Este texto é uma síntese do Programa Políticas da Habitação e da Inclusão Social, apresentado ontem na sessão pública na Ilha da Bela Vista, pelo Candidato Independente Rui Moreira, o qual tive a oportunidade de elaborar e definir as linhas estruturantes do mesmo em parceria com o Candidato a Presidente de Câmara do Porto.
Este contém um conjunto de propostas e de estratégias para as áreas das
Políticas Habitacionais e da Inclusão Social. Consideramos que não faz sentido nenhum separar a problemática da
habitação das questões da coesão social.
Não vale a pena reabilitar um bairro
na sua estrutura física e contexto espacial e ignorar os problemas sociais que
estão associados à pobreza, à exclusão e miséria social.
A reabilitação e a
oferta digna de habitação são factores fundamentais para uma sociedade mais
humana e qualificada, mas sem escamotear o apoio e o acompanhamento das
populações aí residentes ou a instalar.
Toda
a política habitacional de uma cidade se deve centrar também nos critérios da
participação, da contratualização e da inclusão das classes mais
desfavorecidas: idosos, crianças, mulheres, pobres e jovens,etc., de forma a
possibilitar-lhes o direito à habitação e à cidade.
Por outro lado, a questão
habitacional, tendo em conta o contexto de emergência social em que vive o
nosso país, deve ser assunto de primeira prioridade na agenda de políticas
públicas e sociais da nossa cidade.
De forma a erradicar e a resolver as
situações da pobreza e da miséria social que fazem das nossas ruas a sua “casa”
o seu único “refugio”. Bem como a necessidade de dar à população da cidade uma
oferta digna de habitação evitando os esquemas da estigmatização e guetização
habitacional dos blocos nas zonas periféricas da cidade e AMP.
Para isso, vamos
apostar na reabilitação dos bairros populares e das ilhas inseridas na malha
densa e compacta da cidade, na valorização das comunidades de bairro e ilha, de
forma a consolidar vivências e solidariedades, identidades e patrimónios vivos
da cidade.
Para
isso propomos um conjunto de políticas municipais assentes num diversificado e
complexo conjunto de princípios e de objectivos que serão materializados num
programa simples e inovador, inclusivo e participativo, sustentável e
realizável para as pessoas que vivem ou querem vir a viver no centro da cidade.
Um
conjunto de políticas de renovação urbana que promovam conjuntamente a inclusão
e a diversidade social na cidade.
Possibilitando a entrada de outras populações
mais jovens , de casais à procura de casa no centro da cidade, de idosos que
procuram na Comunidade de Bairro um instrumento para a integração social e o
combate à solidão de uma vida condenada a um qualquer centro de idosos ou a uma
vida solitária num apartamento de uma qualquer torre, seja ela de luxo ou bloco
social.
Um esforço politico em prol da melhoria das
condições de vida das populações das zonas mais pobres da cidade e que vivem
face a uma brutal e injustificada precariedade habitacional.
Os governos locais
em sintonia com os programas nacionais e europeus devem concentrar os seus
esforços financeiros e técnicos de forma a possibilitar uma resposta a este
grave problema mas dentro dos critérios da eficiência e eficácia governativa.
Quando
se fala em dar resposta a esta urgente carência habitacional na cidade do
Porto, não podemos ignorar a importância da requalificação e valorização dos
espaços públicos, infra-estruturas e serviços que constituem com a habitação um
assentamento necessário à qualidade de vida e um direito a uma moradia digna
para todos.
Propomos
uma política habitacional que evite os constrangimentos dos realojados, que
evite a deslocalização das populações de forma a destruir comunidades inteiras
que são dispersas pelos blocos periféricos.
Evitar a construção de novos
bairros com a renovação e reabilitação dos antigos bairros e ilhas da nossa
cidade, e desta forma valorizar os mecanismos da inclusão social e
habitacional.
Promovendo a reconstrução das casas antigas e a manutenção das
relações sociais de vizinhança. O melhoramento dos bairros e ilhas a partir de
programas e projectos de desenvolvimento social, artístico e habitacional.
Valorizando e apoiando os processos participativos dos projectos e programas,
no que diz respeitos aos seus aspectos mais substantivos.
Reconhecendo e apoiando
o protagonismo das mulheres nos processos de construção e melhoramento das suas
habitações. Incentivar a participação das comunidades de bairro ou ilha nos
programas, desde as informações prévias até à consolidação da reabilitação dos
assentamentos.
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