quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O Poder: legitimidade e representatividade

Quando falamos em poder, em legitimidade e em representatividade, sem duvida alguma que estamos num universo social de grande complexidade politica. A acção política, toda a acção política deve ser orientada para servir a causa ou as causas que dizem respeito à coisa pública. Para exercer este serviço publico,  os cidadãos devem ser sujeitos públicos de elevado sentido ético e moral, de forma a pautarem a sua praxis na defesa dos interesses públicos e coléctivos. Onde os valores e os  principios de liberdade, de honestidade, de fraternidade e de coragem devem ser os pilares da sua acção, contrariando a má política dominada por outros interesses que não os da República.

O exercicio do poder nunca em caso algum, deve ser uma alavanca para promoção de interesses pessoais e de grupos económicos que na esfera do silêncio e do segredo instrumentalizam o Estado em seu beneficio ou dos seus pares. Consumindo recursos que deviam estar ao serviço das gerações vindouras, de forma a dar substância ao chamado contrato inter-geracional.
A acção política deve ser exercida dentro de um enquadramento de valores  humanistas e pessoalista, istom é, uma pedagogia civica de grandes valores que promovam as Nações rumo a um futuro mais progressista e desenvolvimentista. Onde os recursos e os bens sejam distribuidos de forma sustentada, valorizando quem produz e protegendo quem é mais vulnerável. Sem assistencialismos que servem somente para adormecer as fragilidades e as vulnerabilidades sociais e culturais.

O Poder deve ser um instrumento justo e exercido com equidade ao serviço de uma sociedade moderna, esclarecida e independente. A construção de um Estado Moderno, nascem das ideias liberais que contribuiram para cortar com as amarras de um antigo regime senhorial, preso aos costumes e às liberalidades abusivas de senhores e caciques locais e regionais que exploravam o povo e eram um obstáculo sério à construção de um Estado Moderno e Progressista.
A consolidação dos principios liberais na primeira Carta Constitucional Liberal em Portugal, em 1820 veio inaugurar uma nova forma de legitimação do poder e dos governantes. A partir daqui, muitos foram os progressos e os recúos. Mas com a restauração da Democracia após a Revolução de Abril, que Portugal inaugurou uma Nova República. Uma Nova República mais moderna, progressista e democrática. A Nação acordou para uma primavera que soltou as amarras de um passado velho e anti-europeu. Evidente, que entretanto muitos e foram muitos os erros e os abusos, sempre em nome de Abril e da Liberdade. Mas com o tempo fomos aprendendo a viver em democracia e em liberdade de escolha política.

 Mas... Existe sempre um «mas».

 A entrada na Europa e a adesão ao euro trouxeram uma outra europa. A europa das facilidades, do dinheiro barato, oferecido, dado para resolvermos os nossos problemas ditos estruturais.

Puro engano, este dinheiro não foi dado, nem foi emprestado, foi a forma como nos vendemos aos consumos faceis e ideondos da sociedade do consumo.

Trocamos a politica pela dadiva de dinheiro fácil e construimos maiorias governativas assentes na mentira e na demagogia.  Abrimos os partidos a pessoas ávidas de dinheiro, de benesses, de mimos. A política transformou-se numa espécie de arvore das patacas do brasileiro, gordo, feio, estupido, carregado de libras de ouro. O pato bravo da época que carregava com ele o sucesso da vida em terras do sertão brasileiro.

Fomos caminhando em direcção ao abismo, à corrupção e à instrumentalização política.

 O caciquismo, o clientelismo e a corrupção regressaram aos partidos. As máfias políticas instalam-se nos directórios partidários que desde  o local lançam as redes até à Europa. Controlando os directórios e os aparelhos partidários e económicos.

Criam-se redes silenciosas que minam a democraticidade e a isenção da acção política. Por exemplo, Maçonaria, Banca, IPPS, Clubes de Futebol, Empresas, Universidades, Construção Selvagem, etc.São alguns dos casos onde a infiltração e a nomeação se fazem não pelo mérito, mas pela filiação a um grupo de pressão escondido num qualquer avental de uma sinistra instituição.

Sem duvida, que nos partidos há militantes e são tantos que vivem à margem desta rede mafiosa. Homens e Mulheres, Jovens e velhos que lutam pelos ideias de uma Nação justa e democráticamente humanista. Que esteja ao serviço do povo e da Nação. Onde a pátria não se confunda com um simples instrumento demagógico que na tentativa de intoxicar e anestesiar o povo se esquece dos valores da Liberdade, da Igualdade e da Solidariedade.

 Espero que cada um de nós saiba dar o seu contributo para sanear esta gente mediocre e mafiosa que utiliza os partidos em beneficio pessoal e não em favor da Nação e da Pátria. Em nome das gerações futuras lutemos por um país justo e solidário.

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