sábado, 12 de dezembro de 2015

O Purgatório da Direita Portuguesa

Depois de tanta escrita, de tanto comentário, de tanta suspeita e ameaça o governo da república é nomeado pela voz do Presidente da República, - Aníbal Cavaco Silva. Com esta aprovação institucional o líder do PS António Costa dá origem a um novo mandato político que se quer de convergência, de compromisso, de contrato com a sociedade portuguesa. Restabelecendo a paz social, a harmonia entre as classes e as instituições, entre as gerações e as corporações.

Será sem duvida alguma, um mandato de grande complexidade política, de grande exigência ética e moral, de grande sentido de Estado Social. De outra forma, seria  o justificar de quatro anos de liberalismo imoral, sem limite e sem sentido social. O anterior governo foi uma espécie de caixa de ressonância dos interesses especulativos ao serviço de um capitalismo global sem alma e sem ética. Tudo que fosse social, educativo, ambiental e civilizado era uma espécie de  obstáculo ao globalismo emergente de capitais sem rosto e sem humanidade personificados num punhado de jovens ministros bem formados/formatados nos palácios do capitalismo emergente.

Um governo que deve governar à esquerda, não pode ser um governo com medo, com duvida, com receio de decidir em prol da reconstrução, porque se trata de reconstruir a democracia e a vida democrática. Restabelecendo os Direitos e os Deveres consagrados na Constituição da República Portuguesa. Introduzindo medidas que renovem a participação cívica, a igualdade de oportunidades: tais como o direito ao trabalho, à educação, à habitação e à saúde para todos sem descriminações injustificáveis.

Reconstruir a estrutura macro económica do país de forma a garantir equidade entres todas as classes e profissões, devolvendo a independência económica a Portugal e aos portugueses. Resgatar dos capitais mafiosos o Estado e as suas funções vitais: distribuição da água, electricidade, transportes públicos, etc.

O actual primeiro ministro tem uma grande responsabilidade na gestão desta agenda de restauração nacional. Toda a Esquerda sentiu esse chamamento e respondeu com sentido de responsabilidade a esse desígnio nacional. Pelo menos, é nesse sentido que os portugueses acreditam que se estrutura a maioria que garante a estabilidade governativa do actual governo.

Mas, não confundir estabilidade governativa com unanimidades acríticas e submissas. Pelo contrário, a estabilidade governativa deve ser construída tendo como base um ponto de convergências inteligentes e diferenciáveis .

Resultando deste processo o retorno da discussão política à Assembleia da República.






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