quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PORTUGAL FORA DO EURO...PORQUE NÃO?



Portugal fora da Europa Federal... Porque não?!

Escrevo este post e recordo-me que aquando da adesão de Portugal à zona euro, tive a oportunidade de escrever um pequeno artigo num jornal nacional, contra a adesão de Portugal ao euro. Esta minha tese assentava em duas premissas.

A primeira assentava na ideia de soberania do Estado e da Nação. No pressuposto que toda a alienação de soberania tinha que ser obrigatóriamente sancionada por um referendo popular.

O que aliás, não veio a acontecer por vontade dos partidos do centro direita e centro esquerda (CDS, PSD e PS), que remeteram a decisão para os orgãos de representação ( Presidencia da República, Assembleia da Republica e Governo).

A segunda razão, assentava na ideia de que ao aderir à moeda única europeia, Portugal estava a perder e a alienar soberania económica, fiscal e governativa. Perdia a sua moeda e com ela a capacidade de poder utilizar a moeda como um instrumento de valorização económica.

 O nosso país deslocava as decisões mais importantes para o núcleo duro e burocrático de uma Europa que iria decidir contra os parlamentos nacionais e soberanos. Estes sim, foram eleitos pelo seu povo e dele dependem.

Claro que esta entrada no Euro tinha beneficiados e traria lucros a um sistema financeiro global. A banca e os partidos políticos acolheram a moeda euro com simpatia e transformaram esse instrumento financeiro numa moeda de troca para ganharem maiorias absolutas e lugares bem pagos na europa.

Desde o parlamento europeu, passando pelos comissões europeias, secretarias e mais programas europeus. Foi sem duvida, um paraíso económico e uma espécie de Erasmus político. De formação de burocratas que contagiados pelo crença numa europa burocra  que se quer federal perderam a sua dimensão nacional e deslocaram o seu olhar para aqueles que lhes possibilitavam uma renda de valor muito elevado.

Os Estados-Nação foram atrofiados e desvalorizados.

Os parlamentos nacionais foram transformados numa espécie de antecâmara do poder federal europeu e pouco ou nada decidem.

O povo foi contaminado com os produtos baratos vindos da china, que destruia o nosso pequeno sector industrial. O dinheiro fácil e as  viagens pelo mundo a crédito barato deram a uma classe média baixa a sensação de poder e de boa vida.

A mesma europa, os mesmos burocratas que foram atirando dinheiro em cima das pessoas, dos governos locais e regionais, sem critério e fiscalização tinham um objectivo. Passar a ideia de que a Europa era solidária e que estaria sempre disponível para o pagode e para a festança. A populaça andava delirante entre passeios e a jantaradas e os polóticos com o cheque na mão lá iam distribuindo pelas suas clientalas o pão e o circo.

No fundo, a distribuição de euros pela sociedade portuguesa, tinha um objectivo. Entreter o povo com emprego ficticio, com economia de plástico, com investimento sem retorno, para os burocratas e os politicos poderem de forma subtil e às vezes até brutal: destruir as pescas, o sector transformativo, a agricultura, o ensino com Bolonha, etc. Lá fomos vendendo a pátria e a Nação.

Quando hoje, leio com alguma angustia as criticas do Dr Mário Soares fico sem tino. Onde andava esta alma nas décadas de 80 e 90? E o Dr Sampaio? E o Dr Cavaco? E o Dr Freitas do Amaral? E o PS? E o PSD?..

E agora?...

Defendem que é preciso caminhar para uma Europa Federal.
Para um Governo Europeu Federalista. Meu caro Paulo Rangel isso é um disparate pegado.  Todo o político sério e todo o intelectual independente sabe que nunca haverá um governo europeu eleito e representativo das Nações Europeias.

Mas, um Directório Franco-Alemão. Com interesses que não são os interesses dos Estados do Sul, periféricos e Atlânticos. Portugal não pode continuar nesta situação.

É urgente refundar a EUROPA DOS ESTADOS NAÇÕES. Edgar Morin, escrevia que uma Europa só pode ser uma Europa das Nações e dos Estados. Nunca uma Europa Federal.

É urgente restaurar o ESTADO NAÇÃO PORTUGAL. Possivelmente teremos que correr com esses vendilhões da Nação. Esses funcionários bem pagos por essa Europa Burocrática e nada democrática. Onde a finança decide de forma absoluta, contra a vontade de um Povo.

Onde mora a Democracia.
Onde está a CASA DA DEMOCRACIA.
Nos Parlamentos Nacionais. Com isto não estou a defender que Portugal deve abandonar a União Europeia e fechar-se dentro das suas fronteiras. Estupidamente isolado. Nada disso.
Mas que se deve empenhar na construção de uma Europa das Nações. A única que pode trazer progresso, paz social e harmonia entre os Povos e as Culturas diferenciadas.

Nunca uma Europa Federal contra o Estado e as Nações -, que obrigatóriamente conduzirá a Europa para o renascer dos nacionalismos violentos e fascistas. Ver o que se passa na Espanha. Na Bélgica. No Norte da Europa. E na Grécia.

Cada Nação deve manter a sua autonomia politica.
A sua singularidade cultural e a sua politica cambial.
O Euro foi uma forma encoberta de impor um federalismo pelo metal. E as consequências estão aí vem visiveis. 

1 comentário:

Anónimo disse...

Afinal o PCP tinha razão!
Há cerca de 16 anos, o meu camarada Carlos Carvalhas numa intervenção que fez na Assembleia da República sobre o tema deste artigo, afirmava textualmente o seguinte:
A criação da moeda Única (€uro) é para única e exclusivamente servir os interesses dos diretórios das potências europeias.
Os deputados das outras forças políticas incluindo os intitulados socialistas, acusaram-no de mais ingrato que havia em termos políticos, inclusive, de sectário.
Decorrido pouco mais de década e meia, a intervenção do parlamentar do PCP Dr. Carlos Carvalhas está atualizadíssima!
Perante esta realidade, cada vez está mais provado de que afinal os partidos não são todos iguais, e o PCP de que sou orgulhosamente militante há 33 anos faz toda a diferença!
Gomes