sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A Dança das cadeiras em Baião

... de baião josé luís carneiro e paulo pereira procederam no dia

Estamos na presença do fim de um ciclo, ou melhor na mudança de cadeiras na continuidade do mesmo ciclo. Na realidade a saída do Dr José Luís Carneiro da Presidência da Câmara Municipal de Baião não coincide com a mudança de ciclo, nem com a viragem de políticas e de actores. Simplesmente, um dos actores, aliás o actor principal sai mas todos os outros actores continuam na estrutura camarária e política local. O que é normal e por isso nada de mal, nem nada a apontar de negativo.

O que é preocupante é a ausência de vida política neste concelho e vila por parte das outras forças políticas. Claro que me refiro ao PSD e ao CDS. O PCP é sem duvida o único partido que não tendo representação nos órgãos municipais (Assembleia e Vereação) tem tido uma postura de oposição construtiva e continua na defesa dos interesses do povo e da terra de Baião.

As outras forças políticas tendo representação nos órgãos locais não têm tido uma intervenção digna desse nome. Não se lhes reconhece um programa alternativo, uma ideia de mudança, uma postura de intervenção civica em prol de Baião e dos baionenses.

O PSD desde a Dr Emília Silva que abdicou de ser alternativa, de ser uma forma de mudança e de renovação política. Hoje, é um partido sem chama, sem liderança, sem ideias, sem militância que possa implementar uma alternativa sólida à actual governança local. O PSD perdeu a sua rede local, não tem influência na terra e nas instituições mais dinâmicas do concelho (educação, segurança social, trabalho, prevenção, cultura, etc.).

A liderança do Dr Sá Costa conduziu o PSD de Baião para uma situação de vazio político, de erosão de votos e de mandatos. Perdeu tudo que tinha a perder: vereadores, presidentes de junta, influência nas instituições sociais, culturais e educativas. Para não falar da destruição do PSD de Baião: sem militantes, sem militância, sem liderança, sem norte e sem consistência política e social. A liderança do PSD em vez de unir dividiu; em vez de adicionar subtraiu; em vez de se abrir à sociedade fechou-se no ciclo dos interesses e dos lobbies.

O PS consegue assim uma mudança de actores políticos sem trauma, sem conflitos, sem pânico nas suas estruturas. O Dr José Luís Carneiro tem esse mérito de ter governando o Concelho durante 10 anos, de forma absoluta, sem oposição, sem ter que dividir o seu poder com outras forças. Nesse contexto soube de forma inteligente passar o testemunho do poder. E dessa forma evitar o trauma da saída que conduz sempre a uma espécie de orfandade política nas lideranças.

Goste-se mais ou menos do Dr Paulo Pereira, na verdade ele trás essa tranquilidade de continuidade de mandato e de segurança na liderança futura. O PS não cai no vazio. Não permite lutas internas pela disputa de lugares. O PS já resolveu o seu problema.

Se o PSD actual estava à espera da saída do Dr José Luís Carneiro e com isso abrir um vazio de luta de lideranças no seio do PS de  Baião enganou-se redondamente. O PSD é vitima de si próprio. Sem património de oposição, porque na realidade a Dr Fátima Azevedo nunca o foi e nunca o será. E o Dr Sá Costa e seus companheiros são um exemplo de vaidade e de vazio político que espreitava uma oportunidade de fim de ciclo para se impor de forma quase natural à saída do Dr José Luís Carneiro.

Mais, uma vez o PSD perde uma oportunidade porque se posicionou de forma passiva, medíocre à espera que o fruto caia de maduro sem ter o trabalho de trepar a árvore.

O PS de Baião mostrou grande inteligência e saber pela forma como soube aproveitar a situação das eleições para a Assembleia da República de 2015; e desta forma resolve tranquilamente a passagem de testemunho.

O Dr Paulo Pereira tem assim dois anos pare se impor e para consolidar a sua liderança. O PSD se já estava moribundo com a derrota das últimas eleições fica agora sem possibilidade de continuar ligado à máquina / ventilador. O PSD é um partido desligado da realidade. Sem base social de apoio. Sem rede política nas juntas de freguesia. Sem personalidades relevantes na vida local, regional e nacional. Fica reduzido à sua própria insignificância, de um punhado de jovens sem norte e sem leme.Nem nas listas a deputados pelo PSD do Distrito do Porto consegue um lugar de prestigio.

Podemos concluir que o PSD continua com uma estratégia de aluno preguiçoso, malandrote, oportunista que espera que o adversário cai-a para ocupar a cadeira do poder. O PS não só não caiu como fortaleceu a sua posição e demonstrou sentido de responsabilidade em dizer aos baionenses que sabe programar e pensar o futuro.

Sem duvida alguma que se podem fazer muitas criticas a este mandato. Mas uma verdade evidente é que o PS de Baião soube reorganizar-se, renovar-se, consolidar-se e é sem duvida alguma a única força política com capacidade até ao momento para liderar o concelho de Baião.

O PSD perante estas mudanças perde em toda a linha e vê adiada a sua possibilidade de alcançar o poder e a governação do Conselho de Baião.

Mas, uma terra e um concelho como Baião podem viver sem oposição? Será benéfico para o PS governar sem oposição? Claro que não.

É urgente que o PCP venha a ocupar alguns lugares na próxima Assembleia Municipal e que os novos partidos se organizem e apresentem uma alternativa a esta falta de oposição em Baião. O PSD não existe e não tem espaço para ser poder.Com apenas um vereador que não se afirmou nem se diferenciou.

O que fazer ao PSD? Refundar a sua liderança? Repescar os psd`s que abandonaram o partido com a saída da Dr Emilia Silva? Encontrar outras figuras capazes de dotar o PSD de competência, de conhecimento, de dedicação à terra e ao seu povo?
Penso que será muito pouco provável. O PSD vai morrer assim. Melhor, vai continuar neste estado de coma profundo. Sem alma, sem vida, sem relevância...

Acreditemos na mobilização e na vitalidade da sociedade civil baionense. Na sua capacidade de renovar actores e ideias, na industria, na educação, na cultura, no trabalho, na protecção e segurança, na agricultura e ambiente.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Baião. Uma Terra, Um Santo, Uma Festa

A Vila de Baião em Festa. Festeja-se o padroeiro S. Bartolomeu.As ruas estão bonitas, preparadas a rigor como manda a tradição. A ornamentação recebe os forasteiros e os foliões a preceito. As tascas, os cafés, os restaurante apinham-se de homens, mulheres e crianças. O Café Guedes veste-se a rigor com o seu staff. Mulheres bonitas e modernas ocupam as mesas da esplanada, os doces apetitosos espreitam das vitrines. Gulosos esperam pelos pantagruélicos estômagos.As musicas das concertinas em bandos animam as ruas e as entradas dos cafés da Vila.

Bandos de foliões que sobem e descem a Vila numa romaria incessante. Por entre as ruas, as pessoas, falam, beijam-se, distribuem olhares e falares. São dali ou daqui. Unidos por um Santo, uma Terra e uma Festa.

As farturas também lá estão. O artesanato também. As bengalas de Gestaçô dão aquele ar queirosiano à festa. A modernidade aparece no interior de um cubo que dá pelo nome de Posto de Turismo com a arte moderna de dois artistas.

Estes dias são de abundância, de extravagância, de ruptura e de festança. Ninguém falta à festa do santo. Penso que o Santo não se importaria muito com isso. Mas as pessoas não lhe perdoavam essa ausência.

Os concertos para variados gostos. desde a musica mais pimba ao clássico. As tradicionais bandas do concelho. Que são antigas e nobres na arte de solfejar. A Banda de Ancede a rivalizar em despiques com as outras bandas da região.

Os homens bons com as suas ricas donas. Ocupam as cadeiras da frente. O Povo como manda a tradição faz o acompanhamento e o fecho da festa.

O Senhor Padre vestido a preceito também nunca falta. Do alto da sua toga ministra os santos oficios. Define a moral e a pastoral na terra. Do seu munus lá determina quem vai para os céus ou para os infernos.E lembra como S. Bartolomeu matou a besta com a sua espada.Esta luta eterna entre o bem e o mal.

Mas quando a festa se acaba. Os foliões regressam às suas casas, à sua vidinha e lá esperam pela próxima romaria. As ruas despedem-se. Ficam tristes e vazias. Os cafés lá voltam à sua monotonia. As luzes apagam-se e encerram-se os palcos.

Nem a politica parece animar a Terra. os actores são menores e irrelevantes. O Santo Bartolomeu é mais forte, milagreiro e em caso de desgraça o povo bem pode sempre contar com ele.Pagam a promessa e mandam os políticos à  fava.