sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

UMA NOVA REPUBLICA

As eleições na Grécia devolveram a política à Europa e colocaram os Estados-Nações perante a necessidade urgente de se repensarem fora da tecnocracia dos burocratas de Bruxelas. Aquilo que era inevitável e colocava a política e a sua acção refém de interesses singulares, foi de forma democrática derrotado por um povo que decidiu pensar, votar e mudar de política e de rumo.

A inevitabilidade dos negócios, dos juros, das taxas, da divida, do saldo e do défice foram recolocadas no seu lugar central - na decisão democrática do voto de um Povo que tem direito a decidir pelo seu destino. Sem ter  que recorrer aos providencialismos maniqueístas dos aparelhos corruptos dos partidos políticos que governam à direita nem-liberal e se afirmam como sociais democratas ou socialistas.

Em Portugal a democracia foi capturada pelo directório financeiro e partidário. O Presidente da República não cumpriu com a Constituição, e impediu que os portugueses decidissem sobre o seu futuro. Perante, tão pesado encargo fiscal, esmagando com impostos a classe operária, os camponeses, os pescadores, os mineiros e a classe média em geral, o Senhor Presidente da República estava mandatado pelo cumprimento constitucional a marcar eleições antecipadas. Não o fez, não cumpriu com o seu juramento à Constituição. Não acreditou no Povo português e na sua capacidade de encontrar as alternativas para o futuro da Nação. Um erro político. Um abuso de poder. Um crime contra a Constituição Portuguesa. Ele próprio não faz parte da solução e transformou-se num problema.

O PSD e o seu aparelho político vão sair deste cenário sem honra nem glória. Um PSD que poderá entrar em erosão eleitoral e de quadros. Um partido que enclausurado na sua clique mediocre e clientelar, o que de si já é um problema muito complexo. Tem agora, de lidar com a erosão eleitoral, com o descrédito de um governo incompetente, germanofilo, dependente e subordinado aos interesses do capital e das politicas alemãs.

Que ninguém acredite que o Povo português é manso e tanso, que gosta de levar com o pau. Não, nada disso, o Povo português tem o seu orgulho próprio, a sua identidade, a sua cultura e a sua afirmação no contexto das Nações. Quando lhe derem o poder do Voto, isto é, de decidir, ele decidirá com sabedoria, com elegância e com determinação. Somos um povo digno e orgulhoso da nossa cultura e da nossa história. Que ninguém pense o contrário. Estamos perante tempos de mudança, e Portugal mais uma vez estará na frente dessa mudança. Na construção de uma Europa Universalista e Cosmopolita. Uma Europa Aberta ao Mundo sem mimetismos nem providencialismos bacocos. 

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