domingo, 3 de março de 2013

O Dia da Esperança

Dia 2 de Março.
O dia da Esperança na regeneração política e económica, social e cultural de um país onde o medo, o paroxismo do aparelho do Estado, foi definitivamente ultrapassado pela utopia das massas sociais heterógeneas que ocuparam o espaço público e fizeram da rua e da praça o lugar da cidadania.

Onde o espirito dos participantes abriu novas janelas de esperança num país atormentado pela corrupção política e económica, pela mediocridade e ignorância dos seus governantes e pela até então passividade dos eleitores.

Esta monumental onda de protesto contou com as élites que fartas desta reinante estupidez deram as mãos e vieram para a rua em sinal de protesto. Daqui resulta uma clara consequência.

Mudança na forma de fazer política. Mudança na forma de representação política. Mudança nos aparelhos partidários contaminados pelas cliques e pelos interesses.
Mudança de Estado Democrático.
Mudança de praxis política e de regime.

Numa marcha lenta e muitas vezes silenciosa, os portugueses ocuparam a baixa das nossas cidades em sinal claro de que Portugal não pode continuar a ser governado por um punhado de boys dos aparelhos políticos e económicos.

A Politica é uma arte de governar, com sentido poético e estético, com sentido moral e ético, com determinação mas também com prudência. A Política é governar com as populações e para as populações.

Ao longo desta marcha as reivindicações foram espontãneas, puras, sentidas e verdadeiras. Foram uma expressão colectiva de descontentamento político com grande profundidade social. Claro que também lá estavam os simbolos revolucionários do igualitarismo, da violência e do unanismo. Os antigos valores revolucionários que mudaram regimes, cortaram cabeças, soltaram os prisioneiros e libertaram os povos da opressão de tiranos.

Mas também se cantou a "Grândola" num sinal claro de que é urgente mudar de modelo, de paradigma político e económico que vá de encontro aos interesses da nossa Nação e da nossa População.

Esta marcha é um testemunho de vontade e de determinação no sentido da mudança e da regeneração política nacional. Já não basta a cosmética e os adereços. O Povo reclama MUDANÇAS PROFUNDAS NA VIDA POLITICA NACIONAL.

lIBERDADE. IGUALDADE. HONESTIDADE. CORAGEM. VERDADE. Foi esta rede de valores que mais se viu e ouviu nesta manifestação.

Todos vieram prá rua dar um sinal sentido de impaciencia para com esta classe política. Os Partidos devem tirar daqui as suas ilações e de forma imediata organizarem grupos de trabalho para darem inicios às mudanças que o Povo Português reclama e que considera vitais para devolver a democracia à sociedade portuguesa.

Por último, um conselho muito simples.

Um grupo de mulheres cantavam a "Maria da Fonte" em plena Praça da Liberdade. Foi emocionante o abraço da colega Aurelia Damaso à jovem que cantava através de um megafone. A emoção e o sentimento, a ternura e a solidariedade estão na rua.  A situação está no limite dos limites. O silêncio, a emoção, a raiva estavam contidas mas estavam lá nos peitos de um Povo que numa cidade  Leal e Invicta fez da liberdade a sua existência.