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sábado, 18 de junho de 2011

BAIÃO - the day after...



O concelho de Baião apresenta ainda hoje, um conjunto de fragilidades estruturais, quer do ponto de vista económico, profissional, social  e territorial. As políticas desenvolvidas nestes últimos anos, em vez de responder a estas emergências estruturantes, ainda agravaram mais a sua situação. O concelho continua assimétrico e inclinado, não se desenvolveu de forma equilibrada e harmoniosa no que diz respeito ao seu planeamento urbano e territorial. Agravando e potenciando novas bolsas de insustentabilidade urbana e social, com a  dispersão de meios, capitais e recursos locais. Fomentou-se uma política de base populista e abrangente, associando tudo e todos, uma forma oportunista de condicionar vozes criticas ao rumo insustentável que o concelho estava e esta a perseguir.

Não se conhece um único programa ou instrumento de gestão territorial para o concelho de Baião. Continuamos sem um Plano Director Municipal revisto, sem Plano Estratégico Concelhio, sem um Plano Estratégico de Programação e Dinamização Turística, sem Planos Estratégicos Sectoriais, etc. No fundo continuamos a gerir o concelho sem uma política de racionalidade e de gestão assente em princípios de boa e sustentável governança. Não se  conhece um único plano de gestão territorial que tenha como vectores orientadores a governabilidade, a governância e a regulação para o concelho. A actual liderança camarária tem gerido o concelho numa base de gestão de curto prazo, imediatista, assente nas vontades e interesses centrados numa espécie de catolicismo politico, a partir do qual se vai dando resposta às solicitações do dia a dia.

Não existe uma visão estruturadora dos seus eixos mais dinâmicos em termos ambientais, económicos, sociais e turísticos. A zona da Pala/Ribadouro continua esquecida e abandonada. Uma zona prioritária de intervenção urbana e comercial, de forma a potenciar umas das maiores e mais belas frentes de água do rio Douro. Um espaço de grande potencial turístico e económico, pois, tratasse de uma das entradas mais nobres do alto douro.

O núcleo arquitectónico de Ancede, em torno do seu mosteiro a necessitar de um programa amplo e dinâmico de desenvolvimento social, cultural e patrimonial. Associado ao Parque de Campismo do Fojo, que se encontra em total abandono.
A Vila de Baião, a necessitar de um plano e de um programa urbanístico que contemple a qualificação ambiental e urbana da actual vila. Com uma ampla discussão pública entre políticos e cidadãos, a partir de uma visão técnica e cientifica sustentável. evitando intervenções casuísticas e avulsas, que vão acentuar ainda mais a falta de um programa global e unitário, dando à vila de Baião maior equilíbrio e sustentabilidade social, urbana e comercial ao actual casco.
Infelizmente, os actuais representantes políticos não souberam, não puderam e não estavam habilitados para implementar um programa de sustentabilidade territorial, de forma a criar mais comércio, mais empreendedorismo local e a alavancar as economias locais mais frágeis, mas essenciais para o desenvolvimento e para a criação de bolsas de emprego para os jovens da terra, com formação e qualificação técnica e profissional.

Os políticos eleitos para a vereação da Câmara de Baião não estiveram à altura de tão grande e complexo desafio, limitaram-se a aprovar as pequenas propostas de gestão corrente municipal, a participar de forma cúmplice nesta gestão sem horizontes e sem propostas modernizadoras capazes de alavancar o concelho e as suas gentes para um futuro mais progressista e rico.

Os nossos vereadores do PSD por exemplo, limitaram-se a gerir os seus silêncios, aparecendo ali e acolá, cortando umas fitas nas cerimónias propagandisticas da gestão socialista, mas do que se sabe, pouco ou nada  fizeram como alternativa política. O candidato e actual vereador Carlos Póvoas não conseguiu ser uma alternativa capaz de criar momentos de alternância e de vida melhor. Limitou-se a gerir o seu espaço e o seu mandato sem grandes tensões e conflitos, no fundo foi mais um vereador cúmplice desta gestão socialista que paralisou a vida social, económica e cultural do concelho e vila de Baião.

E agora, perante o programa da reestruturação do FMI e da Europa, o concelho não se sente preparado para assumir os cortes orçamentais, pois ainda esta numa fase de grande atraso económico, social, cultural , territorial e ambiental.

É preciso encontrar dentro do PSD uma via mais progressista, mais dinâmica e interventiva, capaz de mudar de rumo e de pessoas. Os actuais representantes políticos falharam, não cumpriram com os desígnios de alavancar Baião rumo ao progresso e ao desenvolvimento. Não estavam preparados nem habilitados para tamanha fazenda, independentemente da sua bondade e disponibilidade.

Baião é hoje, um concelho mais pobre, mais envelhecido, mais periférico em relação aos nossos concelhos vizinhos e em relação à própria Área Metropolitana do Porto (AMP). Neste sentido, é também prioridade discutir o nosso enquadramento territorial e a nossa relação com a AMP, tendo em conta que as nossas acessibilidades estão em função da cidade e da região do Porto. Penso que não faz sentido político e social, económico e ambiental estarmos afastados do centro que decide - AMP.

Todas estas decisões futuras implicam actores políticos com capacidade técnica, conhecimento, e credibilidade para lutar no Porto e na sua Região por um programa mais solidário e consistente em termos de desenvolvimento integrado. Devolvendo aos baionenses a sua dignidade e o lugar a que têm direito no norte de portugal. 

O concelho e a vila de Baião necessitam urgentemente de mudar de vida!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Grau Zero da Política...



Que politica, que políticas para alavancar o concelho e vila de Baião? Os cenários políticos são de elevada consternação e de vazio de propostas. Um governo local que assumiu um compromisso de governo assente em medidas pró-activas de valor social, deslocalizando funções, meios e recursos materiais e humanos, a meu ver erradamente. Tendo uma visão mais ou menos clientelar e caciquista, dando recursos e meios a algumas freguesias e instituições que se identificam com a cor partidária e os lobbies que sustentam este mesmo poder socialista.

Durante estes anos de gestão socialista o concelho e vila de Baião foi negligenciada, foi abandonada, aos interesses e aos clientelismos locais que de forma subtil e subterrânea minaram toda a sinergia local. Na educação as apostas e as estrátégias não foram desenhadas de forma sustentada, o turismo foi uma espécie de retórica, o ordenamento urbano dos núcleos consolidados foi uma espécie de fachadismo inútil e inconsequente. Tudo na mesma, aliás tudo ainda pior e adiado.

Perante este cenário o único partido da oposição representado na Assembleia Municipal e na Vereação faz de conta, não intervem de forma consequente e eficaz. Não apresenta alternativas e não defende reformas estruturais e fraturantes para um concelho em estado de erosão social, económica e territorial.

O PSD local continua mais do mesmo, isto é, perante a necessidade de se apresentar com novo figurino, novo programa e novo líder, prefere manter e dar continuidade a uma comissão política liderada pelos mesmos que durante estes últimos anos nada fizeram, nada construiram, nada afirmaram. A não ser a apresentação de uma versão politiqueira da política, em versão soft do mais puro partidarismo sectário. Daqui, nada se pode colher a não ser a continuação dos mesmos figurinos, sem dimensão e sem propostas sólidas que possam devolver a Baião e às suas gentes o sentido da vida e um futuro mais próspero para todas as gerações.

As forças vivas da terra que se identificam com o PSD e que também são o PSD têm que assumir as suas responsabilidades e dar um impulso civico em prol da sua Terra e das suas Gentes. Este PSD é a continuidade daquilo que não conduz a lado nenhum. Aqui não há futuro, nem presente. No fundo é uma versão retórica de interesses instalados que procuram na acção política a promoçao que a sociedade local não lhes reconhece.Aliás, uma Comissão Política que nega a sua memória não é digna de futuro e muito menos capaz de configurar uma alternativa séria e convergente por Baião.

As pessoas que não se reveêm nesta "coisa" que dá pelo nome de Comissão Política Renovada, mas que é a continuidade do mesmo vazio que tem sido esta oposição medrosa, contida, silenciosa, bem comportada à imagem de um poder socialista local que servem e veneram nas cerimónias públicas, nas assembleias e nas vereações e nas diversas instituições que são mais ou menos o braço escondido do poder socialista. Uma vereação sem rostos, sem dinâmicas, sem apoios sociais, sem ideias, sem valor acrescentado...o vazio é total e a falta de política é a regra. Um PSD na actual vereação que é uma espécie de jogo de sombras inutéis para a terra e para os baionenses.

Perante isto, existe uma parte do PSD local que não se revê nesta Comissão Política e que deve de forma urgente organizar-se e de forma democrática e civica apresentar uma alternativa séria, inteligente, socialmente mais justa e abrangente.

Se assim for, declaro já e aqui a minha total disponibilidade para alavancar uma solução Social Democrata mais sustentável e politicamente mais activa e interveniente em prol de Baião e dos baionenses.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Concelho de Baião - um exemplo de Governo Local Insustentável




O poder autárquico aparece nos discursos políticos como uma das principais realizações do regime democrático após o 25 de Abril de 1974 e um dos campos onde se concretiza a melhoria das condições de vida das populações (Mozzicafredo; et. al.,1991:11 e ss.). O poder autárquico aparece-nos como o ideal de uma administração próxima das populações e de um poder local capaz de fazer obra. Outros consideram também que o poder autárquico é sinónimo de uma administração lenta, desconexa, criativa e clientelar. Um espaço propicio a jogos de influências e a partilhas de interesses que nada abonam a favor de um poder autárquico democrático e moderno.


Sem duvida nenhuma, que assistimos a partir de 1974 a um emergir do local no espaço político português, com o reforço de competências e de legitimidade política dos governos locais. Este fenómeno tem colocado sérios problemas a uma eventual regionalização do país. Os poderes locais cresceram, intensificaram as suas redes, ampliaram a sua malha de influência e bloquearam a descentralização e a reorganização do aparelho administrativo português.


É contudo, uma prioridade olhar para esta realidade nacional, com uma visão mais ampla e alargada do que se entende por governo local, não no sentido restrito de uma escala administrativa confinada aos territórios dos antigos concelhos que foram desenhados no calor revolucionário do século XIX, mas em função de novos conceitos de ordenamento e de gestão sustentável do território português. Procurando associar, ordenamento territorial e qualidade urbana e social a um modelo económico sustentável e reprodutivo. O actual modelo fragmentou-se, perdeu legitimidade, burocratizou-se, perdeu eficiência e eficácia, isto é, não resolve per si os problemas que se colocam às populações, às empresas, às instituições.O clientelismo, os interesses privados, os lobbies, cercaram o poder local e asfixiaram a sua capacidade empreendedora. A democracia local é uma representação pobre e caricatural das modernas democracias europeias do Welfare State.


As eleições ganham-se com a distribuição de brindes, de prendas, que vão desde a oferta de mercearia porta a porta, ou da promessa de um emprego para alguém da família. Os candidatos correm as casas uma a uma, levam consigo algum influente da freguesia, ou da família e reúnem-se numa casa e "acertam as coisas".


candidatos e eleitores trocam as suas razões e discutem-se os contornos da possibilidade de apoio à dita candidatura, e o que ela envolve de contrapartidas.


Neste espaço local a sociedade civil é pouco densa e autónoma. Estamos perante uma estrutura social dependente e acritica, com uma formação pobre e pouco ou nada qualificada. Um espaço social sem uma elite politica e cultural forte e progressista.


É neste contexto de afirmação do Poder Local que vamos estudar a realidade do concelho e autarquia de Baião.


Uma concelho fragmentado e disperso administrativamente, com três vilas, localizadas a primeira em Campelo/Baião; a segunda em Santa marinha do Zezere e a terceira em Ancede. Esta realidade politica e administrativa enfraqueceu a comarca e a principal Vila de Baião em Câmpelo. Este fenómeno administrativo é no fundo consequência de promessas eleitoralistas, de aspirações de caciques locais, e tem a sua principal base de apoio nas populações aí residentes. Despertando a afirmando bairrismos entre freguesias e fregueses, que nada trazem de moderno e de progresso. Estas pequenas comunidades ganharam foros de vila por decreto da Republica, mas pouco ou nada viram as suas vidas progredirem. Fizeram-se uns pequenos e toscos melhoramentos urbanos, construiram-se uns tantos prédios, prometeram-se muitas infra-estrutruras, tiveram direito a honrarias de estado, mas pouco ou nada de substantivo se fez ou se fará.

No fundo, foi e é uma estratégia de domesticar as cliques da terra, os caciques influentes e que determinam votos e escolhas à boca da urna.

Esta gestão socialista em Baião foi contribuindo de forma irresponsável para a insustentabilidade urbana, social e financeira do concelho e autarquia. Dispersou recursos, fragmentou capitais, contaminou a sociedade, destruindo vontades e sufocando novas ideias alternativas. Não desenvolveu a principal Vila de Baião (Campelo de seu nome). Não criou um espaço urbano moderno e progressista capaz de atrair pessoas e bens. Não deu continuidade aos melhoramentos introduzidos pela antiga Presidente de Câmara Doutora Emília Silva. Não soube valorizar as infra-estruturas municipais como por exemplo, o Auditório Municipal, a Casa de Chavães, o Mosteiro de Ancede (inaugurada pela segunda vez), as Piscinas Municipais e o Pavilhão Multiusos.

Esta gestão municipal liderada pelo Partido Socialista local encharcou a gestão municipal com gentes oriundas da clique partidária, sem nexo e sem objectivos definidos. Não soube criar uma filosofia de gestão assente nos princípios da eficácia e da eficiência municipal. Não criou o Museu Municipal associado ao pólo arqueológico do campus da Aboboreira. A Museologia neste concelho é uma retórica e uma farsa cultural ao serviço da intoxicação política. e

Não soube valorizar o ambiente e o património local em função de uma Agenda de Animação e de Promoção Turística. Não deu continuidade às obras da frente de água na Pala, com a construção do Cais da Pála e apoios ao artesanato local. Não implementou um plano especial de intervenção urbana para dinamizar a frente de água e o núcleo antigo de Ribadouro/Pala.

A realidade actual é de fracasso e de frustração geral, perante tanta demagogia e publicidade paga pelos dinheiros da municipalidade ao serviço da promoção de vaidades ocas e sem sentido político.A actual gestão autárquica deve tirar daqui as suas ilações e reconhecer que não estava preparada para dar continuidade a um mandato de rigor, competência e empreendedorismo liderado pela Doutora Emilia Silva.

Hoje, o Povo de Baião sabe o preço que pagou, que ainda vai pagar por ter escolhido um partido que não estava à altura de tão grandes responsabilidades - a gestão autárquica do concelho de Baião.

sábado, 27 de novembro de 2010

Política, Imagem e Sedução

Estas últimas décadas foram marcadas essencialmente pelo vazio, pela vaidade, pela mediocridade no pensamento e acção política quer nos contextos locais, regionais e nacionais. O mundo político foi-se contaminando com o mundo dos dinheiros da finança especulativa e rentista que controlou durante estes quase vinte anos a economia portuguesa, de forma directa ou indirecta. Os partidos políticos cada vez mais prisioneiros da imagem, da propaganda "à americana", de distribuição de brindes e mimos, caiêm numa séria e profunda dependência de financiamentos estranhos à vida e à transparência pública. Este fenómeno cria dependências e vícios que não favorecem a vida pública e a democracia portuguesa.

Este problema corta a vida partidária de cima a baixo e contamina mesmo a gestão e a boa "governança" a nível dos poderes locais, regionais e nacionais.

Critérios como equidade, transparência, eficiência e eficacia deixam de ser uma realidade quotidiana na nossa vida pública. Os responsáveis pela gestão e governo dos interesses da nossa rez publica, estão mais prisioneiros da sua gestão da imagem, da importância do aparecer e do marcar a agenda, do que propriamente governar, mas governar bem para o povo.

A demagogia, o populismo e o oportunismo político aparecem como regra, como norma de acção política. A forma como se seleccionam os membros para uma lista de candidatos a uma vereação de uma câmara municipal, ou como se colocam as pessoas numa lista para uma assembleia municipal é bem a prova de como os interesses alheios à gestão pública, muito condicionam e determinam a escolha desses nomes. Escolha sempre feita em nome do interesse nacional, das comunidades, dos povos, mas no fundo é esta a grande mentira, a grande aldrabice da nossa democracia. Estes nomes são escolhidos em função da posição que cada um ocupa no interior do partido; se é ou não da confiança do chefe; se a igreja local apadrinha ou nao; se faz parte daquelas instituições que controlam e condicionam o voto à hora da urna.

Como se verifica facilmente, nenhum deles é colocado na lista pelo seu mérito académico, profissional ou civico, mas pela quantidade de votos que pode angariar e se é fiel ao big men, isto é , ao Chefe.

A partir daqui, as listas ficam repletas de mediocres, de incompetentes, de vaidosos, de dependentes, de representantes do chefe em vez do Povo Soberano.

Como consequência, as oposições ficam silenciadas, deprimidas, vazias de personalidades activas e interventivas. E o poder do chefe é reforçado por este silêncio que o apoia, o segue, o imita e o venera. Os homens do poder eleitos na lista do chefe são uma espécie de caixa de ressonância, de bajulice mediocre, que num amém sem nexo e sem sentido, tudo fazem para agradar ao chefe a troco de um lugar que se quer perpetuar durante os tempos mais próximos. Porque dele depende o ganha pão, a vida fácil e ociosa da política, de governar sem responsabilidade, sem objectivos e sem ter que dar ou prestar contas à oposição que se deleita perante este leite derramado da santa corrupção.

As claques aumentam ao sabor da necessidade de o chefe ter que aumentar a sua presença e o seu poder nos contextos locais ou regionais. Equipas que prestam serviços dentro da lei, cumprindo com todos os requisitos legais, mas com fortes vínculos ao partido que governa. E de quem o Chefe depende em eleições para ganhar uma qualquer distrital perdida neste imenso Alentejo político. Estudos disto e daquilo, acessores para isto e para aquilo, ao sabor da moda e do interesse do momento.

Num dia agradamos à maquina local do partido e criamos vereadores para o ensino universitário e superior. Noutro dia, arranjamos justificação para mais um assessor na educação e na sei lá...de forma a agradar a um padre casmurro local, que decide puxar as orelhas ao Chefe no Jornal da Terra. Depois, é preciso domesticar e silenciar a oposição da terra e convida-se o chefe da máquina do partido da oposição para fazer umas obras no concelho.

Criam-se conselhos consultivos para as mulheres divorciadas, para as mulheres desempregadas, para os jovens sem emprego, e convidam-se as ditas forças vivas da terra, uma forma simpática e inteligente de os calar e de os assimilar à ordem do Chefe. Oferecem-se uns brindes, umas bengalas, umas bebidas, un artesanato,uns passeios a Fátima, os jantares no restaurante da terra.

Como podem ver, qualquer semelhança com o que se passa em Baião é pura ficção e uma absoluta mentira.

Felizmente, que na nossa Terra, nada disto se passa. Temos um poder político sério e isento e uma oposição dinâmica, independente e inteligente na programação e na acção política.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Potlach Político em Baião



Ao longo destes últimos seis anos que se vive um clima de silêncio, de medo e de paz social podre na vila e concelho de Baião. A sociedade civil esta cassada da sua acção e intervenção cívica, por causa, de um poder local soft no discurso mas musculado na acção política. As mais diversas instituições estão controladas pelos homens que controlam o poder político, ou que se fazem representar em nome desse mesmo poder político partidário de discurso jovem, moderno, bem falante mas oco de acções e de programas mobilizadores da sociedade baionense para um desenvolvimento que se quer sustentado na forma e dinâmico na acção. Os únicos e escassos meios de informação são uma face escura e parda daqueles que exercem o poder de forma democrática e em nome do povo. A informação, isto é, jornais, revistas e rádios, ampliam cada vez mais e só a voz do poder e daqueles que usam esse mesmo poder. É o poder de distribuir subsídios, publicidade paga e obrigatória, dar acesso aos mimos das festas e cerimónias municipais protocolares. A propaganda mistura-se e confunde-se com a necessidade de informar os cidadãos para melhor julgar todos aqueles que exercem cargos públicos por representação, - como são todos os lugares políticos. Num concelho de matriz rural, sem grande expressão industrial, as câmaras são a grande empregadora, a grande empresa que alavanca económica e socialmente estes territórios locais.

Daí existir um certo potlach político local, de troca de dádivas e de favores entre aqueles que detêm o poder e aqueles que dependem das benesses desse mesmo poder. Este fenómeno de caciquismo político corta transversalmente toda a sociedade, enfraquecendo os mecanismos da modernização e do desenvolvimento económico, social e cultural de Baião. A sociedade local é constituída por um conjunto minoritário de segmentos sociais e económicos, entroncados ainda em velhas famílias, que influenciam ainda o poder local e determinam as decisões governativas locais, não em função do bem público mas de acordo com os interesses particulares dessas linhagens pré-modernas.

Poderíamos, de forma quase dogmática, afirmar que a teoria das dependências (Wallerstein, 1979), funciona não só para aqueles que são os nossos adversários ou inimigos mas também para os amigos do poder e da democracia em geral. Uma teoria que trata bem e compreende melhor todos os assimilados, e, todos aqueles que vivem na dependência desse mesmo poder.

No espaço local a Igreja, ancorada nas suas paróquias não vive imune a esta pressão por parte do poder político, de assimilar, de controlar e de a reduzir a um simples eco de quem governa. Quem governa nem sempre respeita o munus religioso; e também, nem sempre o munus religioso respeita o mundo da politica e da acção partidária. Sendo, algumas vezes cúmplice, parceiro, interveniente e parte activa no processo de consolidação de lideranças politicas a nível local e regional.

As elites locais são muito fragéis e pouco autónomas, pois, vivem no limite da independência, em virtude das câmaras usurparem todo o tecido social e cultural da vida local. E a partir daí, procederem a uma espécie de assassinato publico dos indesejáveis, não convidando para as suas iniciativas, não demonstrando bondade para com as instituições onde elas desempenham as suas funções ou actividades profissionais.

Desde as fundações até às Instituições de Solidariedade Social que tudo se passa mais ou menos assim, com total despudor pela cidadania e pelos valores da democracia participativa e de alternância politica.

Do outro lado, as forças políticas estão desarmadas de valores, de ideias, de programas mobilizadores para o desenvolvimento do concelho de Baião. Os partidos políticos entraram numa espécie de quaresma política, onde não se discute nem se apresentam ideias ou programas alternativos. Sem rostos e lideranças sérias e credíveis a oposição vai agoniando entre silêncios cúmplices. Enquanto o poder se apropria de tudo e de todos, rodeado por uma massa pouco critica e submissa para com um chefe jovem e vaidoso. Esquecido da verdadeira acção política que é a governação em favor da república. Governa-se para as clientelas, para o imediato, para o eleitoralismo e respectiva cacicagem, numa forma de saldar os votos que se teve em último escrutínio.

Vive-se um ambiente de total instrumentalização, de absoluta assimilação de contrários e de oposições. Mesmo dentro dos directórios partidários, com merecida excepção para o dinâmico e interventivo PCP local, nada existe de verdadeiramente alternativo e independente.

O PSD local está representado em todos os órgãos políticos da gestão local, vereação, assembleia e juntas de freguesia. Deste modo não se compreende este silêncio e esta apatia na vida publica local. Porque será que esta situação se mantém há mais de seis anos? De que tem medo o PSD? Quais os motivos deste medíocre silencio?

Estamos perante uma morte anunciada da oposição social democrata? E onde para todo aquele património que a antiga líder e presidente de câmara, Doutora Emília Silva fabricou e deixou? Esta realidade politica e pública condena a sociedade e o concelho de Baião a um triste presente e a um difícil, mesmo muito difícil Futuro. É preciso encontrar de novo o caminho, o rumo, e dar continuidade à força de mudar que a Doutora Emília Silva nos legou.

sábado, 20 de novembro de 2010

Política e Cidadania em contextos Locais (vilas e concelhos)

A participação e a organização politica nas nossas sociedades faz-se, em e a partir da existência de organizações politico-partidárias, isto é, de partidos com a sua ideologia, com a sua organização hierárquica, com a sua programação e modelo de sociedade. Estes partidos ao longo destas últimas décadas transformaram-se nos verdadeiros núcleos do poder, é aí, que se desenvolvem confrontos e se definem os homens e as mulheres que irão ocupar os cargos mais importantes da governação da República. Que vão desde os governos locais até aos nacionais, bem como fazer parte das estruturas federativas da UE.


Neste quadro de organização política criam-se redes, grupos de influência, amigos que entre si distribuem cargos e lugares. Trata-se de um espaço ritualizado, com várias passagens de testemunho, com provas de dedicação, de serviços prestados aos lideres e aos partidos. Estamos na presença de uma forte e musculada territorialização da vida política a nível local e regional.


Ao nível dos governos locais, e dos pequenos núcleos locais partidários (as secções) a situação é de grande fragilidade em termos de participação cívica e democrática. A vida política processa-se no contexto de uma forte cacicagem, que angaria votos e militantes que só aparecem nos dias das eleições. São uma espécie de militantes fantasma, que de tempos a tempos, exercem o seu mando e direito de votar, enquanto militantes da respectiva secção, a mando de uma cacique local, pessoa influente a quem se deve favores e de quem se depende no trabalho, na segurança social, na vida local.


Estes caciques locais geralmente estão infiltrados nas instituições locais de carácter social, como sejam, as IPSS, as Sociedades Culturais e Desportivas, os Bombeiros, a Igreja, etc. A partir das quais tecem uma rede de influências e de poderes difusos, com a qual tentam influenciar as inclinações e as opções políticas dos eleitores e cidadãos locais.

Esta realidade politica e social asfixia a luta partidária em contextos locais, domestica pessoas e instituições e persegue tudo e todos que se não sujeitem às regras da maioria que governa e domina os recursos locais. Aparecem termos como o de assimilados, videirinhos, vira-casacas, em suma um conjunto de classificações para rotular todos aqueles que foram adicionados à nova ordem política. As estruturas ou secções locais dos partidos locais, ficam silenciadas, apagadas de vida e de intervenção, uma espécie de nojo político, de 4 a 8 anos. Contando,é claro com o desgaste daqueles que ocupam as cadeiras do poder...

Esta realidade é visível em concelhos rurais como o concelho de Baião, de Arouca, de Amarante, etc.É possível, aqui, encontrar toda este drama cívico, de ausência de liberdade, de democracia, de vida independente. Os partidos que governam nas câmaras e nas respectivas assembleias e juntas de freguesia, usurpam o pouco espaço público e a frágil sociedade civil que resta. As pessoas que governam, cruzam-se nas direcções das instituições locais de solidariedade social, cultural e recreativas. As câmaras distribuem subsídios dentro da lei, mas não escondendo a simpatia ou a antipatia, para com aquelas que são dirigidas por agentes culturais da sua área partidária ou da sua confiança. De vez enquando, lá se vai ouvindo algum desses agentes a denunciar que os subsídios são um instrumento ao serviço da conservação do poder por parte daqueles que governam a nível local.

O caso da vila e concelho de Baião é um dos casos mais preocupantes no que diz respeito à ausência de liberdade cívica e política. Aqui, a instrumentalização corta de forma vertical e horizontal todas as instituições públicas, privadas ou de carácter social. Uma leitura às suas direcções denota de forma grosseira a sua ligação ao partido socialista e ao seu líder. Ou pelo menos todos eles por lá passaram e por lá deixaram os seus moços de recados, a desempenhar as suas funções. Sempre em nome do chefe.