sábado, 29 de setembro de 2012

Uma Politica Cultural para Baião

Uma sociedade culta, dinâmica, criativa e empreendedora está indubitavelmente associada a um programa de desenvolvimento social e cultural que valorize os segmentos da cultura, do ambiente e do património, enquanto sectores fundamentais para a dinamização das economias criativas.

 Infelizmente, na região do Douro e particularmente no concelho de Baião, a cultura, o ambiente e o património não são mais do que uma retórica ao serviço de uma propaganda que assenta num conjunto de actividades e de pseudo projectos em torno de umas visitas, umas encenações folclóricas que em nada valorizam a cidadania inclusiva.

Existe sim, um discurso de património em torno da arqueologia e a animação arqueológica, pouco dignificante porque nele está ausente uma programação racionalizada e especializada da promoção, do estudo, da classificação do património e do ambiente concelhio.

Era necessário elaborar um Plano Director para a Cultura, o Ambiente e o Património que associa-se estes vectores à actividade turística, de forma a estruturar modelos e objectivos concretos, que conduzissem a actividade cultural para soluções abrangentes e sustentáveis, fora dos esquemas redutores da propaganda e do eleitoralismo efémero que esta Câmara tem aplicado a estas áreas.

O mesmo se passa com a deficiente e quase inexistência valorização económica e social dos equipamentos e infraestruturas municipais que a Exma Drª Emilia Silva mandou construir para a promoção da actividade cultural. Era necessário a implementação de um Plano Director para a dinamização destas infraestruturas macro-económicas, assente num conjunto de programas e de  estratégias que possibilitassem a organização de um conjunto de actividades programadas, estruturadas, pensadas, a partir de um programa mais amplo e moderno. Associado a este Plano Director para a Cultura devia aparecer um Centro de Formação de Públicos, a partir de uma concepção de eventos, da promoção dos sitios e lugares de memórias patrimoniais de excelência.

Transformar a Casa de Chavães numa AGÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE INDUSTRIAS CRIATIVAS, com uma organização em rede que valorize e retire ad valorem dos equipamentos municipais distribuídos pelo território concelhio. Desde a criação de um Centro de Congressos e Exposições Regionais e Internacionais a instalar no Auditório Municipal de Baião. A implementação de um Laboratório de Produções Artísticas Criativas a partir de uma Plataforma de parceiros locais, regionais, nacionais e internacionais envolvendo as Instituições Locais e Regionais e as Instituições Universitárias Portuguesas e estrangeiras; a implementação de um Centro Aplicado ao Desenvolvimento Agrário no Mosteiro de Ancede: com três vertentes complementares: ensino e formação profissional na área; ninho empresarial agrícola e turístico; um núcleo duro que promovesse a participação das empresas locais e residentes no desenho de projectos de desenvolvimento sustentádo - com a aplicação de modelos de inovação e de criação empresarial ; bem como a instalação aí de um Centro Documental sobre o Conhecimento Local enquanto actividade prática e localizada. Instalar no Mosteiro de Ancede o Observatório para as Actividades ambientais e turísticas, associando os parceiros locais e regionais.

Em relação ao Património Museológico pensar na Criação de um Museu Municipal de Arqueologia e do Território, tirando partido do vasto património local e das potencialidade dos sitios arqueológicos da Serra da Aboboreira e de Matos a partir dos trabalhos aí desenvolvidos pelo casal Oliveira Jorge. Criar um Centro Interpretativo da Paisagem e do Património na Serra da Aboboreira, criando sinergias nas áreas da formação, do conhecimento e do lazer cultural e cientifico. É urgente a criação de um Programa Integrado para esta temática para acabar de vez com a retórica, com a demagogia e o populismo de anos de abandono e de desleixo nesta temática. Não basta colocar lá umas vedações e uns postes de madeira, e fazer umas quantas intervençoes de cosmética, com a restauração de alguns dolmens e pronto. Nada disto é intervir de forma sistemática a valorizar a cultura e o património.

A importância de uma politica local para o arquivo e documentalismo que podem ser incorporadas numa Biblioteca Municipal com outra filosofia e com outra estrutura de serviços. Actualmente o concelho de Baião sofre de uma grande carência de serviços educativos e culturais nesta área. Aquilo que se vai fazendo a partir do trabalho voluntarista de uma técnica superior na área da arqueologia não é suficiente e não é o caminho que nos pode levar para uma maior qualidade de vida social.A actual Câmara Socialista nada fez sobre esta matéria a não ser demagogia e propaganda, tendo como aliados algumas instituições locais que participam na mentira e na fraude cultural. Com a implementação de uns teatrinhos serôdios sobre o património local, induzindo as criancinhas numa visão deturpada da história local e da importância da história na formação dos jovens.

Tudo isto fazia sentido se a Câmara tivesse isso sim um Departamento de Animação Cultural com animadores com especialização nas artes da representação e da encenação. Coisa que não acontece. O tal Serviço Educativo com técnicos na área da expressão artística e corporal que em sintonia com as direcções escolares podiam desenvolver um serviço de formação e de expressão de valor acrescentado. Nesta Câmara o importante não é servir e educar as crianças, mas manipular e angariar votos, a partir de um serviço que mais nao é do que um Departamento de Propaganda encoberto nos conteúdos e subtil na forma.

Para terminar podemos colocar a questão: quem vai financiar todo este programa? É facil e barato. Não é preciso construir novos edificios para além daqueles que já existem.  Por outro lado, o dinheiro que actualmente esta Câmara desperdiça em serviços mediocres e inutéis, benm como em técnicos e assessorias muito caras, permitem-nos seleccionar técnicos capazes, jovens formados do nosso concelho nas áreas e dar-lhes a possibilidade de aplicar os seus conhecimentos em beneficio da sua Terra e das suas Gentes.
Penso, que até se pode poupar muito dinheiro e prestar outro serviço e com outra qualidade. Claro que isso implica abandonar a politica cultural do tacho, da retórica fiada e do apoio fácil para as associações e fundações dos amigos socialistas.






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