sábado, 18 de junho de 2011

BAIÃO - the day after...



O concelho de Baião apresenta ainda hoje, um conjunto de fragilidades estruturais, quer do ponto de vista económico, profissional, social  e territorial. As políticas desenvolvidas nestes últimos anos, em vez de responder a estas emergências estruturantes, ainda agravaram mais a sua situação. O concelho continua assimétrico e inclinado, não se desenvolveu de forma equilibrada e harmoniosa no que diz respeito ao seu planeamento urbano e territorial. Agravando e potenciando novas bolsas de insustentabilidade urbana e social, com a  dispersão de meios, capitais e recursos locais. Fomentou-se uma política de base populista e abrangente, associando tudo e todos, uma forma oportunista de condicionar vozes criticas ao rumo insustentável que o concelho estava e esta a perseguir.

Não se conhece um único programa ou instrumento de gestão territorial para o concelho de Baião. Continuamos sem um Plano Director Municipal revisto, sem Plano Estratégico Concelhio, sem um Plano Estratégico de Programação e Dinamização Turística, sem Planos Estratégicos Sectoriais, etc. No fundo continuamos a gerir o concelho sem uma política de racionalidade e de gestão assente em princípios de boa e sustentável governança. Não se  conhece um único plano de gestão territorial que tenha como vectores orientadores a governabilidade, a governância e a regulação para o concelho. A actual liderança camarária tem gerido o concelho numa base de gestão de curto prazo, imediatista, assente nas vontades e interesses centrados numa espécie de catolicismo politico, a partir do qual se vai dando resposta às solicitações do dia a dia.

Não existe uma visão estruturadora dos seus eixos mais dinâmicos em termos ambientais, económicos, sociais e turísticos. A zona da Pala/Ribadouro continua esquecida e abandonada. Uma zona prioritária de intervenção urbana e comercial, de forma a potenciar umas das maiores e mais belas frentes de água do rio Douro. Um espaço de grande potencial turístico e económico, pois, tratasse de uma das entradas mais nobres do alto douro.

O núcleo arquitectónico de Ancede, em torno do seu mosteiro a necessitar de um programa amplo e dinâmico de desenvolvimento social, cultural e patrimonial. Associado ao Parque de Campismo do Fojo, que se encontra em total abandono.
A Vila de Baião, a necessitar de um plano e de um programa urbanístico que contemple a qualificação ambiental e urbana da actual vila. Com uma ampla discussão pública entre políticos e cidadãos, a partir de uma visão técnica e cientifica sustentável. evitando intervenções casuísticas e avulsas, que vão acentuar ainda mais a falta de um programa global e unitário, dando à vila de Baião maior equilíbrio e sustentabilidade social, urbana e comercial ao actual casco.
Infelizmente, os actuais representantes políticos não souberam, não puderam e não estavam habilitados para implementar um programa de sustentabilidade territorial, de forma a criar mais comércio, mais empreendedorismo local e a alavancar as economias locais mais frágeis, mas essenciais para o desenvolvimento e para a criação de bolsas de emprego para os jovens da terra, com formação e qualificação técnica e profissional.

Os políticos eleitos para a vereação da Câmara de Baião não estiveram à altura de tão grande e complexo desafio, limitaram-se a aprovar as pequenas propostas de gestão corrente municipal, a participar de forma cúmplice nesta gestão sem horizontes e sem propostas modernizadoras capazes de alavancar o concelho e as suas gentes para um futuro mais progressista e rico.

Os nossos vereadores do PSD por exemplo, limitaram-se a gerir os seus silêncios, aparecendo ali e acolá, cortando umas fitas nas cerimónias propagandisticas da gestão socialista, mas do que se sabe, pouco ou nada  fizeram como alternativa política. O candidato e actual vereador Carlos Póvoas não conseguiu ser uma alternativa capaz de criar momentos de alternância e de vida melhor. Limitou-se a gerir o seu espaço e o seu mandato sem grandes tensões e conflitos, no fundo foi mais um vereador cúmplice desta gestão socialista que paralisou a vida social, económica e cultural do concelho e vila de Baião.

E agora, perante o programa da reestruturação do FMI e da Europa, o concelho não se sente preparado para assumir os cortes orçamentais, pois ainda esta numa fase de grande atraso económico, social, cultural , territorial e ambiental.

É preciso encontrar dentro do PSD uma via mais progressista, mais dinâmica e interventiva, capaz de mudar de rumo e de pessoas. Os actuais representantes políticos falharam, não cumpriram com os desígnios de alavancar Baião rumo ao progresso e ao desenvolvimento. Não estavam preparados nem habilitados para tamanha fazenda, independentemente da sua bondade e disponibilidade.

Baião é hoje, um concelho mais pobre, mais envelhecido, mais periférico em relação aos nossos concelhos vizinhos e em relação à própria Área Metropolitana do Porto (AMP). Neste sentido, é também prioridade discutir o nosso enquadramento territorial e a nossa relação com a AMP, tendo em conta que as nossas acessibilidades estão em função da cidade e da região do Porto. Penso que não faz sentido político e social, económico e ambiental estarmos afastados do centro que decide - AMP.

Todas estas decisões futuras implicam actores políticos com capacidade técnica, conhecimento, e credibilidade para lutar no Porto e na sua Região por um programa mais solidário e consistente em termos de desenvolvimento integrado. Devolvendo aos baionenses a sua dignidade e o lugar a que têm direito no norte de portugal. 

O concelho e a vila de Baião necessitam urgentemente de mudar de vida!

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