Estava-mos no ano de 1947.
Um homem vestido de cetim desfilava
na praça da sua terra.
Um acontecimento... Pequeno
acontecimento este que dava um colorido diferente em dias de feira. A praça era
dominada por essa figura altiva que se passeava de cetim... Um pijama de cetim.
Comprado pelo ouro da época – o vulfrâmio.
Era o tempo das notas gordas. Dos
sacos pesados de vulfrâmio. Das viagens de taxi para a cidade do Porto. Das
festas regadas a cântaro de vinho acompanhado com sopas e pão-de-ló. Das noites
jogadas a cartas viciadas e fraudulentas. Das estórias de encantar e de meter
medo. Era a época dos lobisomens, das bruxas que tomavam banho nos ribeiros e
roubavam a honra a homens honrados. Das hospedarias apinhadas de forasteiros.
De gentes muito ricas e muito pobres. De vendedores, de traficantes, de
mulheres e crianças que corriam para o apanha. Dias de troca, dias de glória,
dias de abundância, dias de desgraça e de miséria também. Como nos dizia o Zé
Maria de Covelo de Paivó eram tempos do diabo.
1 comentário:
Era do tempo de pessoas de palavra, que honravam o seu nome, o tempo em que a palavra de ordem era a honra e dignidade, em que a verdade e a lealdade era valorizada, e que se dava a cara num crime de honra.....mesmo que desse crime surgissem consequencias menos boas, mas davam a cara, nesse tempo procurava-se as pessoas e falava-se cara a cara,........e é isso que vamos fazer sr professor.....
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