sábado, 8 de janeiro de 2011

A Governança Local e as IPSS...



A elite poliítica portuguesa tem governado o país desde a dimensão nacional até à dimensão do local, sem uma cultura de partilha e de co-responsabilidade pelas políticas definidas e implementadas. Nestas últimas décadas, os poderes políticos exerceram os seus mandatos de forma isolada, vertical e segmentada. Não houve uma tentativa que fosse de trabalhar em rede com a sociedade civil, com as instituições do terceiro sector as IPSS e afins, de forma a desenvolver programas abertos e participativos, na definição de objectivos e na sua implementação.

A estrutura do poder isolou-se da sociedade, das instituições públicas e privadas, burocratizou-se e criou uma espécie de manto tentacular que de forma eficiente foi sufocando e atrofiando a sociedade civil, as suas individualidades e instituições. O estado transformou a sociedade civil num bando de pedintes sociais, com a entrega de uma política selectiva de subsidios e apoios em função do seu bom comportamento para com o poder representado neste governo socialista liderado pelo Engº José Socrates. Estamos a falar da entrega de ambulâncias, viaturas de apoio social, beneficios fiscais, apoios na distribuição e ajuda alimentar contra a fome e a pobreza. O poder socialista desenvolveu assim um estado assistencialista, com a distribuição de subsidios e bens alimentares sem nexo e sem objectivos. Não é a entrega de uns pacotes de açucar e de arroz que resolvem a pobreza e o desemprego no nosso país. Mas, sim, a implementação de programas integrados que levem novamente à inclusão de homens e mulheres. Devolvendo-lhes a estima, o gosto pela vida, a felicidade o futuro.

Este governo apoiado com um sem número de IPSS envelhecidas, sem massa critica, programas integrados de apoio à economia social, lideradas por um conjunto de caciques locais, influentes e acomodados, vão assim facilitando a vida a um governo clientelar e ditatorial. No fundo, estamos a viver uma espécie de ditadura num regime democrático.

É urgente a renovação destas instituições e que elas mesmas possam recuperar a sua liberdade de acção e de implementação das economias sociais, importantes para a implementação de uma economia de proximidade e sustentavel na forma e na acção.

Este governo, este partido socialista, asfixiou a sociedade civil portuguesa desde o espaço nacional até ao espaço local. Torna-se urgente e necessário uma NOVA GOVERNANÇA que liberte a sociedade civil e as suas instituições e lhe devolvam a sua dignidade social, económica e cultural.

É urgente, mesmo muito urgente transformar a sociedade e a mentalidade portuguesa, de forma a possibilitar que uma geração de homens e mulheres, competentes, criticos, honestos e dinâmicos possam de forma transparente e em rede desenvolver um conjunto de programas e de estratégias que salvem o país da miséria social, económica e política em que esta gente nos deixou.

Desde o espaço nacional ao espaço local que o nosso país foi dominado e asfixiado por uma gente mediocre, corrupta, interessada mais nos bronzes e nos euros do que na qualificação e dignificação da vida publica portuguesa.

A sociedade e a vida pública portuguesa encontram-se contaminados por uma gente esperta e limitada que de forma demagógica conquistou o poder de governar prometendo mundos e fundos, envolvendo-se em esquemas e interesses pouco dignos, que em nada contribuiram para o desenvolvimento de Portugal e dos portugueses.

E agora? O nosso país de mão estendida, pede na Ásia, na América Latina, na Europa e também na África. O nosso primeiro ministro e respectiva equipa viajam de continente em continente a pedir emprestado sem honra nem vergonha.

Será que neste país, já não existem homens e mulheres de virtudes e valores universais, capazes de dizer «Basta».

Esta gente bem falante, bem vestida, bem paga, com assessores bem remunerados, com secretarias bem pagas, com carros de luxo, com mordomias extravagantes, com direito a fotografia nos jornais da terra, e a passeio fora e dentro do país, não deviam ter um pingo de vergonha e abandonar a vida política já. Seria um acto patriótico e a República lhes concederia no acto do julgamento público algum sentido de arrependimento e de mea culpa.
Em nome da salvação nacional.

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