terça-feira, 17 de setembro de 2013

Porto - Que Políticas Culturais?

Parece-nos oportuno falar aqui e agora sobre este tema pelo facto de nos encontrarmos em momentos de debate e de escolha de candidatos políticos para o governo da nossa cidade - o Porto.
Ao assistir aos vários debates sobre esta problemática fui constatando da necessidade de colocar alguns pontos de acentuação nos tópicos da cultura, da gestão, da organização e da programação.

O Porto é uma cidade da cultura e da produção artística. São várias e diversificadas as instituições que ao longo de décadas dedicam a sua atividade à formação, à produção e à programação artística e cultural. Algumas instituições de traço centenário como a Escola Superior de Belas Artes, a Escola Artística Soares dos Réis, o Conservatório de Musica do Porto, outras mais recentes como a Cooperativa Árvore, A Escola Superior artística do Porto, o Balleteatro, o Teatro das Marionetas do Porto, a Seiva Trupe, a Biblioteca Municipal do Porto, O Arquivo Histórico Casa do Infante, o Museu Soares dos Réis, etc. etc.

Atualmente destacam-se a Casa da Musica e a Fundação de Serralves, sem duvida duas das maiores instituições da oferta e programação artística e musical. Com uma agenda e um acervo museográfico de valor internacional a Fundação de Serralves veio preencher uma espaço muito importante na programação, na formação de públicos, na problematização das questões da arte, da cultura, da cidadania. Mais recentemente a inauguração do Museu das marionetas no Porto, uma proposta museográfica que apela à formação dos públicos, onde a arte atinge uma dimensão holística e interativa com os públicos, associada à pintura, à instalação, à fotografia e ao video.

Desde as ultimas décadas que no Porto assistimos ao aparecimento de novos equipamentos para a área da cultura ( museus, salas polivalentes, auditórios, centros de artes, casas da musica, casas das artes, etc.) e das artes em geral. A autarquia e o governo central deram as mãos e construíram novas infraestruturas para a cultura. A região também foi acompanhando essa dinâmica. São exemplo disso o Teatro Nery em Matosinhos, o Fórum da Maia, o Fórum de Valongo, a Casa de Camilo Castelo Branco em Famalicão, o Museu de Amarante, Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim, a Casa de José Régio em Vila do Conde, etc.

Um cenário de grande diversidade e variedade na oferta e na produção artística que fazem do Porto e da sua Região ou AMP, um mundo à parte no contexto nacional e europeu. Todo um potencial cultural de grande criatividade que se deve transformar per si num dos nichos económicos da região norte. O Norte é Cultura e Arte.

Neste mundo tão rico e complexo da produção e formação artística falta sempre alguma coisa. E essa coisa é aquilo que pode dar o impulso para a diferença.

Falta investimento. Falta apoio às instituições e criadores da cidade e região. Falta organização. Falta agenda. Falta concertação e diálogo entre os atores culturais e artísticos e os governos locais e regionais. Falta propósito político. Falta dinamização. Falta abertura e diálogo. Falta dar a este sector cultural o valor que ele contém e encerra no contexto das economias criativas. Falta dar-lhe a dimensão que ele já tem na economia do Turismo. E não esquecer que o Turismo é a terceira economia do mundo. E sem cultura e produção artística o Turismo é uma atividade efémera e insustentável.

Então que vamos fazer e propor?

Abrir a cidade a todos os agentes e instituições. Abrir um espaço de concertação na cidade e na região. Valorizar as Politicas Municipais para a formação e produção artística. Apoiar as instituições da cidade que prestam esse serviço de forma continuada e sistemática. Dar valor ao mérito e à inovação os apoios financeiros necessários. Definir um orçamento participado para a cultura e para as artes de forma a alavancar projetos e parcerias inclusivas e alternativas.











  

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