quarta-feira, 26 de setembro de 2012

E O DOURO PASSA AO LADO...

Caros amigos é com grande tristeza a minha que olho para este Douro imenso, profundo, rico e diversificado. Como pode ser possível que os nossos autarcas e políticos não concertem uma estratégia, um programa para alavancar a região, de forma a transformar esta imensa riqueza num activo económico ao serviço dos seus residentes e dos seus pequenos e médios proprietários. Infelizmente, o Douro continua com as mesmas taxas que nos marcam negativamente no que se refere ao desenvolvimento social, cultural e económico no contexto da Europa e no contexto do litoral português.

Os nossos políticos sempre na mesma ladainha lá vão enganando o povo, com promessas sempre adiadas, com a ilusão das festas, das idas a Fatima, com as Jantaradas, com os subsidios para as IPSS`s locais, lá conseguem ganhar as eleições e a conservar o poder eternamente. O Povo na sua humildade e seriedade nuns casos, noutros o povo entra no jogo e caminha em direcção a uma irresponsabilidade civica. Afastando-se da politica e deixando os seus governantes locais com a corda solta durante quatro anos, os politicos usam e abusam desse poder delegado pelo voto a que chamam democracia representativa.

Os governos locais abandonam assim os interesses locais da governança e organizam a sua vida politica numa trajectória que os leva para outros mundos da politica, mais aliciantes e mais importantes no controlo das decisões internas dos partidos e do aparelho do ESTADO. O POVO distraido com a vida dura do trabalho e com as dificuldades que hoje vivemos, não se apercebe destas estratégias e destas trajectórias. 
A
O espaço local é assim uma rampa de lançamento para outros locais, esses sim muito desejados pelos jovens turcos da politica. Que vivem na sombra dos partidos locais. Raramente opinam, debatem, ousam criticar, ou dar uma ideia sobre qualquer tipo de assunto. São uma espécie de eunucos da politica, que vivem de forma parasitária nos meandros do poder.

Desta forma no Douro não se discute as alavancas macro-económicas para a região do EDT (Entre Douro E Tâmega), como a necessidade de reabilitar a Linha do Douro, uma estrutura ferroviária de interesse macro-económico regional. Sem esconder a sua mais valia para a coesão social regional e a sua relação com a proximidade para com a Área Metropolitana do Porto. Por exemplo, o caso de Baião, um concelho com uma frente de grande amplitude no Douro, mas que na realidade não tem alavancado o tecido local de forma a valorizar a economia local e o ambiente social. O Presidente de Câmara de Baião e actual lider da Distrital do PS Porto, nada tem feito para alavancar e relançar programas de investimento nesta região. 

Aliás, José Luis Carneiro não tem pensamento político sobre a região, a não ser umas ideias que rondam uma retórica vazia de conteudos e de programas. Infelizmente, essa realidade compagina a sua postura de autarca, que assenta numa máquina de propaganda e não num programa de alavancas locais e regionais, que fizessem a promoção do desenvolvimento endógeno e consequentemente reforçassem a coesão social. O melhor e último exemplo, é a criação de uma estrutura de "promoção de Baião" na cidade do Porto, na rua das Flores. A que deram o nome de PORTO DE BAIAO -, a ideia até pode ser interessante. Mas aquilo que lhe está subjacente é a propaganda e a promoção de uma autarquia e directamente ou indirectamente o seu presidente. Que só por acaso é o Presidente da Direcção Distrital do Partido Socialista do Porto.

Durante quase dois mandatos, José Luís Carneiro governou como quis e como lhe apeteceu. Não teve oposição, nem na Câmara nem na rua. O Ex-Vereador do PSD Carlos Póvoas sempre foi mais um aliado do que um vereador activo na fiscalização e na oposiçao alternativa. José Luís Carneiro foi construindo uma rede de influências, de interesses, de cumplicidades entre os poderes locais e os poderes regionais. A governação em Baião foi sempre um mandato politico soft e abrangente.Soft no discurso e na imagem que passava para a comunicação social, com a ida de televisões à terra, promovendo a sua governação e as pessoas, isto é, as personalidades da Terra. Personalidades que davam a cara e a alma por um projecto artificial e cosmético, que em nada valorizava a qualidade de vida e o desenvolvimento local.

O concelho de Baião continua mais velho, mais pobre e mais despovoado. O comercio esta quase falido, o turismo é uma metáfora e o património é uma cosmética. Sem soluções e sem programas, sem competencias e sem valores este PS desgoverna Baião. Trocando o trabalho politico por uma espécie de encenação em que o povo é chamado a participar, sem saber qual é o drama e o enredo. E o drama desta peça teatral é a falência das pequenas e médias empresas de Baião, o empobrecimento das familias, o despovoamento das aldeias e das freguesias, e das nossas vilas (Campelo, Santa Marinha e Ancede), o envelhecimento da população, a deslocação da população jovem e formada para outras terras e países. 

O nosso Concelho está triste e magoado com esta gente que desgovernou Baião. Por muitas piscinas que se façam, por muitas festas que se organizem, por muita propaganda que se faça nos jornais da terra e nos jornais regionais. Nada disso impede a pobreza, a miséria e a falência das familias e das  pequenas e médias empresas. Esta Câmara não tem soluções para impedir a crise na construção e na mão-de-obra que nela ganha o seu pão. Este Partido Socialista não reconhece estas empresas e estas pessoas, que trabalhdo a pedra e levantando casas, muros e edificios, sem duvida que também contribuem para a riqueza local e nacional. Nem uma palavra para estas pessoas, para estas micro-empresas que vivem momentos dificeis e complexos.

O senhor Presidente e o seu Partido Socialista gosta mais de se passear nos corredores do grande capital, dos grandes interesses, dos grandes investimentos. Aliás, esta tem sido uma marca governativa do PS a nivel regional e a nivel nacional. Um PS mais preocupado com o grande capital e com a grande finança, do que amigo das pessoas e dos cidadãos. Esta gestão socialista na sua arrogância e na sua retórica conduziu o concelho e a economia de Baião para uma situação de grande fragilidade e empobrecimento. Espero que o Povo de Baião saiba dar a resposta merecida a este desgoverno socialista nas próximas eleições.

Gostava também de deixar aqui vem claro que ninguém mas ninguém, pode fazer de conta que nada disto se passou. Seria muito grave passar uma esponja nas responsabilidades e nos cumplicidades, que durante estes anos, muitas pessoas, muitas das ditas personalidades locais, muitas instituições (Escolas, IPSS, Associações, Fundações, Empresas, etc.) se associaram com este governo local, dando cobertura a uma politica onde houve beneficiados e prejudicados. Os prejudicados foi sem duvida um Povo humilde que acreditou e foi enganado; os beneficiados foram umas dezenas de "personalidades menores", que à sombra do poder local foram conservando os seus domínios e ampliando os seus interesses. Essas personalidades menores também terão que ser chamadas á colação e à responsabilidade. Os nomes são conhecidos e estão registados de forma bem documentada no Boletim Municipal da Câmara de Baião. E a cores.

Sem duvida, que a vida publica não pode ser exercida fora de um imperativo ético de valorização de uma cidadania activa e independente. A única capaz de servir uma republica fora dos jogos de interesses da máfia corrupta que vive à sombra das benesses do poder.

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro amigo Sr. Professor,
Como já tive oportunidade de referir em comentários anteriores e mais uma vez afirmo que se o folclore politico e a propaganda política resolvesse os gravíssimos problemas com que este Concelho está confrontado, não há dúvida nenhuma que Baião era o Município mais desenvolvido dos 18 que constituem o distrito do Porto.
Abraço!
Gomes

Fernando Matos Rodrigues disse...

Sem duvida alguma que tem toda a razão. Este concelho foi vitima da maior demagogia e populismo por parte desta Câmara Socialista liderada pelo senhor Presidente e Vice-Presidente. A nomenclatura socialista tem estado a funcionar a todo o vapor. Toda a gente que entra para esta Câmara no fundo é mais uma peça para a impmentação da retórica e demagogia.Retórica e populismo associado a um mandato onde a democracia local é um fazer de conta. Aliás, neste aspecto o PCP de Baião tem sido um opositor com dignidade e independência. O que não agrada ao Senhor Presidente de Câmara e seus aliados. Mas meu caro amigo Gomes o edifico esta a ruir, as primeiras peças já começaram a caír e a falir...Os tempos são de mudança. Abraço amigo

Paulo Machado disse...

Caro Matos Rodrigues,
Uma excelente análise ao concelho de Baião!
Abraço
Paulo Machado

Fernando Matos Rodrigues disse...

Caro companheiro Paulo Machado, agradeço as palavras e aguardo pela sua colaboração num novo projecto para alavancar Baião, devolvendo ás familias, às empresas e aos jovens o Futuro que esta Câmara lhes está a adiar e a bloquear. Caro amigo contamos com sigo nesta nobre tarefa de fazer politica para as pessoas e pelas pessoas. E não exercer o mandato politico segundo uma agenda pessoal de vaidades ocas e de projectos politicos pessoais como é o caso desta liderança socialista em torno de José Luis Carneiro e Paulo Pereira.

Anónimo disse...

Caro amigo Sr. Professor,
Como já afirmei e mais uma vez afirmo novamente, a única força política que alertou e se insurgiu contra o rumo que o Município de Baião está a levar foi o PCP, e que até não tem representação no executivo da Câmara e na Assembleia Municipal.
Quem tiver dúvidas do que aqui afirmo, que leiam os comunicados da C.C. de Baião do PCP que foram distribuídos aos Baionenses ao longo dos anos.
Aliás, os documentos do PCP distribuídos ao Povo de Baião eram de tal ordem incomodativos para a teia de interesses mesquinhos e pessoais que por aí há instalados, que alguns sedentos de puder até chegaram acusar de forma camuflada e injuriosa os dirigentes locais do PCP de estarem vendidos a um empresário do Concelho de Baião.
Mas como diz o nosso povo e com razão, as verdades vêm sempre ao de cima como o azeite na tona água.
Abraço!
Gomes