As Eleições de 4 de Outubro de 2015 marcam uma nova fase da vida politica nacional e parlamentar. O Povo Português assim o desejou e assim aconteceu. PSD perde a sua maioria coisa nada difícil tendo em conta as circunstâncias socioeconómicas e políticas nacionais e internacionais.
O PS como seria de esperar foi castigado pelo seu passado e pelo seu presente. Foi sempre um partido tímido, recuado, entre as tábuas, sem capacidade de luta, de galvanizar os portugueses. O PS esteve sempre à defesa, porque não apresentou um programa fraturante e simbólico, que desse a entender ao eleitorado uma viragem para políticas mais sociais, mais socialistas e sociais democratas.
Pelo contrário, resguardou-se à espera que a crise, o desemprego, a miséria social e o descontentamento dos lesados do BES, e de tantas outra corporações fossem fazendo o trabalho de critica e de oposição ao actual governo PSD/CDS. Esta postura de remar a favor da conjuntura deu espaço ao PSD/CDS para lançar uma campanha mais agressiva que conduziu a este resultado.
Coisa que seria de todo improvável!
O Bloco e o PCP fizeram o seu trabalho e apresentaram as suas propostas. De forma simples, directa no contacto com as pessoas nas ruas, nas praças e através dos debates realizados.
Devemos referenciar a postura e o resultado excelente do Bloco de Esquerda. Um resultado que lhe dá uma grande vitória e consequentemente uma grande responsabilidade.
O Bloco de Esquerda tem que continuar o seu caminho de consolidação de alternativa ao PS e ao PSD, como partido de governo. Um governo à esquerda e de esquerda. Sem radicalismos, sem frentismos, sem ideologismos anacrónicos.
Com isto não queremos dizer que o Bloco deva abandonar a sua identidade, a sua matriz politica e ideológica. Pelo contrário deve afirmar-se pelas suas politicas e pelos seus programas sem temer os fantasmas da governabilidade. Parece que quando os Partidos chegam ao Poder e ao Governo ficam sob o efeito de uma certa frustração psicanalítica que os impede de afirmar as suas identidades e genealogias politicas.
O Bloco tem que assumir o seu papel de partido de poder de forma a condicionar a agenda politica na Assembleia da República Portuguesa e na Europa.Se rodeios, sem zigue-zagues, sem complexos....O Bloco de Esquerda esta mandatado pelo povo português para transformar e implementar uma nova forma de fazer politica.
O Bloco de Esquerda tem que se abrir à sociedade, possibilitando a participação dos cidadãos na vida politica nacional e a partir daí organizar uma alternativa consequente para as próximas Eleições Autárquicas. Sem esquecer as próximas Eleições Presidenciais.
O Bloco de Esquerda tem que se reforçar e valorizar o seu eleitorado urbano. Com novas estratégias e novas personalidades que garantam o aprofundamento dos ideais da esquerda democrática.
É urgente resgatar a sociedade, a economia e a vida publica dos constrangimentos deste capitalismo neo-liberal que assaltou os Estados e os colocou numa situação de reféns dos capitalismos globalizados sem alma e sem respeito pelos valores humanos.
É urgente acabar com os velhos vicios dos partidos do chamado arco da governação. Que construiram clientelas mafiosas ao serviço de interesses que não os da república e do Bem Comum.
É urgente transformar esta vitória eleitoral num instrumento inteligente de partilha de poderes e de responsabilidades, sem alienar as vontades e as diferenças, mas levar até àqueles que estavam excluidos da participação política uma lufada de esperança e de oportunidades.
É urgente que esta esquerda renovada não se contente com o protestar e dê continuidade ao programa que Catarina Martins apresentou e discutiu durante a campanha de forma a devolver a Felicidade aos Portugueses.
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