quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Mau, Maria!

Hoje, o ministro da Educação anunciava que estava a ser equacionada a possibilidade de os alunos ficarem a tempo inteiro na Escola.

Numa tentativa de agradar a todos aqueles que consideram a Escola uma espécie de "prisão", ou de espaço de retaguarda educativa das famílias. Assim, a Escola tomará conta dos nossos filhos durante a formação e durante a educação e os tempos livres.

Em certa medida, até se podia considerar uma boa medida, uma excelente reforma, uma política em prol da inclusão e da coesão social.

Mas, há sempre um mas nestas coisas da educação!

Será que este Estado "falido", excessivamente burocratizado e centralizado terá as condições materiais e humanas para lançar tal medida com suporte de qualidade e de segurança. Penso que não!

O Estado não garante o aquecimento dos nossos alunos e professores.
O Estado não garante a segurança dos nossos alunos, professores e auxiliares da educação.
O Estado não garante uma refeição digna aos nossos alunos.
O Estado não garante um bom ambiente nas Escolas.
O Estado não garante um espaço feliz na Sala de Aula.
O Estado não garante ensino e formação de qualidade.
Então! Encerremos a Escola Pública? Claro que não!

Mas como se pode dar um passo de gigante, quando nestes últimos anos a Escola Pública foi desvalorizada com a redução de investimento público na formação, na segurança, na educação e no apoio social.

Assistimos, ao aumento de turmas, causa de violência e de perda de qualidade de ensino. Ao aumento da carga horária dos seus docentes, que se encontram esgotados e desmotivados.

O apoio social e psicológico foi desvalorizado com a redução e extinção de contratos de técnicos das áreas da psicologia, da sociologia e antropologia da educação. Os animadores culturais nunca chegaram a fazer parte desta escola inclusiva e interactiva. Os equipamentos da Parque Escolar nunca foram valorizados e dinamizados de forma a alavancar novas sinergias. A relação com a comunidade é um eufemismo!

Um Primeiro Ministro não pode deixar um Ministro da Educação a gerir a educação como se se tratasse de uma mercearia entre o deve e o haver. Um Ministro da Educação que não conhece os meios, nem os problemas da educação nacional.

A primeira medida a tomar é criar os Encontro Nacionais para a Educação e a partir daí identificar problemas e necessidades. Possibilitar a construção de um Livro Branco para a Educação XXI. Chamar os parceiros á discussão e à problematização. É tempo de abandonar as catedrais do ministério da educação que de forma redutora e excessivamente burocrata desgovernam a Nossa Educação e o Nosso Futuro!

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