As Juventudes Partidárias (JSD, JS, JC, JCP, etc) organizaram-se, estruturaram-se em função de lideres, de cenários eleitorais, de clientelas, de cliques e de interesses internos. Um mundo à medida dos seus interesses, onde a intriga, a exclusão, a erosão de ideias fez parte do seu imaginário. Os pequenos "jotas" copiavam os códigos, os discursos, os iaginários e o dress cod dos seus maiores que comandavam os destinos da Nação.
Nada de relevante pensaram, idealizaram, organizaram e despoletaram. Tirando as ditas causas de fundo. Como por exemplo, o casamento gay, o serviço militar, e pouco mais. Não participaram com estudos e conhecimento que possibilitasse uma nova agenda politica. A não existência de gabinete de estudos, de jornadas e de centros de debate contribuíram para reduzir a sua acção a meia dúzia de participações na campanha do líder. Nada de sólido e estruturante fizeram a não ser lutar por um lugar de deputado e pelas secretarias da Juventude e dos ministérios. O ambiente foi uma causa digna mas nada sustentável. Esta gente sem grande qualidade e formação académica cedo abandonou o estudo e a formação académica para se dedicarem à burocracia da luta partidária.
Ao fim de quarenta anos. Os "Jotas" ocuparam os lugares principais do aparelho partidário, a partir daí foi um pulo para as chefias do Estado e da Europa. O aparelho do Estado começa a ser contaminado pela incompetência, pela intriga, pela mediocridade que nasce e se desenvolve no interior das células da juventude partidária.
Organizam uma festa de vaidades com direito a noticia televisiva a que dão o nome pomposo de Universidade de Verão. Uma espécie de catequese para as massas internas de jovens que durante uns dias têm que aturar uns quantos doutores que debitam conhecimento a metro e algibeira. Os indígenas ouvem os professores martelos desta República e batem muitas, mesmo muitas palmas. No último dia lá aparece o líder do partido, ele também formado na "Jotinha" a falar como chegou ao Poder. E os "jotinhas" ficam a saber como se consegue lá chegar sem ideias, sem programas, sem relevância e sem desígnio algum.
Os Partidos Políticos capturaram a sociedade civil, aprisionaram o cidadão numa espécie de jaula transparente e deslocaram a cidadania para uma espécie de limbo dos inocentes. É urgente devolver a cidadania aos cidadãos. É urgente libertar a politica dos aparelhos mafiosos dos partidos políticos que à margem da lei e da Constituição asfixiam lideranças emergentes que a sociedade promove e que o País tanto reivindica.
É um problema de ausência de liberdade, de democracia e de participação activa que afecta o Estado Democrático e o impede de patrocinar alternativas inteligentes e humanistas.
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