terça-feira, 11 de abril de 2017

SALADA DE FRUTAS Á MODA DO PORTO

Nestas próximas eleições para a Câmara Municipal do Porto vamos voltar à luta clássica entre partidos. Confirma-se que os Movimentos de Independentes não conseguem resistir ao cerco das máquinas partidárias.

Rui Moreira que aparece como independente em 2013 é agora o cabeça da candidatura do PS com o apoio temido do CDS da Foz.

O PS cercou e engoliu o independente Rui Moreira na acção e na programação política. A morte permatura de Paulo Cunha E Silva atirou Rui Moreira para os braços de Manuel Pizarro. Os independentes perderam o ideólogo e programador Cunha E Silva e deixaram um Rui Moreira sem possibilidade de garantir a sua agenda política para a cidade. 

Num exercicio de equilibrios contraditórios Rui Moreira lá vai gerindo a sua vereação cada vez mais ao gosto do aparelho do PS local e distrital e cada vez menos Independente e Alternativo. Essa realidade é bem notória na gestão da DomusSocial por Manuel Pizarro e pelos gestores executivos da Empresa Municipal de Habitação Manuel Carvalho Alvares e Barbosa Pinto. Um dos exemplos mais problemáticos é a relação com a SRU em confronto com os instrumentos de planeamento de de gestão urbanística.

Nestes últimos tempos temos tido mais PS e menos Rui Moreira. O seu programa para a Habitação e Inclusão Social foi colocado à margem pelo Vereador do Pelouro da Habitação.

Rui Rio aparece pela primeira vez no apoio directo contra Rui Moreira, e divide a sua base de apoio. O núcleo duro de Rui Rio que acompanhava Rui Moreira como se vai posicionar? Qual o papel de Rui Nunes nesta nova candidatura do PSD? 

Os poucos vereadores da ala social democrata como Guilhermina Rego ficam suspensos ou será que abandonam Rui Moreira neste novo mandato. A Vice-Presidente da Câmara do Porto vai apoiar quem? Vai nas listas de quem? do PSD? do PS com Rui Moreira?...


Pizarro lá vai gerindo a situação com António Costa no horizonte. Fala-se de compromissos entre Moreira, Costa e Pizarro. Na política tudo é possível. Os interesses pessoais e familiares podem interferir na luta politica e consequentemente mudar os cenários lógicamente previstos. 

Rui Moreira e o PS de Manuel Pizarro correm riscos muito grandes neste próximo acto eleitoral. Sem ninguém contar: as eleições estão em aberto. Aquilo que seria um cenário lógico e normal de uma vitória de Rui Moreira, transformou-se num cenário de duvida e de imprevisibilidade. A partir daqui, está lançada a duvida e aberta a corrida eleitoral. 

Rui Moreira sem a sua base de apoio independente, sem os seus directos apoiantes, sem a sua máquina vai concorrer pelo PS. Vai ser uma luta dificil e complexa.

Será que o PS do Porto vai ter folgo para esta luta? com uma esquerda arrumada, bem apoiada, com candidatos muito fortes e com uma qualidade civica e política inquestionável.
Vamos ter eleições e está aberta a alternativa!



Mas, ainda pode caír o Carmo e a Trindade...Um Rui Moreira sem o apoio de uma parte dos independentes e do PSD; um PS que não quer Rui Moreira. Associando às trapalhadas do PS distrital com os cenários de balcanização em Matosinhos, como se comportará os socialistas do Porto!

Mas acima de tudo a ausência de Luís Filipe Menezes que uma parte da cidade não queria a governar a cidade do Porto. Rui Moreira explorou muito este facto de ser uma candidatura contra os aparelhos, contra os clientelismos partidários, contra os "boys" dos partidos. Como é que vai justificar esta dependência ao aparelho do PS distrital?... 

Uma coisa é o apoio de um partido pequeno e insignificante na cidade como o CDS. Outra, é o apoio de um partido com a dimensão do PS. Mas, acima de tudo um PS com fortes clientelas e interesses na cidade. Um PS manietado por um conjunto de familias e de amigos que vão desde os Lage, os Gaspares, os Sampaios, e tantos outros que na escuridão dos directórios manipulam e deturpam a vida democrática dentro do PS Porto. 

Como vai interagir Rui Moreira com esta máquina de politicos que se enternizaram no aparelho socialista!

Bloco de Esquerda e o PCP com muito espaço eleitoral....isto promete! Espera-se uma Esquerda Renovada e com apoio social de base. Se assim for, temos alternativa!