quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Vais ou Ficas...

O PSD de Baião mais uma vez aparece em letras gordas na imprensa local e nacional pelas piores razões. O seu presidente da Comissão Política e único Vereador eleito nas últimas eleições locais decide fazer uso da lei para suportar as suas viagens de Inglaterra até Baião para participar nas reuniões da vereação municipal. Nada que a Lei não o permita, mas mandava o bom senso, o sentido de ética política que a tal o senhor vereador e ainda presidente da CPC do PSD não se dispusesse a tal situação.

Pessoalmente, lamento que o senhor vereador se tenha sujeitado a tal hipótese, que  a ocorrer lhe retiraria toda a liberdade e capacidade de intervenção política na Câmara Municipal de Baião. Aliás, aquando dos resultados tão vergonhosos do PSD nestas últimas eleições considerei que nenhum membro destacado do PSD tinha condições para continuar a liderar o PSD em Baião. Inclusive, penso e pensava que o próprio Luís Sousa devia ter apresentado a sua demissão de Presidente da C.P.C. de Baião e renunciar ao mandato de vereador. Pois, na altura já considerava que não tinha condições para continuar a exercer o cargo.

O comunicado da Distrital do PSD a circular pelos media e redes sociais a ameaçar o senhor Vereador Luís Sousa com a intenção de retirada confiança política, só veio demonstrar como o PSD a nível Distrital e a nível local é tão mal governado e liderado. Na verdade, o PSD Distrital é liderado por um grupo de pessoas menores, sem representatividade na sociedade, na cultura e na economia do distrito do Porto. Personalidades ligadas a tribos que se instalaram no PSD local e Distrital e a partir daí dominam a máquina e condicionam as escolhas para deputados, gestores do estado, directores regionais, etc. Uma oligarquia de clientelas que em nada representam o bem comum e os interesses da nossa Pátria.

Em Baião, torna-se urgente refundar o PSD de uma ponta a outra. Abrir o partido a novas gentes, novas personalidades, novos valores. O PSD é um partido com 40 ou 60 militantes activos e pouco mais. Uma Comissão Política Concelhia que nunca o foi e nunca teve possibilidade de o ser. Culpa do seu presidente Luís Silva, que reunia a CPC para aprovar e sufragar as decisões que se tomavam num grupo restrito, do qual faziam parte Nuno Sá Costa, Gil Rocha e Fatima Azevedo. Uma espécie de CPC sombra e nada democrática.

A Comissão Política Concelhia foi assim um braço de interesses, de ocupação de posições, de lideranças pessoais e clientelares. Partilhadas entre os boys e as tristes "criancinhas" da juventude social democrata de Baião que ocupava alguns lugares na CPC. Mas de onde não vinha, nem nunca veio uma ideia e uma acção. Tirando a posição sempre critica do actual presidente de freguesia do Grilo e de mim próprio. O resto era muito pouco ou nada relevante.

A forma como esta CPC (restrita) organizou e definiu a estratégia eleitoral e a composição das listas é demonstrativa da miséria dos interesses que contaminam e asfixiam a democracia em Baião e no interior do PSD local com ramificações até à Direcção Distrital e Assembleia Distrital. Esses interesses passam obviamente por lugares que algumas pessoas ocuparam na área da saúde, na assembleia da república.

O PSD encontra-se sem alternativa, sem liderança, sem capacidade de renovação. Quando muitos daqueles que acusaram a anterior lider e presidente de câmara Dr Emília Silva, de única culpada pela pouca representatividade do PSD em Baião. Foram, aqueles que exactamente durante estes anos lideraram o PSD e em nada acrescentaram em termos de valor social, técnico e cultural.

O Dr Nuno Sá Costa e seus companheiros do PSD, forjados na pequena jota local e com ramificações à jota distrital nada acrescentaram ao PSD. Pelo contrário, são os únicos culpados pela queda de popularidade e de influência do PSD no concelho de Baião. É o próprio Nuno Sá Costa que lidera o partido a partir dos seus lacaios que oriundos da jota espreitam um qualquer lugar na esfera do partido ou do estado. Aliás, o Dr Nuno Sá Costa é o genuíno produto dessa jota clientelar e aparelhística.

Aliás, o único responsável pela actual derrota do PSD nestas últimas eleições é o Dr Nuno Sá Costa, o Dr Gil Rocha e a Dr Fátima Azevedo. Todos eles com interesses na esfera do PSD local e distrital e com familiares bem colocados nos "tachos" que o partido vai distribuindo por aqueles que servem as cliques partidárias e os seus directórios.

Para esta gente, o partido é muito mais importante que a terra e as pessoas que deviam servir e as quais dizem representar nas Assembleias e Vereações. Contudo, é o partido que os alimenta e lhes dá o "pão nosso de cada día".






terça-feira, 17 de dezembro de 2013

O Pêndulo de Virgílio Macedo e um PSD em degradação...


A Distrital do PSD Porto encontra-se em estado de transformação sine die.
Vive numa espécie de cerimónia da degradação consequência da humilhação política dos resultados medíocres que alcançou no distrito do Porto. A gestão política da Direcção Distrital é obrigada a viver num contexto de forte punição eleitoral e social, com consequente degradação de imagem pública do seu líder, que sempre foi uma figura menor e irrelevante no contexto local, regional e nacional.

Um líder, uma direcção que não se encontra com o seu eleitorado social democrata e que actua em absoluta dissonância com as classes sociais, as elites e as corporações da sua região. Virgílio Macedo vive numa espécie de principio de talião político, isto é, condenado a suportar a violência e a estigmatização da sua própria derrota.Uma humilhação política que lhe não permite abandonar a liderança, mesmo sendo ele a principal causa dessa humilhante derrota.

 Os resultados eleitorais últimos abriram feridas difíceis de tratar na actual liderança. Sem escamotear todas as polémicas em torno de José Pedro Aguiar Branco, Marco António Costa e Agostinho Branquinho. Este pêndulo apresenta fragilidades, cumplicidades, duplicidades e na sua génese habita a incerteza, o clientelismo, a dúvida política.





Uma liderança que cada dia que passa, lá vai mostrando as suas fragilidades conjunturais, em consequência da queda de Luís Filipe Menezes com a derrota para a liderança da Câmara Municipal do Porto. A demissão de Ricardo Almeida é a única nota de qualquer coisa digna neste pêndulo que é tudo menos harmonioso e belo.

A renovação e a mudança de actores políticos é inevitável no PSD Distrital e Nacional. Os militantes de base não se identificam com as propostas apresentadas e com as lideranças falhadas. O PSD necessita de uma mudança radical como alavanca urgente para a promoção de novas propostas e novas gentes. A atual liderança distrital é uma espécie de defunto anunciado. A região e o norte não podem ser cúmplices com tanto vazio de ideias e de propostas.

Nunca nenhuma sociedade, força política ou partido conviveu bem com as derrotas e com os derrotados. A Política não é nada solidária e compreensiva para com aqueles que perderam, quando antes tinham tudo para triunfar.Na Política só o presente conta e o futuro só como sonho e utopia. Nada mais é relevante para este mundo feito de políticas, de políticos, onde os vitoriosos deixam de ser aclamados por causa da derrota que lhes bateu à porta.

O actual líder do PSD Distrital é um político só, abandonado e sem base social de apoio. Já não tem nada para apresentar aos seus companheiros de partido, e, à sociedade regional e local ainda menos. O homem está só, abandonado e em perfeito estado de orfandade política. Com a queda e a erosão dos seus progenitores a figura perde brilho e deixa de  ter razão para ter sido, quanto mais para continuar a ser alguma coisa de relevante.

Uma grande maioria do Povo do Distrito deixaram de se rever nesta Mesa da Assembleia Distrital do Porto. Um conjunto de políticos, de deputados da república, lideres de secções locais que já não representam nada nem ninguém. A não ser os seus próprios interesses em função de uma carreira pessoal de politico a tempo inteiro e a clique que os alimenta e dirige.

A própria Assembleia já não representa o Distrito mas os seus próprios caciques locais que governam e dominam as secções locais nas concelhias. O PSD precisa de massa critica, de se abrir à sociedade e a novas lideranças, como forma de catapultar sinergias mobilizadoras para um Novo programa e uma Nova Agenda Social Democrata.

Faço aqui, um pedido ao exmo Presidente da Distrital do Porto. Demita-se em nome do Porto e do Norte.
Demita-se pelo Norte. Bem haja!...



Programa 2020: programa dos fundos comunitários


No dia 13 de Dezembro, na cidade do Porto, pelas 21.30 Hotel Ipanema Park,  o Senhor Ministro Miguel Poiares Maduro, apresentou em nome do governo da Republica as linhas e os eixos prioritários dos programas de gestão dos fundos comunitários para 2014 e 2020.

O programa estrutura-se em quatro eixos prioritários:
1.º eixo - Dinamizar a Internacionalização de Portugal
2.º eixo - Fomentar o Capital Humano
3.º eixo - Politicas de Coesão Social

Referiu que este neste Programa 2020 está em causa um valor de 6 mil milhões de euros para execução entre o ano de 2014 e 2020.

Apontou como políticas a implementar no âmbito deste Programa 2020:

a) estimulo à produção de bens e serviços transaccionáveis;
b) transferência de resultados do sistema cientifico para o tecido produtivo
c) a importância da escolaridade obrigatória até aos dezoito anos;
d) a redução dos níveis de abandono escolar precoce;

A ideia central que ficou desta pobre e simplista apresentação do Programa 2020, relaciona-se com a vontade de CONCENTRAÇÃO DOS FUNDOS de forma a combater a fragmentação da sua aplicação.
A AGÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO E COESÃO, vai centrar a sua acção e programação no desenvolvimento de programas operacionais que valorizem a utilização de massa critica, conhecimento e inovação em detrimento do investimento nas Infra-Estruturas.

Questionado pelos presentes se a Agência ficava no norte e no Porto. O Exmo Senhor Ministro garantiu perante a ilustre plateia que a sua sede sria no Porto. Esta Instituição Financeira de Desenvolvimento com sede no Porto, vai gerir cerca de 1.500 milhões de euros. A dotação dos Proramas Operacionais será de 21.202 milhões de Euros. O PORNORT com mais de 3 mil milhões de euros, centrado no investimento para a valorização de capital humano e internacionalização.

Tivemos a oportunidade de questionar o Senhor Ministro sobre a fragilidade da sua apresentação. Pois, parece-nos que faltou Estratégia, Programa e Plano de Execução com respectivo quadro económico. O Senhor Ministro apresentou uma espécie de Estado de Arte do programa 2020.

Perante algumas criticas e propostas o Senhor Ministro realçou a importância de medidas macroeconómicas para o desenvolvimento do território. Defendeu a necessidade de introduzir escala, massa critica e inovação nos territórios. Deu a conhecer o Programa APROXIMAR, que está a ser implementado de forma a valorizar a concentração de municipios na resolução dos problemas.

Defendeu que o Norte tem que ser um CENTRO DE DECISÃO.  

sábado, 2 de novembro de 2013

As Grandes Opções do Plano para 2014, segundo a análise do CES

O CES salienta a importância das GOP como documento de
enquadramento do Orçamento de Estado, sendo este a expressão
financeira das políticas indicadas naquelas, tal como decorre da
Constituição, tornando-se uma autorização legal para arrecadação de
receita fiscal e realização de despesa pública.

O CES encara, assim, com alguma preocupação a crescente
irrelevância de um documento como as GOP, em especial num
contexto em que as grandes opções se confundem com as do

Parecer do CES sobre as Grandes Opções do Plano para 2014
(Aprovado em Plenário a 09/10/2013)
4 / 26
Memorando de Entendimento e o Governo tem uma reduzida margem
para elencar medidas com repercussões orçamentais sem a anuência
dos credores internacionais.


A presente versão das GOP não configura uma visão estratégica à 
medida dos desafios que a economia e a sociedade portuguesa 
defrontam. Da sua leitura não se vislumbram respostas convincentes 
para as interrogações que prevalecem entre nós e no exterior, nem 
quanto à saída da crise atual, nem quanto à capacidade de pôr termo 
à tutela financeira internacional e à menoridade política daí resultante. 
O CES lamenta que, nas GOP para 2014, o problema do crescimento 
económico continue subordinado aos objetivos da consolidação 
orçamental, sendo certo que para se conseguir avanços naquela  
 
Parecer do CES sobre as Grandes Opções do Plano para 2014 
(Aprovado em Plenário a 09/10/2013) 
5 / 26 
consolidação é indispensável evidenciar potencial de competitividade 
e crescimento. A consolidação orçamental é condição necessária, mas 
não suficiente, para a retoma do crescimento económico. Por um lado, 
uma estratégia de encorajamento do investimento produtivo é, nas 
circunstâncias atuais da economia portuguesa, relevante para corrigir 
os estrangulamentos com que nos defrontamos quanto à criação de 
emprego, à reposição e melhoria do rendimento disponível, ao 
progresso social e à própria correção da dívida e dos défices 
excessivos. Por outro lado, o sucesso de uma estratégia de fomento do 
investimento também depende da melhoria do rendimento das famílias 
e de condições que promovam o consumo e dinamizem o mercado 
interno. 

 Nas atuais circunstâncias do País, um documento como as GOP deveria 
traduzir uma nova atitude face aos credores externos, porque é 
necessário compreender que os apoios financeiros não dependem 
somente da invocação das nossas dificuldades, mas também da 
afirmação da nossa capacidade para assumir e concretizar, em tempo 
útil, um projeto vencedor, de competitividade, de desenvolvimento e 
de criação de emprego. 

Esta determinação nacional deve ser acompanhada, como o CES tem 
vindo a defender, por um processo negocial com os credores 
internacionais associados ao Programa de Assistência Económica e 
Financeira (PAEF), visando a revisão das condições do Memorando de 
Entendimento, nomeadamente quanto à calendarização das metas de Nas GOP não se perspetiva o futuro tendo em conta esta evolução. No 
texto afirma-se que as finanças públicas estão mais equilibradas, o 
sistema financeiro mais estável e as bases estruturais mais sólidas, 
transmitindo-se uma imagem de otimismo, que o CES gostaria de 
acolher em pleno, mas que, na verdade pode estar em causa, pelo 
facto de se ter uma base de comparação extremamente negativa e 
por se perceber que as dúvidas internacionais sobre a economia 
portuguesa continuam a penalizar a situação interna. 
O otimismo do Governo, apoiado em débeis sinais positivos nalguns 
indicadores, contrasta fortemente com os números do desemprego, 
com o número de empresas encerradas, com a redução do poder de 
compra das famílias e com o aumento da pobreza. 
consolidação orçamental e às condições de pagamento da dívida. 

Contudo, a significativa quebra de poder de compra da maioria dos 
portugueses, bem como o significativo decréscimo da Formação Bruta 
de Capital Fixo (FBCF), conduziram a uma diminuição das importações, 
o que, a par do aumento das exportações, explica esta evolução 
positiva nos saldos do comércio externo. O CES entende que é 
importante discutir aprofundadamente a revalorização dos rendimentos 
das famílias, que permita uma dinamização do mercado interno e 
potencie a substituição das importações. 

Apesar da afirmação de que a transformação estrutural está a criar as 
bases de uma economia mais competitiva e dinâmica, referindo-se às 
alterações no mercado de trabalho, no mercado de produto e no 
sistema judicial, a par do programa de privatizações, verifica-se que, 
simultaneamente, estão a ser criadas preocupantes condições de 
rutura social. 

O CES constata que, no que concerne à reforma da administração 
pública, as GOP se limitam a realçar uma redução de pessoal e de 
remunerações, voltando-se também a referir o trabalho a desenvolver 
no sistema fundacional, não continuando porém a ser transmitida 
qualquer ideia estratégica sobre o papel do Estado e sobre os reflexos 
das medidas propostas na qualidade dos serviços e bens públicos 
disponibilizados aos utentes. No entender do CES é uma visão redutora 
do que se espera de uma reforma deste sector. 

Relatora: Conselheira Adília Lisboa

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Purga no PSD...em nome da filiação e do clientelismo



O PSD ferido de morte por causa dos resultados eleitorais começa a dar sinais de irracionalidade e de oportunismo partidário.
Abriu a época de caça contra todos aqueles que não concordaram com as decisões que conduziram o PSD a uma situação de irrelevância política, social e cultural nestas últimas eleições. Perante os desastres das eleições do dia 29 de Setembro, os dirigentes do PSD, após um certo período de nojo, deviam  proceder a um debate interno de forma a identificar quais as desta derrota eleitoral.

Mas não.

O PSD preferiu optar por encontrar um bode expiatório que justifica-se a sua própria falta de estratégia e de sabedoria na selecção dos seus candidatos. Sem escamotear o facto de o governo ser muito impopular devido às medidas de cortes e mais cortes por causa do memorando da Troika.

Seria racional que um partido como o PSD opta-se pela via da análise, da critica interna e da discussão, que possibilita-se identificar os erros da estratégia seguida e que levou à quase erosão do PSD a nível local. Mas não, optou pela via mais fácil e mais redutora. Identificar todos aqueles que não apoiaram as listas oficiais dos directórios distritais. E a partir daí, dar inicio a uma purga sem limites e sem justificação. Que levará o PSD para uma situação de erosão e de implosão como partido relevante no contexto da vida política nacional.

Hoje, em alguns jornais já se falava sobre essa purga. Da existência  de listas com centenas de nomes propostos para serem erradicados do PSD.

Esta noticia se for verdade, coloca o PSD perante a sua própria existência biológica de partido. Pelo facto, de todo este processo conduzir a uma espécie de ajuste de contas entre grupos e facções dentro do PSD.

Os aparelhos únicos responsáveis pela hecatombe de 29 de Setembro vão ver aqui a oportunidade de fazer uma purga interna, correndo com todos aqueles que sempre tiveram outra posição, outra estratégia e outra ambição para o Partido e para Portugal.

Eu próprio tive a oportunidade numa das últimas Assembleias Distritais do PSD Porto, alertar para o facto de o partido e a direcção distrital estar a implementar uma estratégia para as autárquicas de 29 de Setembro tendo como base as lideranças locais, isto é, os presidentes das Comissões Politicas de Secção. Situação que conduziria o partido para um fechamento face à sociedade civil. Ainda por cima, com um governo do PSD e CDS-PP com muito desgaste e impopularidade. Os resultados estão aí a provar as minhas duvidas.

Instalou-se no PSD um clima de terror, de instrumentalização e de policiamento.
As liberdades estão cassadas no interior do PSD. O partido não terá a força e a energia renovadora para conseguir ultrapassar este processo de expulsão e de caça a todos aqueles que não alinharam com Marcos Antónios Costas, Aguiares Brancos, Virgilios Macedos e todas as outras figurinhas menores que foram derrotadas nas últimas eleições locais.

Será que o Dr Pedro Vinha da Costa vai mandar expulsar os eleitores de Matosinhos para o concelho do Porto, por não lhe terem confiado o voto? Será que o Dr. Menezes vai propor que se expulse o Povo da Afurada porque não deu o voto ao seu "único herdeiro"? Será que o Enfermeiro Luís Sousa vai abandonar Baião por ter conduzido o PSD local a um estado de insignificância?

Será que o Dr Virgilio vai expulsar o bom povo tripeiro porque não votou nos seus padrinhos políticos?  A irracionalidade tomou conta dos directórios políticos do PSD e teima em asfixiar qualquer tipo de renovação interna do PSD. Nada que nos seja estranho, pois, sempre tivemos essa noção de que dificilmente o PSD se renovaria a partir da queda eleitoral. Mas esta gente miúda e insignificante que "manda" no partido não tem a inteligência e a humildade suficiente para abandonar o lugar pelo seu pé.

Mais, o PSD onde perdeu. Perdeu por sua e exclusiva responsabilidade. O caso de Gaia, Porto, Matosinhos, Paços de Ferreira, Gondomar, etc. A falta de estratégia, o medo em enfrentar os directórios locais que estão na base do directório distrital levaram o partido para uma situação de clausura social e cívica. O partido não se abriu à sociedade e não teve a capacidade de acolher outras sinergias, outras personalidades independentes. O partido optou, e optou mal pelo aparelhismo e pela lógica interna da conservação dos poderes.

Seria pedir nobreza política a quem não sabe viver em democracia interna e entende a vida partidária como um instrumento não para servir a Nação e o seu Povo. Mas está nos partidos como se estes fossem um instrumento de acesso a carreiras bem pagas e a lugares de influência na vida pública.

Lugares estes e carreiras estas que nunca lhes estariam destinadas pela ausência de mérito e pela falta de capacidades intelectuais e técnicas que esta gente miúda não possui. A única marca de água é serem todos, mas todos filhos da Jota SD....

O PSD caminha assim para a sua evidente implosão e irrelevância....

Aliás, este governo é o seu reflexo mais genuíno e mais exemplificativo. Com Passos Coelho o PSD perde em dimensão social, política e cultural.

No nosso distrito o PSD também se foi enclausurando numa espécie de casulo partidário. Esta situação fez do PSD um partido refém de castas, de lobbies, de interesses, de figuras locais e regionais que trocam entre si os lugares de decisão e de comando. Uma espécie de vira de cruz ao serviço da mesma seita e da mesma estratégia.

Todos gostaríamos que os partidos como o PSD tivessem essa força regeneradora, mas perante a necessidade de se avaliar e de se mudar. O PSD optou por ir à caça às bruxas como forma de encontrar uma causa que justifique as suas péssimas opções e estratégias.

No PSD Porto. O Dr Virgilio é o primeiro culpado desta derrota. Foi ele que definiu e implementou a estratégia e a agenda para as eleições locais de 29 de Setembro.

Foi ele e a sua equipa que Identificaram e Aprovaram em Assembleia Distrital as suas escolhas e os seus programas. Escolheram aqueles que segunda a sua leitura eram os mais competentes e os melhores candidatos.

O Dr Virgilio Macedo perdeu e perdeu muito. Agora, seria normal que coloca-se o seu lugar à disposição dos militantes de forma digna e democrática.

Mas não, parece ter optado pela procura de um bode expiatório. Afinal, a culpa é de todos aqueles que durante meses antes das suas escolhas consideravam que a sua estratégia estava errada e que levaria a este resultado.

Mas, é claro que o Dr Virgilio Macedo prefere continuar no "tacho" e lançar as chamas pelos militantes. Incendiando o partido a nível distrital, local e nacional.

Cenário ideal se justificarem derrotas, não pela incapacidade dos seus candidatos mas por uma causa alheia, - os traidores ao partido e à causa.

A que o povo chama de "tachito"....

Eles ficaram sem o "tachito"... Como diria um comentador na noite de 29 "o PSD vai pegar fogo...ficou muita gente desempregada".




segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Que se lixe a Troika


Foto

Esta última manifestação Que se Lixe a Troika trouxe ao de cima vários dos seus problemas na incapacidade de liderar uma alternativa social. Ficou claro que este "movimento" que aparecia como não tendo uma agenda política na realidade a ausência de uma agenda política é ela mesma a Agenda que não se quer objectivar e evidenciar.

Estes jovens que aparecem associados a este movimento trazem colados ao seu imaginário uma praxis de luta política que se identifica mais com a esquerda contestatária e de rua, do que propriamente um movimento natural que emerge por consequência de uma alternativa aos partidos que se encontram fora do arco governativo.

Este Movimento não pretende ser um espaço de emergência de novos lideres e novas alternativas à arquitectura política actual, mas funcionar como elemento de choque entre a rua e as instituições democráticas. Não se assumiu nem se assume como um movimento com uma agenda e com um programa próprio, mas como uma força pura de contestação social. Esta tentativa imaculada de lutar na rua coloca-nos algumas dúvidas e remete-nos para outros campos da antropologia do poder e dos poderes. Nem tudo aquilo, que diz que é, pode vir a ser. Esta tão divulgada inocência de que não queremos ser um outro poder, que não queremos ser a emergência de outro poder. Demonstra um certo cinismo e hipocrisia política.

A organização mobiliza-se em função de uma agenda social e política, apelando aos portugueses para se manifestarem na rua contra as políticas que são consequência do compromisso com a troika. Até aí tudo bem, o problema é que toda a manifestação política tem um fim social e político concreto. Derrubar o governo e consequentemente mudar de políticas.

Nada disto está objectivamente neste Movimento. Não passa por aqui a necessidade de criar uma alternativa aos actuais partidos políticos. Este Movimento emerge dos silêncios e das cumplicidades
de uma esquerda contestatária e libertária que numa espécie de anarquismo pós-moderno faz da partiipação e da mobilização uma arte performativa.

Esta situação conduz a sociedade actual para uma espécie de limbo político e social, onde a ausência de alternativas e a incapacidade de se criarem lideranças levará para uma situação de conflito armado entre o poder e os cidadãos. E aí, sim, estaremos perante o conflito e a destruição. As ruas apinhadas de multidões silenciosas vão dar lugar à violência e à entropia. O caos social  e a desordem tomaram conta das nossas cidades, das nossas ruas, das nossas escolas.

Aliás, sobre esta tendência a Igreja Católica tem tido uma atitude de muita cautela e sensibilidade. Se por um lado, alguns dos seus máximos representantes criticam a situação actual, porque nela não existe equidade e coesão social, por outro lá vão resfriando os ânimos da população.

A situação está no limite. Um governo que não é tolerante e democrático na forma e no estilo. Que agrava as desigualdades sociais. Que coloca em confronto gerações. Que estimula o ódio entre o publico e o privado. Que esmaga a classe média com impostos e taxas injustas e fora da lei.

Um Presidente da Republica que não existe e não está preparado para liderar um Povo em situaçao de colapso social e económico. Um Presidente que não representa o Povo e a Nação. Que não pode saír à rua. É um Presidente sem função, sem mandato e sem relevãncia.

O Presidente da Republica é inútil e caro à Republica.Reparem que à distancia de quase dois anos a nação já discute a mudança de Presidente. Este é mesmo inútil...

Claro que não está em causa a capacidade e a bondade dos organizadores deste tipo de manifestações. Que sem as máquinas dos partidos e sem o apoio dos media conseguem montar uma estrutura que conduz milhares e milhares para a rua em claro protesto contra as políticas actuais.

Infelizmente, estes grupos não estão mandatos por lideranças novas e diferentes, capazes de trazer para o palco político outras pessoas, outras personalidades com discursos diferentes alicerçados em programas e manifestos políticos alternativos aos aparelhos partidários. É urgente, uma nova praxis política para impulsionar novas reformas e a partir daí regenerar a social democracia e o socialismo democrático. Sem este impulso renovador os partidos da social democracia e do socialismo democrático continuam prisioneiros de uma agenda programática liberal e capitalista.

A democracia ocidental encontra-se refém de um conjunto de políticas neoliberais alinhadas à direita e dependentes de um mercado globalizado de capitais. Os mercados financeiros especulativos cercaram os partidos e domesticaram a vida pública.

 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

OS POLÍTICOS ESTÃO LOUCOS!


Ainda não tive a oportunidade de fazer uma leitura critica e analítica da Proposta de Lei de Orçamento para 2014. Mas por aquilo que fui registando e lendo a partir de outras fontes e comentários, este OE 2014 pode bem ser a faísca que vai incendiar a sociedade e levar a grandes lutas e movimentos sociais.

Por toda a Europa a insatisfação é latente e preocupante. Aquando de uma visita ao estrangeiro, mais propriamente a Bruxelas e a Paris constatei que havia por aquelas terras do centro da Europa um silêncio desconcertante pelas políticas e pela ausência de liderança europeia. Falando com um casal amigo professores na Universidade de La Cambre, cidade de Bruxelas que teve a amabilidade de me hospedar durante seis dias, a conversa ia sempre para a apatia e a mediocridade do Monsieur Barroso. Esta figura não despertava nestes amigos confiança e perfil de liderança. Era pouco considerado pelas elites da cidade.

Em Paris o mesmo silêncio e a mesma insatisfação. Claro que Paris é uma festa e consequentemente estes sentimentos são mais camuflados pelos turistas que entram e saem da cidade. Mas, nos bairros mais populares e nas zonas residenciais lá estava a insatisfação e a revolta. Paris está no limite da explosão social e politica. O melhor exemplo, deste estado de conflito social e de revolta, encontrou eco na expulsão de uma menina de etnia cigana que em pleno passeio escolar é retirada e enviada para o seu país de origem sem mandato humano que o justifique. Esta situação levantou os jovens franceses para a luta social por direitos humanos e civilizacionais. Afinal, a França de Montesquieu, de Rousseau e de Voltaire não morreram e estão lá no seu genes civilizacional.


Em Portugal, também lá fomos caminhando contra os direitos e os valores sociais e civilizacionais. Um Estado que governado por um "bando de delinquentes" (na célebre expressão do ex-presidente da República Dr Mário Soares) vai cortando nos direitos e atirando todo um povo e uma nação para a pobreza e exclusão. Nas nossas cidades, o silêncio e a resignação estão a dar lugar à tomada de consciência de que o governo da República é inconstitucional, que governa à margem da Lei e age como um "fora da lei". O país está em eminente convulsão social e política. A Europa está em ruptura com os estados membros e com os seus povos e caminha para a sua desintegração.

Estes políticos são loucos.

Os Políticos estão loucos e encaminham as suas nações e os seus povos para o suicídio colectivo. Em segredo e de forma anti-democrática os senhores que governam o planeta decidiram empobrecer os estados e consequentemente os seus povos. Enclausuraram a social democracia num liberalismo tchateriano e ultra-liberal, abandonando os valores e os princípios da social democracia europeia. Colocaram os Estados em situação de dependência e assistência financeira e a partir daí foram destruindo o Estado-Social. Rompemos contratos sociais, aprofundamos as injustiças e afasta-mo-nos da equidade social. É o regresso às velhas formas de desigualdade e de exclusão social; a existência da dicotomia entre pobres e ricos. Aparece novamente o discurso da fatalidade social e da punição colectiva.

Em Portugal, durante estas últimas décadas o Estado fez um esforço por diminuir as formas de desigualdade social, económica, cultural e política. Desde o 25 de Abril que se foram tomando medidas políticas inclusivas e desta forma abrindo a escola a todas as classes sociais sem excepção. Esta política de democratização social e económica do acesso à Escola, promoveu uma maior mobilidade social e diversidade na formação de jovens quadros. Foi possível na mesma Escola sentarem-se ao mesmo lado, na mesma sala, no mesmo recreio o filho do pedreiro e o filho do doutor.

Hoje, penso que começa a ser mais difícil constatar esta realidade social. Aliás, hoje já nem o filho do doutor tem possibilidade de acesso a um ensino e formação universitária gratuita e de qualidade. Com uma política de retrocesso de direitos e regalias sociais, com a desvalorização do trabalho nos países do sul da Europa, vamos aprovando as políticas de exploração e de mão-de-obra escrava dos países que emergem num capitalismo global que reduz o trabalho a uma lógica de mercado desregulado. A Europa ao aceitar a entrada de produtos oriundos da China, de países asiáticos e da América do Sul sem limitações nem regulação está a dar aprovação à exploração de homens, de mulheres e de crianças que trabalham mais de 12 horas de trabalho sem regalias e sem direitos sociais. Um Capitalismo selvagem liderado pela alta finança que controla os directórios dos países ocidentais.

Os jovens turcos da política nacional são o braço deste capitalismo selvagem e desumano. Servem o capitalismo globalizado e desrespeitam as nossas Leis e a nossa Constituição. Governam à margem da lei e falam em nome de um Povo que não é o mesmo que garante a independência da nossa Pátria.

O mesmo se passa no direito à cidade, à habitação e ao emprego. Os políticos aliados a um capitalismo liberal e selvagem agravam as assimetrias e promovem a exclusão e a politização das sociedades. Aprovam e promovem políticas legitimadoras da exclusão social e do empobrecimento dos Povos. Destruindo o Estado e impedindo que o mesmo Estado pode ser um agente de equidade e de coesão entre os seus povos, as suas classes e as suas corporações e instituições.

Estamos perante uma grave crise politica e do estado. O governo governa à margem da Lei e da Constituição. O Presidente da Republica deixou de representar o Povo, a Nação e fala em nome de uma pátria, que não é a Pátria de Junqueiro. A República está órfã de representação política e vive perante uma profunda crise de Estado.

Mas, anda um perfume no ar....de esperança e de luta social.