. Nem foram beneficiados com os tachos que gostavam de ter tido na gestão municipal durante os seus mandatos. Olhava para eles com desprezo e com desconfiança. Era uma gente sem grande peso político na terra e fora  dela.Sem relevância técnica, cultural e política.
Aliás, foram algumas as vezes em que essa tensão veio a público.Com criticas em jornais contra a antiga presidente de Câmara.

Esta realidade era para mim um estimulo, pois não me revia nesta "gentinha".
Portanto quando tive oportunidade de me opor o fiz com toda a minha força e empenho. Tive o prazer de os afrontar em debates internos e na comunicação social. Ganhei algumas das disputas eleitorais a este pequeno núcleo.

Mas, o momento mais forte e mais digno foi a nossa vitória para a Assembleia Distrital do Porto.

Depois da nossa lista ter sido impugnada pelo "grupinho" dos amigos do Nuno Sá Costa na Distrital.

Foram marcadas novas eleições pelo Conselho Nacional de Jurisdição porque considerou ter havido burla e má fé nas anteriores.E ganhamos com maioria absoluta. Este processo levou à demissão do Nuno Sá Costa de Presidente da Comissão Política do PSD de Baião e a eleições.

Aqui, um dos elementos do grupinho de Sá Costa entra em conflito com o Vereador e antigo candidato à Camara de Baião nas listas do PSD, o Eng Carlos Póvoas (agora candidato nas listas do CDS PP).

Durante este período dois candidatos apresentam intenção de organizar listas para a CPC doPSD. Carlos Póvoas e Luís Sousa. Do nosso não houve interesse em fazer uma candidatura. Na altura eu era o secretário da Mesa do Plenário e não considerava abandonar essa função.

É nesta altura que os "amiguinhos" que sempre conspiraram contra a Doutora Emília Silva se dividem e entram em luta pelo controle do PSD de Baião. Esta guerra interna leva Carlos Póvoas, António José Carvalho e Nuno Sá Costa a uma tentativa de lista. Mas não conseguem organizar os apoios necessários.

Luís Sousa aproxima-se da nossa facção e acaba por ter o nosso apoio. E ganha as eleições.

Neste cenário aceito ser o Vice-Presidente desta Comissão Política, sabendo que não posso confiar em todos os membros que faziam e ainda fazem parte da Comissão Política.

Alguns dos seus membros eram aliados do Nuno Sá Costa e funcionavam com uma espécie de "furões" infiltrados na CPC.

As reuniões eram de uma falsidade e hipocrisia. Ninguém confiava em ninguém, nem confia em ninguém. Uma grande parte dos membros nunca apareceu ou deu qualquer contributo para a Terra ou para o PSD de Baião.

Ninguém queria nada de nada. A Comissão Política funcionou at home, na pessoa do seu Presidente Luís Sousa. Era essa a estratégia.

Este cenário leva a grandes tensões entre o Presidente da Comissão Política e o Vereador Carlos Póvoas. Para isso colaborou o segundo vereador do PSD Gil Rocha. Que fazendo parte do grupinho minoritário, jogava silenciosamente na influência de Luís Sousa.

Acenando com a possibilidade de abandonar o lugar na vereação e da possibilidade de Luís Sousa subir a vereador na Câmara de Baião. Nesta jogada e neste pacto já estava selado o acordo entre ambos para a composição das listas para as Eleições Autárquicas de 29 de Setembro de 2013. No fundo tudo se conservaria da forma anterior.

Com a ressalva de o antigo candidato e agora Vereador Eng Pòvoas ficar de fora!...
Pois se assim não fosse seria um obstáculo a sua estratégia. Estratégia deles!...
Pòvoas cai!...


Nada! Mesmo nada iria mudar com este novo ato eleitoral.
Excepto a queda e o afastamento do vereador do PSD Carlos Póvoas.

As pessoas estavam na expectativa de que novas pessoas e novos candidatos aparecessem nas listas do PSD.
Nada disso!...

Aparecem exactamente os mesmos. Deixando de lado o vereador do PSD Carlos Póvoas, que entretanto com a pressão do Presidente da Comissão Política Luís Sousa e a ajudinha de Gil Rocha e de Nuno Sá Costa conseguem o desejado. Deitar fora o Engº Carlos Póvoas.

E a partir daí afirmar Luís Sousa como natural candidato.Esta cena é demonstrativa do maquiavelismo e da falsidade e intriga que reina na política local ao serviço de gente pequena que em nada serve o Bem Público e a Causa Baião!

Mesmo assim, lá fui colaborando com a CPC. Com a elaboração de estudos sobre a Reforma das Freguesias, do PDM, etc. A elaboração de uma Agenda para Baião. A realização de um Contrato InterGeracional com Baião e o PSD. A realização dos Roteiros, etc.

Como fui verificando que as pessoas na Comissão Política do PSD Baião estavam mais preocupadas nas listas à Camara e à Assembleia e Freguesias do que em organizar e planear acções e programas políticos para o desenvolvimento do concelho e das suas populações. Comuniquei ao Senhor Presidente da Mesa do PSD Baião, Doutor Nuno Costa Lobo que me demitia de Vice-Presidente da Comissão Política do PSD de Baião. Tive a oportunidade de o fazer por escrito via email, e mais tarde via telemovel por uma questão de cordialidade.  Informando o Presidente da Comissão Política do PSD de Baião das razões do meu afastamento.

Depois de entregar a minha demissão.

Conclui que nao havia mais nada a fazer no PSD de Baião e pedi a minha transferencia de militante para outra secção do PSD mas na Cidade do Porto. Abandono assim a minha ligação ao PSD de Baião.

Contudo, gostava de deixar aqui a minha gratidão para com todos os companheiros e amigos que comigo estiveram na luta por uma Terra mais próspera e a Pensar um Baião melhor para todos. Em especial um grande e sentido abraço para com a Senhora Doutora Emília Silva. Uma grande senhora, uma grande mulher, uma grande presidente.

Hoje, a Doutora Emília é também uma grande Amiga.








quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Douro ao pé do mar



São rios de luz
Neste braço de mar
Casarios em ruas e becos
que dão para Este Rio que
É Mar

Largos onde gatos se espreguiçam ao nascer do luar
Silencios
Vazios
De outro mundo
Crianças e barcos
baloiçam num rio que é mar

Gaivotas
Que gritam por estas gentes do mar

Pai-nossos e
Avé-Marias
De outros tempos que ficam
Senhor dos Navegantes
Da luz e da boa viagem
acolhei estas preces
agora que vamos para
O Mar...

Carros eléctricos
brinquedos é só andar
trilhos de ferro e aço
lagarta gigante que se espreguiça do rio ao mar...

Pernas com saias
Decotes nem por isso
Corpos desnudos e belos
baloiçam entre dunas e rochedos
sob o olhar indiferente do Homem do Leme...

Bares,
Cafés
Memórias, registos, imagens
A noite cai
E nasce para o lado da Foz...




terça-feira, 6 de agosto de 2013

Boca de Cena



Marionetas suspensas em
depósitos, armários, caixotes e estendais
entre linhas e movimentos,
coreografia de infinitos traços onde corpos, com braços e pernas
ficam suspensos pela beleza de um sorriso.


Cai a cortina,
salta um grito
aparece uma cabeça grande, colorida e provocante
a musica rebenta-nos os imaginários
sentidos e imprevistos

Bonecos,
bonecas,
coisas horrendas e miraculosas,
ganham vida em braços ágeis  coordenados
pela disciplina de um guião

O artista comanda, dita e faz com que se desfaz a cena
o ritmo, o movimento,
o sim e o não
o dar e o tirar
a maquineta ganha vida e feitiço

Com palavrão
sem palavrão
foda-se a cena
o rei é um boneco feio e lanzudo
um parvalhão!...

Vais para o caixote,
castigo merecido
feio, lanzudo e mentiroso
aqui não voltas
A ser mais actor principal...









Entre paredes



Quarto vazio
paredes brancas
tectos e ângulos rectos
silêncios, memórias, saudades
passos comprimidos entre linhas
corpos ausentes de vida e de tempo

Espaços estendidos entre dois abraços
homem e mulher
tocam -se num abraço que
desliza nas paredes em branco


A luz,
a ausência de ti
o silêncio absoluto
o vazio sublime...


Estivemos lá,
mas alguém se ausentou...

Agora,
é difícil matar o silêncio da ausência,
do abraço,
dos corpos em êxtase

No vazio do nada,
um perfume corre pelos corpos abandonados ao infinito
sublime momento de vida


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Baião. A Política e os Coiotes

Escrevo estas breves linhas, com um duplo sentimento em relação à vida politico partidária no concelho de Baião, mais propriamente em relação aos candidatos do PSD à Vereação e à Assembleia Municipal de Baião.

Faço-o em pleno direito de consciência cívica e política pelo facto de ser "ainda" Vice -Presidente da actual Comissão Política do PSD de Baião,  e  de ter acompanhado este processo desde o inicio até à uns meses atrás. Afastei-me deste processo quando me apercebi, que nele não havia vontade de mudar, de criar alternativa e de transformar a política no concelho. Mas, essencialmente, sentia que havia algo de perverso e de contraditório neste processo. O candidato a Presidente do PSD e atual Presidente da Comissão Política não estava interessado em afrontar interesses e políticas mas dar continuidade ao sistema e às pessoas que representam esse sistema.

A escolha destas pessoas para constituir as listas para este ato eleitoral merecem-me todas um enorme respeito como profissionais e como cidadãos. Mas, infelizmente na política já demonstraram não ter capacidades ou espaço para afrontar os poderes locais e apresentar alternativas e baterem-se por elas. Durante este último mandato estas pessoas fizeram um exercício de silêncios, de cumplicidades, de medos e de ausências nos órgãos para os quais foram eleitos na politica local e também nos Plenários do próprio PSD.

Nunca apresentaram alternativas, nunca apresentaram outras soluções para resolver os problemas do concelho e das suas populações. Nunca usaram os órgãos de comunicação locais e regionais para afrontar, para denunciar, para criticar e para apresentar outras propostas e outras estratégias.

 Durante estes anos passaram mais ou menos silenciosos dentro dos órgãos do PSD local e regional. Foram muitas e variadas as possibilidades de intervir nos plenários locais e regionais e nunca o fizeram nem nunca o promoveram. Como podem apresentar-se em nome do PSD como alternativa política ao PS local. Em nome de quê? e de quem?

Perguntam. E com razão! Mas o que fiz para evitar esta situação. Lancei candidaturas. Fiz programas. Apresentei estratégias e calendários. Discuti em lugares públicos o futuro de Baião e dos baionenses. Representei o partido na Assembleia Distrital do PSD do Distrito do Porto. Levei lá os problemas do concelho e da região do EDT (Entre Douro e Tâmega), como por exemplo: o desemprego, a falência das empresas da construção, a importância do turismo no Douro, a linha Ferroviaria do Douro, a navegação do Rio Douro e a importância dos Cais no Douro, etc. Nas Reuniões da Comissão Política apresentei as minhas propostas e ideias, defendi os meus pontos de vista. Introduzi novas ideias e novas estratégias de acção política.

Durante o processo da Reforma Administrativa das Freguesias apresentei uma proposta, discuti-a no interior do partido a nível local e regional. Fomos às freguesias apresentar a nossa proposta e escutar os residentes. Onde estavam estas gentes que aparecem agora nas listas? que fizeram pelo partido e pelo concelho? que ideias tinham para apresentar aos baionenses? Durante a discussão pública do PDM no Auditório Municipal apresentei ideias, contestei outras em nome do PSD confrontando a Câmara e os seus técnicos. Onde estavam estes candidatos? Silenciosos nas filas de trás. Calados e resignados a uma futilidade sem nexo e sem pudor. E agora apresentam-se como pessoas capazes de liderar a mudança? a reforma? com que capacidades, com que conhecimento.

Outras estavam mais preocupados em discutir e em insultar os poderes que lhes bloqueavam interesses e mais valias urbanas dos territórios familiares. A política dos interesses. Publicamos a News Letter do partido e o seu blog. Contudo nada fizeram para lhe dar continuidade. Não tiveram a capacidade de assumir um programa e uma estratégia com a sociedade local e as suas instituições.

É mais fácil fazer umas visitas patéticas, tirar umas quantas fotos e colocar no face ou na página da candidatura. Tudo tão patético e tão vazio de conteúdo e de programas. Contrariamente, tinha-mos programado a Organização de um Forum com pessoas competentes a nível local, regional e nacional  para a partir daí elaborar uma Agenda BAIÃO XXI,  para os próximos vinte anos. Nas áreas do ambiente, do planeamento, da economia, do turismo, do emprego, da coesão social, da animação cultural, da educação e saúde, agricultura e floresta.

Quem não conhece a Terra que quer governar. Não serve, mas serve-se da Terra e dos poucos cargos que a terra lhes pode dar! Ninguém pode governar aquilo que não conhece e não quer conhecer.

Apresentei ao Presidente da Comissão Política estratégias e programas alternativos, calendários e formas de programação que assentavam na racionalidade de meios e de instrumentos. Nada disso foi considerado relevante. A sua agenda era pessoal e local. O importante era a sua figura o seu hedonismo pessoal e politico. A afirmação da sua figura política no interior do PSD local e distrital. Afastamo-nos! Claro que sim!

Neste momento seria mais fácil continuar calado, afastado do processo e assistir à derrocada do PSD de Baião. O problema é que isso significa uma perda de alternativa politica e um enfraquecimento da vida autarquica em Baião.

 Assim sendo, não me posso calar e esperar pela desgraça. Sinto que o próximo resultado eleitoral vai ser muito difícil para o PSD a nível nacional e a nível local. Lamento, que não se tenha evitado esta situação em Baião.

O candidato a Presidente da Assembleia Municipal pelo PSD merece-me toda a consideração. Mas não tem perfil para estar na vida pública e na liderança política. É demasiado bondoso e comprometido com as pessoas para fazer rupturas e alavancar mudanças fortes e profundas. Não tem esse perfil. Aliás, nenhum dos candidatos tem esse perfil de liderança e de afirmação programática e política.

Meu caro Luís Sousa, lamento que o PSD tenha atingido este nível de divisão interna e se tenha afastado da população de Baião.

Claro que me podem acusar que assim estou a prejudicar a candidatura do PSD em Baião. Pode ser verdade. O que eu duvido que assim seja. Dificilmente se transformam derrotados em vencedores. Esta gente foi sempre derrotada nas urnas. O Povo de Baião não os quer lá! Ponto final...

Contudo demonstro coragem e liberdade em relação às máquinas do caciquismo partidário. Se o fizesse depois das eleições podiam-me acusar de oportunismo político. O que seria legitimo, pois não o tinha feito na hora própria. Pessoalmente seria mais fácil, mas era um ato de hipocrisia e de cinismo político. Com o qual não me identifico nem me reconheço.

Assim, demonstro que não estou dependente de nenhum "tachito" ou de nenhuma promessa de um qualquer lugar em nome da coesão e da conservação dos mesmos no poder. Pelo contrário afronto esses lugares e essa forma oportunista de estar na politica.

O que me preocupa é a qualidade de servir Baião e o seu Povo.
Nada Mais!

domingo, 4 de agosto de 2013

Política em Cenários de Papel



Portugal assiste de forma quase indiferente às lutas politicas em torno das próximas eleições autárquicas. A crise social, económica e política fazem deste momento, um acontecimento político de pouca relevância. Tirando os casos mais polémicos, de algumas candidaturas se poderem concretizar em Lisboa ou Porto, centradas nas figuras de Seara e Menezes. As candidaturas independentes marcam alguma diferença no cenário político, acima de tudo a candidatura de Rui Moreira ao Porto, apoiada pelo actual Presidente da Câmara do Porto, Rui Rio.

As outras candidaturas parecem despertar pouco interesse e pouca mobilização social. Claro que as máquinas lá vão juntando os seus peões em comícios organizados e pagos pelas estruturas partidárias, deslocando os apoiantes profissionais de comício em comício  Enchendo salas, pavilhões, auditórios, simulando entusiasmos, participação e envolvimentos por causas.

Estamos num reino da pura fantasia, do fazer de conta, nada é real e verdadeiro, a emoção e a participação são uma espécie de artimanha para iludir eleitores inseguros e pouco entusiasmados. As imagens com cenários apinhados de multidões podem fazer a diferença na hora de decidir em quem votar.Os aparelhos partidários trabalham na programação, na fantasia, dão os últimos retoques, nos mesmos figurinos. Retocando os mesmos rostos, as mesmas caras, as mesmas figuras. Aparecem estas figuras com ar sinistro,  de fatos escuros às riscas, com gravatas de um colorido pimba e um fundo forte e popular. 

As siglas desapareceram de algumas candidaturas, demonstrando que as ideologias não são importantes nem as cores partidárias. Mas puro engano. As ideologias, os partidos, as cores partidárias estão lá, ocupam e contaminam toda a máquina, que decide os nomes para as listas, os candidatos, os programas e os interesses. Ninguém acredita nesta forma de fazer política. Estamos na presença da demagogia, da ilusão, do malabarismo político, do reino das sombras e das marionetas. 

Até chegar a este ponto gastronómico. O prato político foi elaborado e programado bem no interior do ADN dos partidos políticos. As ementas foram definidas em silêncio, no meio dos aparelhos, dos grupos de influência. Com avental ou sem avental. Os cozinheiros mestres lá foram escolhendo os ingredientes, com mais ou menos sal, ou com mais ou menos pimenta. Alguns são figuras de topo, usam avental e sentam-se na grande mesa, outros são pequenos aprendizes, e servem os mestres de forma disciplinada. Outros há, que são menores em tudo, na postura pública que lhes é negada e inexistente. Outros aparecem e desaparecem de forma tão rápida que ninguém deu por eles. 

Enfim, existem ingredientes de toda a natureza, e de toda a qualidade, uns são mais produto biológico outros são mais produto tóxico.Os cenários estão quase prontos, requintados e definidos. O povo com certeza vai participar na festa, sem grande entusiasmo é verdade. Mas por força do hábito lá vai colocar a cruz em algum dos cenários de papel.

A ementa é sempre a mesma. Os ingredientes são sempre os mesmos. Os sabores continuam a ser os mesmos. As cores são sempre as mesmas. A possibilidade de intoxicação é elevada. A ementa precisa de ser reinventada, desde a mesa aos comensais.Transformando os gastrónomos em políticos de Letra Grande ao serviço da Republica. Uma mudança de regime alimentar que faça rupturas, mudanças profundas, nos gostos e nos sabores da nossa Republica.

Nas candidaturas à cidade do Porto o cenário é o mesmo e provavelmente não se vai alterar muito. Temos um presidente de Câmara que termina funções autárquicas  com o sentido do dever cumprido e com a angustia de ver o Porto, a sua cidade no limite de ser entregue ao seu maior adversário politico - Luís Filipe Menezes. De um lado o aparelho político do PSD da direcção distrital e da concelhia do Porto a apoiar e a programar a candidatura do Senhor de Gaia, do outro lado, a máquina do Dr. Rui Rio a lutar contra esta candidatura que consideram sinistra para a cidade e para o Distrito.

No fundo, estamos perante a possibilidade de dar continuidade a um mandato autárquico que valorizou a independência dos aparelhos partidários e dos lobbies da cidade, centrado durante doze anos na pessoa de Rui Rio; ou entregar o poder da cidade e do distrito a Luis Filipe Menezes, maestro de toda a máquina partidária e representante dos caciquismos e boys da distrital e concelhia do PSD. Sem esquecer claro a importante personagem desta mecânica que é o Dr Marco António Costa.

Nestas Eleições jogam-se no Porto o futuro da Renovação da Social Democracia e do PSD. Só a vitória de Rui Moreira garante ao Porto e no Porto essa possibilidade de abertura política em prol de uma renovação de quadros e de atores políticos.

Não é só o Futuro da nossa Cidade, o Porto que se encontra em disputa.É todo um complexo mundo de transformações e de possibilidades políticas que se confrontam neste território politico que é o Porto. Com a vitória de Rui Moreira é do Porto que se levantam as velas da Renovação Política e se aprofundam as novas tendências da Futura Social Democracia que se encontra manietada por um liberalismo tosco na forma e anacrónico na acção.